Seja pela proximidade com o Brasil, seja pela facilidade de acesso ou idioma, há muitos anos a Argentina vem sendo um dos destinos de férias mais procurados pelos brasileiros e, cada vez mais, os turistas consideram viajar pelo norte da Argentina de carro.
Essa procura aumentou consideravelmente no cenário pós-pandemia, principalmente em razão da alta do dólar e da desvalorização do peso argentino.
Então, se visitar a Argentina está nos seus planos, preciso te contar que esse belíssimo país não se resume a Buenos Aires, Bariloche e algumas outras cidades no sul do país.
Com suas cores e formas incríveis, uma natureza muitas vezes árida e “diferente” aos nossos olhos, o norte da Argentina é um destino surpreendente. Com muitos povoados a serem visitados, como por exemplo Humahuaca, Cachi e Purmamarca entre outros, a melhor forma de fazê-lo é viajando de carro pelo país.
Pensando nisso, elaboramos este artigo com algumas dicas importantes que você precisa saber antes de viajar pelo norte da Argentina de carro. Vamos lá?
1. Alugue um carro para viajar pela Argentina
Para conhecer as belíssimas atrações turísticas de Salta, Humahuaca ou Salinas Grandes, a melhor opção é viajar de carro. Não é impossível fazer esses passeios de transporte público ou excursões do tipo bate e volta, mas saiba que é muito mais cansativo e demorado.
A boa notícia é que alugar um carro na Argentina é bem simples e não é necessário a carteira de habilitação internacional.
Normalmente, o turista chegará pelos aeroportos de Salta (SLA) ou de San Salvador de Jujuy (JUJ). Embora sejam capitais de províncias homônimas, Salta e Jujuy são cidades relativamente pequenas e a oferta de carros pode não ser tão grande, principalmente na alta temporada.
Por isso, alugar (ou reservar) um veículo com antecedência garante que você não necessite alterar seus planos de última hora e conseguirá um veículo que atenda às suas necessidades.
No Aeroporto de Salta (SLA), existem balcões das seguintes locadoras: Hertz, Localiza, Sixt, Alamo, Avis/Budget, Europcar, Waycar e Rada. Por sua vez, no Aeroporto de Jujuy (JUJ), você encontra balcões da Hertz, Avis/Budget, Rada e Fit. Nas cidades, existem poucas locadoras. A maior parte delas são empresas pequenas e desconhecidas. Ao realizar o aluguel, dois aspectos devem ser observados: o preço e a modalidade do seguro.
Com relação ao preço, temos que levar em consideração o câmbio para fazer uma viagem mais econômica. Quando você paga na hora, com a moeda local, provavelmente você trocou seu dinheiro no “câmbio blue” e estará pagando quase a metade do preço que teria pago se tivesse reservado com seu cartão de crédito.
Recentemente, o governo argentino vem permitindo, entretanto, que as operações com cartões de crédito emitidos no exterior sejam liquidadas pelo “Dólar MEP”, que é muito mais vantajoso para os turistas que o câmbio oficial que costumava ser utilizado nessas transações. Para saber mais, leia sobre o câmbio na argentina.
No tocante ao seguro, as locadoras costumam oferecer uma cobertura básica com franquia (coparticipação) mais elevada em caso de sinistro, mas existe a possibilidade de pagar uma cobertura adicional, que reduz o valor da franquia. As coberturas variam de locadora para locadora. Faça a sua pesquisa! A propósito, será debitado em seu cartão de crédito o valor correspondente à franquia a título de caução.
Nossa recomendação é ter a cobertura mais ampla possível, tendo em vista que você terá que trafegar por algumas estradas de “ripio”, o que pode acarretar vários danos ao veículo e principalmente aos pneus.
2. Cuidado com as estradas de ‘ripio’
Estradas de ‘rípio’ são vias de cascalho muito comuns na Argentina e no Chile. Essas estradas são uma mistura de terra com cascalho ou seixos, que são do tamanho de uma bola de gude ou até mesmo de uma laranja. São estradas lindíssimas, mas é importante você saber que, por trás de toda essa beleza, esconde-se um grande perigo.
- Exemplos de estradas de rípio: Ruta 33 (trecho da Cuesta del Obispo) e Rota 40, entre Cachi e Cafayate.
Então, ao viajar para o norte da Argentina de carro esteja sempre atento e vá com muita cautela.
Para os brasileiros que estão acostumados a dirigir em estrada de terra, todo cuidado é pouco, pois, o comportamento do carro nas nossas vias não pavimentadas é bem distinto que nas estradas de rípio.
Embora a pista algumas vezes permita desenvolver uma velocidade de mais de 100 km/h, saiba que os pedregulhos tornam a pista escorregadia. Existe o risco de deslizamento, choque com outros carros e até de capotamento. A velocidade máxima que conseguimos atingir no caminho entre Salta e Cachi (Ruta 33), por exemplo, foi de apenas 50km/h.
Por ser uma estrada de pedras arredondas, a tendência do carro nas curvas é de deslizar a traseira. Então, segure firme no volante. Além disso, costuma ventar muito nessas estradas e o vento, às vezes, empurra bastante o veículo.
Outra dica muito importante ao pegar essas estradas é evitar mudar de pista bruscamente, porque são formadas por morros de pedra que passam despercebidos e você pode perder o controle do carro.
Diminua a velocidade ao cruzar com outro automóvel para uns 30 km/h, isso evita que você jogue pedras em outros carros e danifique um farol ou para-brisas, por exemplo.
E, por fim, evite pegar estas estradas à noite.
Para viajar pelo norte de Argentina de carro, o ideal é alugar SUVs ou picapes pois, os carros baixos sofrem demais e ainda pode acabar com seu protetor de cárter.’