Ter pouco espaço não é problema par criar momentos divertidos e promover enriquecimento ambiental aos pets

Um estudo realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) a pedido da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), em 2021, mostra que, em média, os brasileiros vivem em imóveis de 66 m². Quem mora em grandes cidades, contudo, sabe que, cada vez mais, as pessoas habitam espaços ainda menores, com cerca de 45 m².  A pouca área, entretanto, não é impedimento para que tutores mantenham seus animais de estimação ativos e ainda tenham momentos divertidos com o pet.

“A importância da brincadeira para um cão é gigantesca, pois ela é um formato lúdico da caça, que era algo natural na vida de um cachorro, antes dele ser domesticado, quando vivia na natureza”, explica o adestrador e comportamentalista canino Rapha Aleixo.

Segundo o profissional, independentemente do espaço disponível, é importante trabalhar cinco aspecto nos cães: cognitivo, alimentar, sensorial, físico e social. Para isso, ele indica o enriquecimento ambiental. A seguir, algumas dicas de brincadeiras pensadas especialmente para espaços diminutos.

1 – Crie obstáculos

Preparar um ambiente com obstáculos para o cachorro é um bom exemplo de enriquecimento ambiental físico, diz o comportamentalista canino, e ainda ajuda o animal a gastar energia.

2 – Enriquecimento alimentar

Acessórios que permitem esconder ração ou petiscos também são boas alternativas para quem tem pouco espaço em casa. “Além do pet se mexer bastante buscando a recompensa, ele acaba trabalhando áreas importantes no seu desenvolvimento”, diz Patricia Sprada, CEO de uma franquia especializada em cuidado animal.

Uma alternativa aos brinquedos, mas com resultados parecidos, é a oferta de comida congelada ao pet, como peçados de melancia ou outra fruta, “que vai permitir que o animal fique um tempo interagindo com o alimento”, comenta Rapha. Aqui, contudo, vale lembrar da importância de conversar com um médico-veterinário para saber o que ofertar para cada espécie.

3 – Caixa sensorial

Montar uma caixa de papelão com algumas folhas, brinquedos e petiscos é um bom exemplo de como enriquecer o ambiente e trabalhar o aspecto sensorial no animal, indica Rapha.  Vale deixar o cachorro explorar a caixa, mas sempre com supervisão.

4 – Brinquedos

Os brinquedos ajudam a trabalhar o aspecto cognitivo nos cães. Para quem tem pouco espaço, a dica, segundo Patrícia, é apostar em modelos menores.

“Os pets são apaixonados por brinquedos pequenos, como as bolinhas. Por isso, invista neste tipo de acessório para trabalhar principalmente a movimentação. Também é possível montar bolinhas com meias que não são mais utilizadas. Só lembre que é um acessório a ser oferecido com supervisão, pois há cães que gostam de mastigar tecidos e acabam engolindo”, alerta Patricia.

5 – Jogo da memória

Já pensou em brincar de jogo da memória com o seu cachorro? A atividade, além de levar mais dinâmica e diversão para a vida do pet, ainda incentiva a cognição do animal.

“Essas brincadeiras podem ser executadas com itens simples, como alguns copos ou baldes pequenos (quanto mais ‘obstáculos’, maior a dificuldade), com brinquedos que eles gostem e que chamem sua atenção, como a bolinha predileta. Assim, você pode esconder o brinquedo e incentivar o animal a procurar e localizar onde está”, sugere Patrícia.

Bolinhas ajudam os cães a se movimentarem (Foto: Pixabay / Elena Rogulina / CreativeCommons)
Bolinhas ajudam os cães a se movimentarem (Foto: Pixabay/ Elena Rogulina/ CreativeCommons)

O que não fazer?

Muitos tutores aproveitam o momento da brincadeira para ensinar comandos aos cães. Na opinião de Rapha, não há nada errado nisso. Contudo ele faz um alerta: não é indicado dar broncas no pet nesse momento, pois isso fará com que o animal associe a hora de brincar com algo negativo.

“Não pode dar bronca no momento de uma interação e também não  pode forçar o cachorro a fazer algo que ele não aprendeu, como trazer a bolinha de volta para você se ele ainda não sabe a fazer isso. Temos que lembrar que para o cão o brinquedo é a “caça” dele, portanto, é natural que ele tente manter essa conquista longe”, ressalta Rapha.

Patrícia, por sua vez, acrescenta que as brincadeiras são importantes, mas não devem substituir os passeios, que também são essenciais para o bem-estar do animal.

“Muitas vezes, o pet acaba ficando o dia inteiro sozinho no apartamento ou em casa, por isso, é essencial que o tutor crie uma rotina de passeios para ajudar a aliviar um possível estresse do companheiro”, finaliza.

Fonte: Revista Casa e Jardim