A raça foi criada para briga, mas pode se tornar sociável com adestramento desde filhote
O pitbull, também conhecido como american pit bull terrier, tem uma má fama que não condiz com sua personalidade, que pode ser dócil, sociável, alegre e carinhoso com os tutores, quando adestrado desde filhote. Devido seu bom relacionamento com crianças, o pet da raça, assim como o boxer, pode ser chamado também de “cão babá”.
“O animal foi criado para brigas de cachorro, então foram unidas duas raças que na sua natureza são um pouco mais ressabiadas, inseguras ou desconfortáveis com a presença de outros bichos. Por isso, se não socializado corretamente desde filhote, pode vir a ter problemas sérios com outros cães”, conta Luiza Cervenka, bióloga, com doutorado em veterinária e terapeuta comportamental de cães e gatos.
A bióloga conta que, atualmente, são feitas alterações genéticas para corrigir problemas de saúde e agressividade. Para complementar, a médica-veterinária Jade Petronilho desmistifica o conceito de serem cães criados em laboratório: “Os criadores da raça, desde o início, tendem a promover uma seleção genética de suas matrizes e padreadores de modo que os filhotes nasçam com determinadas características físicas e de temperamento.”
A raça surgiu no Reino Unido no século 19, a partir do cruzamento de buldogues com o antigo terrier inglês, com o objetivo de cirar um cão forte, ágil e resistente. Quando chegou nos Estados Unidos sofreu alterações, dando origem ao pitbull conhecido hoje. Apesar de tanto tempo de existência, o AKC
(American-Kennel Club) e a CBKC (Confederação Brasileira de Cinofilianão) não o reconhecem como uma raça.
A raça também é conhecida por outras características, como inteligência, lealdade, instinto protetor e muita energia para gastar. O adestramento é essencial para torná-lo sociável, além de evitar que o cão destrua a casa. Na rotina, o tutor deverá brincar com o pet e fazer passeios durante o dia.
Luiza Cervenka alerta sobre o potencial bucal do cão, que pode machucar qualquer animal ou pessoa. “É algo muito sério. Por isso muitos locais não aceitam a raça, como hotéis e creches, porque qualquer situação que resulte em uma leve mordida pode causar um estrago muito grande”, explica.
No cinema, a raça fez sucesso no fime Era Uma Vez Em Hollywood, do diretor Quentin Tarantino. Durante o Festivam de Cannes de 2019, Tarantino entregou uma coleira para a cachorra Brandy, que atuou ao lado de Brad Pitt, como uma forma de reconhecimento pelo trabalho do pet.
Informações gerais:
Porte:
Médio, apesar do formato do corpo ser robusto e forte.
Peso:
A animal adulto pesa de 25 a 35 kg.
Expectativa de vida:
13 a 15 anos.
Origem:
Estados Unidos e Reino Unido, a partir do cruzamento de buldogues com o antigo terrier inglês.
Pelagem:
Os pelos são curtos, exigindo escovação uma vez por semana e banhos quando necessário. A palagem possui diversas cores, sendo branco, preto e marrom as mais comuns.
Clima indicado:
É um cão que se adapta bem a diferentes temperaturas.
Cuidados especiais:
A raça tem muita energia para gastar, por isso, brincadeiras, atividades físicas, passeios durante o dia e convívio ao ar livre são indicados. Além disso, adestramento desde filhote é recomendado para tornar o cão sociável e menos agressivo.
Dra. Jade alerta sobre doenças e problemas de saúde causadas por alterações genéticas da raça, entre elas a displasia coxofemoral, que causa um “encaixe errado” na articulação do quadril e pode gerar bastante dor no animal. “No geral, eles são bem resistentes e devem realizar atividades físicas e mentais todos os dias para seguirem equilibrados e satisfeitos como espécie”, conclui a profissional.
Quem passou a informação?
Luiza Cervenka: bióloga, mestre em psicobiologia, doutorado em veterinária e terapeuta comportamental de cães e gatos
Jade Petronilho: médica veterinária e Coordenadora de Conteúdo de uma rede de pet shops.
Fonte: Revista Casa e Jardim