Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), os cálculos renais afetam cerca de 10 milhões de brasileiros
De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), os cálculos renais, mais conhecidos como pedras nos rins, afetam cerca de 10 milhões de brasileiros. A condição, dolorosa, nada mais é que uma “massa” pequena e dura (por isso o nome “pedra”) formada a partir de resíduos na urina que não foram eliminados adequadamente. Essas substâncias podem provocar dores intensas, hemorragias, infecções e bloqueio do fluxo urinário.
O cálculo renal abrange todas as idades, inclusive crianças e adolescentes. O risco atinge o pico por volta dos 30 anos, tanto para os homens quanto para as mulheres. O quadro é comum entre pessoas cuja dieta é muito rica em proteína animal, vitamina C ou que não bebem água suficiente, podendo ser, também, hereditário.
O nefrologista Luiz Roberto de Sousa Ulisses, coordenador do Programa de Transplante Renal Hospital Santa Lúcia, em Brasília, disse, anteriormente, ao Metrópoles, que as pedras nos rins começam com uma dor de grande magnitude nas costas, passando para a região perineal, onde ficam os órgãos genitais. O que dói, segundo ele, não é a formação das pedras, mas sim a tentativa do organismo de expulsá-las.
As pedras nos rins começam com uma dor de grande magnitude nas costas
Há quem compare esse incômodo com a dor do parto, mas não há escala médica que comprove isso, conforme o profissional declarou. Outros sintomas do cálculo renal são: sangue na urina, náuseas, vômitos, bloqueio do fluxo da urina, em casos graves; e febre (em casos de infecção).
A maioria das pedras pode ser eliminada sem intervenção médica. Mas, no caso mais graves, deve-se consultar um profissional para iniciar um tratamento. Via de regra, os pacientes são submetidos a uma cirurgia em que os médicos inserem um tubo temporário na uretra para desviar o cálculo que está causando a obstrução.
Beber café aumenta ou diminui o risco de pedras nos rins?
Embora os pesquisadores ainda estejam examinando a relação entre beber café e o risco de formação de pedra nos rins, estudos recentes têm mostrado que o consumo de cafeína pode ajudar a prevenir essa condição.
Visto que o café tem propriedades diuréticas, ou seja, faz com que a pessoa faça xixi com mais frequência, o indivíduo pode acabar entendendo que ingerir a bebida o faz desidratar, aumentando, portanto, o risco de cálculos renais. Entretanto, dados sugerem o contrário.
Um estudo de outubro de 2021 da National Kidney Foundation apontou que a cafeína tem ação protetora e pode, na verdade, reduzir o risco de cálculos renais. De acordo com a análise, beber uma xícara ou uma xícara e meia por dia diminui essas chances em até 40%.
Outra pesquisa divulgada em 2021 pela mesma fundação revelou que pessoas que bebiam café ou chá eram menos propensos a desenvolver o quadro do que pessoas que não bebiam líquidos com cafeína. Nesse estudo, a água mostrou aumentar o fluxo de urina, o que levou a uma maior proteção contra cálculos renais.
Já uma revisão sistemática e meta-análise divulgada pela International Urology and Nephrology em julho de 2022 foi de encontro à tese principal desta matéria ao descobrir que uma maior ingestão de cafeína pode estar, sim, associada a um menor risco de cálculos renais. As análises de subgrupo indicaram que esse consumo teve uma relação inversa com a incidência da condição em todos os subgrupos.
Como prevenir as pedras nos rins
A fim de evitar o surgimento do doloroso quadro, os especialistas recomendam beber mais água e reduzir o consumo de sódio e cálcio. Já Luiz Roberto de Sousa Ulisses sugere que cada pessoa esteja ciente do histórico familiar de pedra nos rins. “Se torna crise quando a pedra quer sair, quando ela machuca. Então, eu sempre chamo atenção para o histórico familiar, beber no mínimo dois litros de água e para o acompanhamento com um nefrologista”, falou ao Metrópoles à época.
Outro fator relacionado ao cálculo renal é a má alimentação. A prevenção pode ser feita com a ingestão de frutas cítricas ricas em citrato, substância que mantém o PH da urina em um nível adequado para evitar a formação das pedras.
Diminuir as bebidas alcóolicas do plano alimentar e praticar atividades físicas regulares também são práticas cruciais.
Fonte: Metrópoles