Cachoeiras, vulcões, geleiras e águas termais formam cenários deslumbrantes no país nórdico, onde tudo é, literalmente, uma explosão da natureza
A Islândia é daqueles países surpreendentes em todos os sentidos, não importa a localização. Território de contrastes, o gelo e o fogo coexistem em uma verdadeira aula de geologia a céu aberto.
Assim, as paisagens mudam a cada quilômetro e arrancam um “uau” sincero dos turistas.
Destino da quinta temporada do CNN Viagem & Gastronomia, a Islândia vai além de sua capital Reykjavik e presenteia viajantes com vulcões, geleiras, cachoeiras e águas termais, para listar o básico.
Além das aventuras que aceleram o coração, o país oferece de bandeja cenários para lá de deslumbrantes, em que tudo é, literalmente, uma explosão da natureza.
A seguir, de vulcão a glaciar, confira 5 atividades básicas para fazer em uma viagem à Islândia:
Caminhada em vulcão ativo
A atividade vulcânica da Islândia torna o país um local fascinante: está localizado em uma fenda entre duas placas tectônicas e há cerca de 30 sistemas vulcânicos ativos com ao menos um evento vulcânico a cada quatro anos no país.
Quando um deles entra em erupção, é uma verdadeira corrida turística ver de perto o espetáculo da natureza. A cerca de uma hora de Reykjavik, ou 40 km, está um dos mais especiais, o vulcão Fagradalsfjall.
Ele se estende por várias proeminências ao longo de um grande terreno e o entorno concentra lava recém-formada e crateras vulcânicas. Operadores turísticos oferecem visitas guiadas ao local, em que os passeios podem incluir também transporte de ida e volta a partir de Reykjavik.
Interessante é que o vulcão acordou de um sono de seis mil anos em 2021 ao entrar em erupção; no ano seguinte ocorreu mais uma erupção – desta vez sem cinzas nem interrupções nos voos.
Além da caminhada, uma das maneiras mais especiais de se visitar o local é de helicóptero, com sobrevoo e pouso com direito a caminhada. Há empresas que oferecem o passeio a partir de Reykjavik com destino a Península de Reykjanes, onde fica o Fagradalsfjall. Os passeios de helicóptero podem partir de cerca de 53 mil coroas islandesas (cerca de R$ 1.900).
Apesar das erupções recentes, andar pelo local não é considerado perigoso, já que a atividade vulcânica daqui não é explosiva. É um local seguro de se visitar, em que os próprios órgãos de turismo incentivam a visita.
Outros vulcões ativos também podem ser visitados de perto e oferecem passeios, como o Katla e o Hekla, este último bem próximo da capital Reykjavik.
Mas caso queira entender ainda mais como funcionam os vulcões no país – e como eles literalmente ajudam a moldar a Islândia -, a dica é uma visita ao Lava Centre, a 1h30 da capital, na pequena vila de Hvolsvöllur.
Trata-se de uma exposição educacional que explora a geologia e os sistemas vulcânicos do país com ajuda de salas interativas, artefatos, filmes e gráficos. Fica aberto todos os dias das 9h às 17h, e a entrada sai por cerca de 4.390 coroas islandesas (cerca de R$ 150).
Visitar cachoeiras deslumbrantes
As cachoeiras formam um dos atrativos mais conhecidos – e cobiçados – da Islândia. São grandes quedas d’água que lavam a alma e formam cenários tanto deslumbrantes quanto fotogênicos.
A começar, o Círculo Dourado, uma das rotas cênicas mais conhecidas do país, guarda a Gullfoss. Não é apenas uma, mas sim duas cachoeiras: uma superior com cerca de 11 metros de queda e outra inferior com 21 metros.
Sua forma incomum faz dela um ponto superfotogênico e sua força também é impactante: o órgão de turismo da Islândia diz que, em média, 100 mil litros de água glacial correm no cânion a cada segundo e descem os 32 metros abaixo.
Com isso, um arco-íris é formado na frente da cachoeira em dias mais ensolarados. A melhor época para visitar a Gullfoss é no verão, com clima ameno e dias mais longos. Já o inverno exige cuidados, uma vez que a cachoeira pode ficar parcialmente congelada e as trilhas ficam escorregadias.
Além do Círculo Dourado, o Sul da Islândia guarda duas joias da natureza formadas pela água dos glaciares: a Skógafoss e a Seljalandsfoss.
A primeira é uma queda de cerca de 60 metros no rio Skógá, na vila de Skógar. O rio, inclusive, contém peixes como salmão e truta do Ártico – pescadores podem ser vistos de julho a outubro.
Além do nível do chão, a cachoeira também pode ser apreciada de cima a partir da subida em um morro equipado com mirante.
A Seljalandsfoss, que fica a cerca de 30 km da vila de Skógar também é imperdível e possui uma queda de 65 metros. Uma das mais famosas de toda a Islândia, seu diferencial está no percurso: é possível passar por detrás da queda d’água graças à formação natural do paredão rochoso.
A dica aqui é a mesma da Gullfoss: durante o inverno, a área ao redor da cachoeira pode ser perigosa, já que a trilha é escorregadia e grandes pedaços de gelo chegam a cair de cima.
Banhos relaxantes em águas termais
Águas geotérmicas são maravilhas naturais que fazem parte da identidade da Islândia. As águas quentinhas possuem benefícios para o corpo e os banhos são uma tradição desde que a ilha ainda era um assentamento.
Um dos mais procurados e conhecidos complexos de águas termais é o Blue Lagoon, a 40 minutos da capital Reykjavik, ideal para um bate e volta.
Uma grande lagoa natural tem água que beira os 38°C, cuja origem fica a mais de dois mil metros dentro da terra. Ela é atraída para a superfície por poços de extração geotérmica e sai enriquecida com sílica, algas e minerais.
Para passar algumas horas relaxando nas águas é preciso fazer reserva. O pacote mais em conta para um dia sai por cerca de 8.990 coroas islandesas (cerca de R$ 320), que dá direito a uma máscara de sílica para o rosto, toalha e bebida.
Outro local para lá de especial com as águas quentes é o Sky Lagoon, em Kopavogur, a 15 minutos de carro da capital. O complexo tem piscina de borda infinita de 70 metros com temperaturas de até 40°C e vistas deslumbrantes para o Atlântico Norte – se o turista tiver sorte, até as luzes da aurora boreal podem ser vistas dali.
O spa ainda dispõe de piscina de águas geladas vindas de uma geleira, sauna e um espaço com névoa fria.
Outro local bastante conhecido é o Mývatn Nature Baths, no norte do país, que fica em um campo de lava perto do Lago Mývatn, ótimo para admirar as paisagens ao redor e, possivelmente, ver a aurora boreal no inverno.
Paradinha na praia
Uma praia não é necessariamente o primeiro cenário que vem à mente quando se pensa na Islândia. Um dos cartões-postais do país, porém, é uma praia, mas não qualquer uma: a Reynisfjara possui areias pretas e apresenta um choque da natureza com o agito das águas do Atlântico Norte.
Situada a cerca de 180 km de Reykjavik, a praia apresenta areais do tipo em razão da atividade vulcânica, uma vez que é formada por lava fervente que flutuou pela costa e, ao se encontrar com a água fria, se solidificou ao longo de milhares de anos.
Mas as maravilhas do local não param por aí. A praia tem cenário composto por cavernas, formações rochosas e muitas pedras, assim como colunas de basalto, que, além de intrigantes, são para lá de fotogênicas.
Mas a Reynisfjara não é a única praia a chamar a atenção de turistas pelo país. A Diamond Beach, no Sul, recebe esse nome em decorrência dos pedaços de icebergs espalhados pelas areias negras.
Outra no radar, mas bem mais afastada das principais atrações, é a Rauðisandur, a cerca de 395 km da capital. Ela possui uma areia avermelhada e é rodeada por penhascos imponentes e pastagens em um cenário intocado.
Ver e andar em um glaciar
Com 595 km² e pico acima dos 1.500 metros de altitude, o glaciar Mýrdalsjökull tem cenários para lá de pitorescos ao norte da cidadezinha de Vík. Turistas são convidados a andar no glaciar e passear pelo local a bordo de uma moto adaptada.
Trenós puxados por cães, escalada e scooter no gelo são algumas das atividades que podem ser feitas na geleira ao lado de guias.
Com o snowmobile é possível ainda chegar até as redondezas do vulcão Katla, um dos vulcões mais poderosos do mundo e última grande erupção registrada há 105 anos – segundo geologistas, uma erupção pode estar próxima.
Este tipo de passeio tem valores em média por cerca de 28.900 coroas islandesas (cerca de R$ 1 mil).
Além do Mýrdalsjökull, o país é recheado de outras geleiras igualmente impressionantes. Uma das mais comentadas é a Vatnajökull, que fica dentro do Parque Nacional Vatnajökull, um dos maiores parques nacionais da Europa. A Diamond Beach, inclusive, fica pelas redondezas.
Entre as maiores geleiras está também a Langjökull, facilmente acessada a partir do Círculo Dourado. Ela é uma das mais procuradas para aventuras em cima de jeeps e snowmobiles e é possível passar por um túnel de gelo artificial que permite que os turistas andam por dentro da geleira.
Já bem próxima da capital há a Snæfellsjökull, uma das mais populares devido à proximidade de Reykjavik. Não é considerada uma das mais impressionantes, mas garante belos visuais em dias de tempo mais limpo.
Fonte: CNN Brasil