Os sintomas do bruxismo enfraquecem os dentes e causam prejuízos na qualidade de vida dos pacientes
A pandemia da Covid-19 levou ao adoecimento de milhões de pessoas. Além das infecções provocados pelo coronavírus, as consequências psicológicas do isolamento social, das perdas familiares e do medo de adoecer levaram a um aumento dos casos de ansiedade e depressão em todo o mundo. Tais quadros psicológicos podem manifestar sintomas físicos nos pacientes, como o bruxismo.
O bruxismo é um problema multifatorial – não há uma única causa, mas várias. Estudos sugerem existir uma relação forte com o estilo de vida. De acordo com a literatura médica, as pessoas que sofrem de ansiedade, estresse, refluxo gastroesofágico, distúrbios do sono, como roncar e babar no travesseiro e dificuldades de concentração são mais propensas a desenvolver o problema.
A cirurgiã bucomaxilofacial Patrícia de Queiroz esclarece que os sintomas do bruxismo não se limitam somente a ranger os dentes durante a noite. “Trata-se de um comportamento onde o indivíduo range, aperta, bate ou encosta os dentes de forma involuntária, podendo ocorrer quando se está dormindo (bruxismo do sono), sendo facilmente identificado pela produção de sons; ou acordado (bruxismo em vigília), manifestando-se principalmente em momentos de estresse”, afirma a doutora Patrícia.
Entre os efeitos mais comuns do bruxismo, é possível observar o enrijecimento da musculatura da mandíbula ao acordar, dando a impressão de que os músculos estão “duros”. O paciente pode sofrer também um estalo ao abrir a boca pela manhã, juntamente com dores de cabeça persistentes, podendo variar de moderada a intensa.
Os dentes também sofrem com os efeitos do bruxismo. Eles podem apresentar desgaste nas pontas, podendo evoluir para a destruição de parte deles. Em casos mais extremos, podem ocorrer até mesmo fraturas que podem levar à perda do dente. Desta forma, ao observar estes sintomas, é importante procurar um cirurgião dentista para a avaliação correta.
Tratamento
O bruxismo não tem cura mas, a partir do momento que é identificado, ele pode ser controlado para evitar danos mais graves às estruturas envolvidas. “O tratamento, de forma geral, consiste no uso de uma placa oclusal durante o sono, visando proteger os dentes do desgaste e alívio da musculatura local ao controlar a região e impossibilitar os movimentos da mandíbula. Mudanças de hábitos têm suma importância no bruxismo em vigília”, afirma Patrícia.
A cirurgiã bucomaxilofacial esclarece que, nos casos mais graves, o tratamento é feito com o acompanhamento de profissionais como psicólogos, psiquiatras e fisioterapeutas.
Fonte: Metrópoles