Encerrado o julgamento TSE do TSE que tornou Jair Bolsonaro (PL) inelegível, a ordem dentro do Palácio do Planalto é parar de falar no ex-presidente e traçar estratégias para derrotá-lo nas principais cidades nas eleições municipais de 2024, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Assim, o governo pretende enfraquecê-lo ainda mais politicamente. A avaliação é que, se a economia seguir se recuperando, as chances de candidatos apoiados por Lula e seu grupo serão maiores, reduzindo o espaço da extrema direita, fortalecendo o centro, e isolando candidatos apoiados por Bolsonaro.
Em São Paulo, o ex-presidente já está tentando adotar uma estratégia para tentar ganhar a prefeitura da capital apoiando o atual prefeito, Ricardo Nunes, do MDB. Ou seja, um nome de centro, e não da extrema direita. Exatamente sabendo que haverá esforços para tentar isolar o seu grupo político mais próximo.
No Rio, o presidente Lula tende a apoiar a reeleição do atual prefeito, Eduardo Paes, do PSD, partido que integra a sua base eleitoral. Bolsonaro pode apoiar o lançamento de seu vice, Braga Netto, que não ficou inelegível.
Em Belo Horizonte, o PT não tem um candidato forte e busca uma aliança para evitar que um candidato apoiado pelo ex-presidente vença a disputa na capital mineira.
Enquanto isso, no PL, a avaliação é que a condenação do ex-presidente Bolsonaro no TSE reduz o seu poder político dentro do partido no médio prazo.
Por enquanto, a estratégia do comando do partido é manter o ex-presidente em evidência visando as eleições municipais do próximo ano, e torná-lo cabo eleitoral em 2026.
Mas os interlocutores de Valdemar da Costa Neto avaliam que o ex-presidente vai chegar em 2026 mais dependente do partido do que o partido dele. Vai, pelo menos, equilibrar as forças dentro do PL. Hoje, Bolsonaro se sente dono da sigla, que tem dono, Valdemar da Costa Neto.