Aprenda algumas técnicas simples para controlar seus impulsos e evitar entrar em furadas
Sabe aquelas ideias ruins que você já teve na vida? Como dizer algo que parecia agradável a alguém e na verdade ser uma coisa terrível, ou largar tudo por um negócio que parecia promissor, mas que em pouco tempo se provou sem potencial? Pois é, todos passamos por isso. A boa notícia é que, de acordo com o neurocientista Andrew Huberman, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford, controle de impulsos não é um talento fixo. É uma habilidade que você pode treinar.
Em uma entrevista recente com Shane Parrish, do Knowledge Project, Huberman explicou como aprimorar seu controle de impulsos para que você possa criar a vida que realmente deseja – em vez de acabar vivendo aquela em que você entrou sem nem pensar.
A primeira coisa que é preciso saber são os conceitos de “vá” e “não vá”. Os dois circuitos vivem em uma parte do cérebro chamada de gânglios da base. A função “vá” é a que nos leva a buscar um copo de água ou a começar um treino para um triatlo, por exemplo. Já a função “não vá” é a responsável por inibir os impulsos.
A função proibitiva é muito treinada na infância, mas é esquecida à medida que nos tornamos adultos. “Nós nos movemos em direção às coisas que são importantes para nós. Estamos sempre fazendo ‘vai’, ‘vai’, ‘vai’. Mesmo se você estiver rolando o Instagram ou algo do tipo, é uma função do tipo “vai”. Raramente ensaiamos nossas funções proibidas”, diz o especialista.
Segundo ele, é preciso criar mecanismos conscientes de controle de impulsos para que o cérebro fortaleça o comando “não vá”. Existem alguns programas radicais, como um mergulho matinal no gelo, ou passos mais simples, que podem ser aplicados ao dia a dia. Confira:
Não pegue seu celular: Algo simples, como ter o desejo de percorrer as mídias sociais, mas se recusar a pegar o telefone, pode te ajudar a treinar seu “circuito proibido”.
Blocos de trabalho de 90 minutos: Forçar-se a ficar sentado, diante do computador, pelo menos tentando ser produtivo por uma hora e meia é outra prática. Evite parar para fazer aquela xícara de café ou procurar fotos de gatinhos quando estiver entediado. O especialista afirma que isso ajuda a manter seus “circuitos proibidos” fortes.
Controle de lanches: Adiar a comida que você deseja por alguns minutos pode ser uma maneira de exercitar sua função de “não ir”, embora Huberman alerte que essa não é uma boa opção para quem tem algum tipo de transtorno alimentar.
Atenha-se ao plano: Não tente improvisar (ou trapacear) no meio da sua rotina planejada de exercícios físicos. Force-se a completar as três séries de flexões que você planejou. Isso exercita seus “circuitos proibidos” e também os seus músculos.
Huberman diz que tenta manter, ao menos, 20 atividades por dia que demandem um “não vá” para treinar o comando. Com todas as notificações, nosso mundo é primorosamente projetado para disparar nossa função “vá”. Mas pequenos momentos de autocontrole, como os mencionados acima, podem agir como um exercício prático, segundo ele.
Fonte: Revista PEGN Globo