Localizado em um edifício projetado por Hélio Uchôa, o apartamento teve apenas um morador desde a construção, em 1960, antes da mudança atual

Flávia, de 46 anos, é uma servidora pública que ama Brasília. É apaixonada pela arquitetura, o verde, o concreto e os espaços da capital. “Morar aqui é como viver em uma obra de arte. Eu queria que o meu apartamento fosse uma extensão da cidade”, diz.

O apartamento de 147 m² fica na Asa Sul e teve o projeto assinado pelo Atelier Paralelo (@atelierparalelo). O edifício histórico é assinado por Hélio Uchôa e, durante a reforma, o escritório buscou usar elementos que caracterizassem o espaço.

“Pedi um projeto minimalista, que preservasse ao máximo os elementos originais. O piso de madeira e o painel do hall foram restaurados, o cobogó da fachada ficou aparente. Pedi ao Thiago [sócio do escritório] para ter apenas dois revestimentos diferentes do original, que fossem aplicados em todas as áreas molhadas, um para o piso e outro para as paredes. Solicitei também que a cozinha fosse mais integrada à sala”, pontua Flávia.

A equipe do Atelier Paralelo, formada por Thiago de Andrade, Manoel Fonseca, Gustavo Santos e Máwere Portela, realocou a sala de jantar para onde ficava o quarto de serviço originalmente

Um dos desejos de Flávia, que vive ao lado do filho adulto e do mais novo, de 5 anos, era ter ambientes bem iluminados, arejados e com percepção do exterior. A obra atende então o modo de vida prático e pouco acumulador da mulher.

Uma divisória entre a sala de jantar e a área de serviço, foi feita por um armário de aço com vidro canelado. O banheiro de serviço foi mantido e um lavabo conjugado e aberto para a sala foi criado. A parede original, plano importante do projeto de Hélio, foi restaurada e ampliada com argamassa.

“Acreditamos que o projeto reflete as intenções de simplicidade, integração e liberdade que tanto a planta original do imóvel quanto a moradora demandavam”, pontua Thiago.

Para Flávia, o ambiente favorito é a sala, pois fica ali o escritório e o cantinho com seus objetos favoritos, como a flauta e os livros. A rede na coluna traz ainda uma memória afetiva, que lembra à moradora de seu pai.

Fonte: Revista Casa e Jardim