Apesar do (ainda) preço ainda elevado, os carros movidos a eletricidade trazem benefícios que a gente ainda nem conhece. Veja como essa mudança tecnológica pode facilitar sua vida

Os elétricos, pouco a pouco, ganham força no Brasil. De acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), temos cerca de 38 milhões de veículos em circulação.

Deste total, cerca de 100 mil são EV’s – ou veículos elétricos. Ou seja, menos 0,3% da frota já está eletrificada. A expectativa da indústria é elevada: espera-se que 62% dos automóveis circulantes sejam movidos a energia elétrica até 2035.

Hoje os carros elétricos ainda estão distantes do público consumidor, porém o tema já circula entre os stakeholders do setor. Há alguns desafios a superar. O principal deles é o alto custo de aquisição, por causa da tecnologia novata e também pela falta de incentivos fiscais ou linhas de crédito especiais.

Outro motivo é a própria inovação, que traz uma ruptura com a infraestrutura instalada. No dia a dia, porém, o convívio dos usuários com automóveis elétricos têm vantagens que o público geral ainda desconhece. Trouxemos cinco razões para você considerar sobre essa tecnologia.

1- Câmbio

Grande parte dos carros elétricos não tem marcha. As exceções são os superesportivos, como o Porsche Taycan – dotado de duas engrenagens.Em carros de uso diário, que não têm ênfase em alta performance, o sistema é mais simples.

No geral, dirigir um elétrico é uma tarefa simplificada, em comparação com carros a combustão. Não é necessário ter a tradicional alavanca de marcha. Há basicamente três funções: D (Drive), para dirigir à frente, R (Ré) e neutro. Sem uma caixa de transmissão para mover, não é necessário ter uma interface de comando mais complexa que isso.

Além da redução de peso pela característica do equipamento, também evita-se manutenção – algo que requer atenção do dono de um carro a combustão. Há também uma vantagem mecânica: o desempenho de um carro elétrico é superior, se comparado com um equivalente com motor de combustão interna. A entrega de potência e torque é praticamente instantânea e linear em várias velocidades.

Câmbio do modelo chinês 100% elétrico - BYD Han — Foto: Christian Castanho/Autoesporte

Câmbio do modelo chinês 100% elétrico – BYD Han — Foto: Christian Castanho/Autoesporte

Outro benefício para os moradores do estado de São Paulo é que os donos de veículos elétricos podem receber um desconto de até R$3.200 no IPTU. O abatimento ocorre de acordo com o preço do carro. Quanto mais caro, menor o desconto.

Mesmo carros mais caros, como o Volvo XC 90 (a partir de R$ 519.950), , terão o desconto no IPTU — Foto: Auto Esporte

Mesmo carros mais caros, como o Volvo XC 90 (a partir de R$ 519.950), , terão o desconto no IPTU — Foto: Auto Esporte

3- Preço do combustível

Tendo em vista que o carro 100% elétrico mais barato no mercado brasileiro custa R$ 146.990 (Renault Kwid E-Tech), algo tem que sair mais em conta para o investimento valer a pena. Esse item é, justamente, o combustível.

Quando comparado aos veículos movidos a combustão interna, por exemplo, o segmento possui uma eficiência 65% superior. No Brasil, muitas regiões já contam com pontos de recarga gratuitos, mas poucos deles são de carga rápida. Portanto, para você completar sua bateria, demoraria cerca de sete horas conectado à tomada.

Os eletropostos normalmente ficam espalhados por shoppings, prédios comerciais e mercados. Até hoje, essa energia fornecida não é cobrada dos donos dos carros. s fabricantes já têm em sua agenda o fortalecimento dessa rede, com o intuito de preparar as cidades para o aumento da frota de elétricos.

Apenas para ter uma ideia, especialistas fizeram um cálculo para estimar o custo do carregamento, caso essa recarga em estabelecimentos comerciais fosse paga pelo cliente: o custo médio seria de R$ 1,10 por kWh.

2- Incentivos fiscais

Algumas cidades, como São Paulo, cedem incentivos fiscais aos compradores de carros elétricos.. O intuito é incentivar cada vez mais a compra de modelos da categoria, já que eles, em sua maioria, são mais sustentáveis.

Em São Paulo, por exemplo, os veículos elétricos, movidos a hidrogênio e híbridos estão isentos do cumprimento da restrição determinada pelo Rodízio Municipal de Veículos. Em caso de algum tipo de erro no sistema, basta o dono do automóvel solicitar a revisão do valor cobrado.

Vamos ilustrar. Você é dono de um Audi e-Tron, que tem 77 kWh de capacidade de bateria. Seu gasto seria de apenas R$ 85,25 podendo rodar cerca de 520 km. Cada quilômetro andando sairia por R$ 0,16.

Muitos pontos de energia ainda contam com o modelo antigo de entrada para os carbos de energia — Foto: Auto Esporte

Muitos pontos de energia ainda contam com o modelo antigo de entrada para os carbos de energia — Foto: Auto Esporte

4- Carregamento na chuva

Algo que definitivamente precisa de um atenção redobrada é quando água e energia estão na mesma frase.A pergunta que está no ar é: “posso recarregar meu carro elétrico debaixo de chuva?”. E, sim, é possível – e de forma absolutamente segura.

O mecanismo de recarregamento é resistente à água, pois tem grau de proteção IP suficiente para dar conta até de temporais. Desde, claro, o conector está perfeitamente encaixado. Se não for o caso, vale dizer, o recarregamento não é iniciado, pois o próprio sistema identifica uma eventual falha nas conexões mecânicas.

Então sim, é possível abastecer sem tomar choques, fique tranquilo! Só evite deixar com que a água caia diretamente sobre o conector ou na porta de recarga.

Na Europa é comum que os eletropostos se situem nos acostamentos — Foto: Foto: Reprodução

Na Europa é comum que os eletropostos se situem nos acostamentos — Foto: Foto: Reprodução