A Arcturus está presente em mais de 30 países. Autoridades de saúde chamam atenção para a importância da vacinação com dose de reforço
O primeiro caso brasileiro de infecção pela variante Arcturus O primeiro caso brasileiro de infecção pela variante Arcturus (XBB.1.16) do coronavírus foi confirmado nessa segunda-feira (1º/5) pela Prefeitura de São Paulo. A cepa é classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma variante de interesse (VOI, na sigla em inglês) por ter características que conferem a ela maior vantagem de transmissão. (XBB.1.16) do coronavírus foi confirmado nessa segunda-feira (1º/5) pela Prefeitura de São Paulo. A cepa é classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma variante de interesse (VOI, na sigla em inglês) por ter características que conferem a ela maior vantagem de transmissão.
A nova linhagem já é relacionada a um pequeno aumento de casos de Covid-19 em alguns países, fazendo com que autoridades de saúde reforcem a importância da vacinação com a dose de reforço para atualizar a proteção contra o vírus.
“A vacinação continua sendo uma medida importante de proteção contra as formas graves da Covid-19, hospitalizações e mortes. Infelizmente, se as pessoas não se vacinam e aparecem novas variantes, elas ficam mais suscetíveis”, afirma a médica imunologista e alergista Ana Karolina Barreto Marinho, membro do Departamento Científico de Imunização da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).
Como surgiu?
O primeiro caso de XBB.1.16 foi sequenciado em janeiro deste ano, na Índia. Desde então, ela chegou em ao menos 34 países, incluindo os Estados Unidos, Singapura, Austrália, Canadá, Brunei, Japão e Reino Unido. Nos EUA, aproximadamente 10% dos novos casos de Covid-19 sequenciados na última semana (396) foram positivos para a nova variante.
A Arcturus é uma linhagem derivada da Ômicron XBB, uma recombinante de duas linhagens descendentes BA.2. A XBB.1.16 tem um perfil genético semelhante à outra variante de interesse, a XBB.1.5, com mutações adicionais dos aminoácidos E180V e K478R na proteína spike, responsável por fazer a ligação com as células humanas.
“O coronavírus veio para ficar e está sempre em evolução. Outras variantes vão aparecer a todo momento”, afirma o professor do Departamento de Biologia Celular da Universidade de Brasília (UnB) Bergmann Ribeiro.
O professor pondera que a variante está infectando as pessoas mais suscetíveis, que não se imunizaram com as doses de reforço. “Aquelas que tomaram vacina contra a Ômicron (bivalente) têm uma certa proteção”, afirma.
É mais perigosa?
Até o momento, pesquisadores que estudam o coronavírus não encontraram características que indiquem que a Arcturus seja uma variante de preocupação, assim como é a Ômicron e foram a Alfa, Beta, Delta e Gama no passado.
A avaliação de risco global da OMS é baixa em comparação com a cepa anterior, a XBB.1.5, e outras sublinhagens atualmente em circulação. No entanto, acredita-se que ela pode se tornar dominante em alguns países e causar um aumento na incidência de casos devido à sua vantagem de crescimento e características de escape imunológico.
Na Índia e na Indonésia, houve um ligeiro aumento no número de leitos ocupados. No entanto, os níveis são muito mais baixos do que os vistos nas ondas decorrentes de variantes anteriores.
“Embora a vantagem de crescimento e as propriedades de escape imunológico sejam observadas em diferentes países e antecedentes imunológicos, nenhuma alteração na gravidade foi relatada em países onde o XBB.1.16 está circulando”, afirma a OMS em boletim epidemiológico publicado em 17 de abril.
Quais são os sintomas esperados?
Algumas pessoas infectadas relataram o aparecimento de sintomas semelhantes a uma conjuntivite, como coceira e sensação de viscosidade nos olhos. Os sinais podem vir acompanhados de febre alta, tosse e problemas respiratórios.
“Por ser o mesmo vírus, com apenas algumas mutações, a maioria dos sintomas serão parecidos e um ou outro novo pode aparecer”, esclarece a imunologista Ana Karolina.
A semelhança com sintomas de outras infecções virais respiratórias, como influenza, pode dificultar o diagnóstico clínico. Por isso, o isolamento e a realização de testes diagnósticos se fazem necessários para evitar a transmissão do vírus, segundo ela. “Apenas através dos sintomas é difícil saber se o paciente foi infectado pela Arcturus, por uma outra variante, ou por outro agente”, afirma.
Fonte: Metrópoles