Redução no imposto do etanol também afetará a gasolina, porém não há garantias que os combustíveis fiquem mais acessíveis
O Ministério da Economia anunciou ontem (21) que vai zerar o imposto de importação do etanol até o dia 31 de dezembro. A medida foi tomada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) e vai entrar em vigor assim que for publicada, o que deve ocorrer na próxima quarta-feira (23).
A notícia parece boa para o consumidor, principalmente agora em que o preço dos combustíveis não para de subir, mas talvez essa redução não chegue até as bombas.
Para Marcelo Guaranys, secretário-executivo do Ministério da Economia, a expectativa é que o preço do etanol comum e aditivado caia em até R$ 0,20 por litro. Porém isso não é uma certeza, já que a instabilidade do cenário econômico mundial causada pela guerra entre Rússia e Ucrânia, têm maior influência sobre o preço do combustível.
Além do álcool, a gasolina também pode ser afetada pela redução, caso ela realmente chegue ao consumidor final. Por lei, toda gasolina vendida no Brasil deve ser misturada com uma porcentagem de etanol (25% para a comum e aditivada e 27% para as premium).
Ressaltando que, a redução do imposto é válida apenas para os países de fora do Mercosul, que anteriormente tinham uma taxa de importação de 18% . Para países como os EUA, um dos nossos principais importadores, o Brasil negocia cotas específicas de taxação. No caso do etanol americano, a proposta é taxar apenas os litros adicionais que ultrapassem o volume preestabelecido
Mesmo tendo uma grande produção de cana-de-açúcar, matéria prima do etanol, parte da safra é dividida para a produção de outros produtos.
Por isso, o Brasil ainda é dependente da importação desse combustível.
A redução, se chegar, viria muito a calhar, principalmente para quem abastece com o biocombustível. Só no mês de fevereiro o preço do etanol chegou a valer 67,9% do preço da gasolina, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), o que levou a um aumento de 20% no aumento nas vendas. Porém, seu preço deve voltar a subir, já que está diretamente ligado ao aumento do diesel.
Fonte: Quatro Rodas