Estudo apresentado no Congresso da Sociedade Americana de Oncologia mostrou que nova terapia-alvo tem resultado superior ao uso de quimioterapia e que pode reduzir o risco de morte

Julho é o mês da conscientização sobre o câncer de bexiga, o segundo mais comum do trato urinário e o décimo segundo mais freqüente na população Brasileira, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer. Ainda de acordo com o INCA, são esperados 11.370 novos casos de câncer de bexiga para o Brasil. Dentre os diferentes subtipos de câncer de bexiga, o carcinoma urotelialcorresponde a cerca de 85% dos casos, sendo caracterizado pelo crescimento de células malignas no tecido urotelial que reveste a parede interna da bexiga.

A ciência tem evoluído e sinaliza um presente e futuro com boas perspectivas. Isso porque cada vez mais os médicos lançam mão de alternativas de terapias mais personalizadas e individualizadas o que trazem benefícios efetivos à qualidade de vida do paciente.

“Felizmente, temos vivenciado uma transformação no tratamento do câncer de bexiga, através da incorporação bem-sucedida de novas modalidades de tratamento, como a imunoterapia, a terapia-alvo e os anticorpos conjugados a drogas no manejo do câncer de bexiga em diferentes cenários. Estas drogas, por possuírem um mecanismo de ação mais moderno, muitas das vezes apresentam perfis de eficácia e segurança mais favoráveis do que a utilização de quimioterapia”, afirma o oncologista da Oncoclínicas, em Brasília, Daniel Vargas.

Ainda de acordo com o oncologista, no último congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, a ASCO, que aconteceu no mês passado foi apresentado o resultado de um grande estudo neste cenário. “Trata-se do estudo THOR, que demonstrou que a utilização de erdafitinibe, uma terapia-alvo direcionada à mutação do FGFR (alteração genética presente em cerca de 20-30% dos pacientes com câncer de bexiga avançado) é superior ao uso de quimioterapia. Ou seja, além de possibilitar a utilização de um tratamento oral e personalizado para o paciente, aqueles que receberam erdafitinibe tiveram uma redução de 36% no risco de morte em comparação ao uso de quimioterapia. Realmente, trata-se de um momento muito importante e com grandes novidades para os pacientes portadores desta doença”, afirma o médico.

Sintomas

Em seu estágio inicial, o câncer de bexiga pode ser assintomático. Os sinais e sintomas desse tumor são variáveis dependendo do estágio da doença e podem, por vezes, ser confundidos com outras doenças do sistema urinário, como: sangramento na urina, aumento da vontade para urinar, dor na região inferior da barriga, entre outros. É importante que o diagnóstico seja feito assim que sejam identificados os primeiros sintomas, pois dessa forma é possível iniciar o tratamento mais adequado, evitar complicações e aumentar as chances de cura.

Fatores de risco

De acordo com o oncologista da Oncoclínicas, em Brasília, Daniel Vargas o tabagismo é a principal causa do tumor. “ Isto ocorre, pois no ato de fumar, as substâncias tóxicas metabolizadas pelo organismo são também eliminadas através da via urinária, podendo causar mutações e, consequentemente, a transformação maligna das células que revestem as paredes internas do órgão”.

Outros fatores de risco são:

  • Exposição ocupacional e ambiental a agentes carcinogênicos
  • Exposição à radiação ionizante
  • Condições de inflamação crônica da bexiga, como as Infecções urinárias de repetição
Detecção

Para a investigação inicial do câncer de bexiga, são necessários exames de urina, tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética. Porém o diagnóstico só é estabelecido, de fato, com a realizaçãode cistoscopia e da ressecção transuretral da lesão, um procedimento realizado pelo médico urologista que resultará na biópsia confirmatória da lesão.

Tratamento

A extensão do câncer de bexiga é o que determina o tipo de tratamento. Nos casos mais precoces, o tratamento geralmente envolve a resseção cirúrgica (“raspagem”) da bexiga, podendo ser associada ou não a administração de medicamentos no interior da bexiga.

Em casos um pouco mais avançado, pode ser necessária fazer a cirurgia de remoção parcial ou total da bexiga, associadas ou não à administração de quimioterapia ou imunoterapia antes ou depois da cirurgia. “ Nestes casos, é realizada a confecção de um novo modo de eliminação da urina, seja através da realização de uma derivação chamada de uroteroileostimia (ou cirurgia de Bricker) ou pela confecção de uma nova bexiga utilizando parte do intestino”, explica Daniel Vargas.

A radioterapia, associada ou não à quimioterapia, é também uma alternativa de tratamento para casos específicos da doença e em pacientes específicos.

Prevenção e hábitos saudáveis
  • Não fumar
  • Beber muita água
  • Ter uma dieta balanceada, rica em fibras e frutas
  • Moderar a ingestão de bebidas alcoólicas
  • Praticar atividades físicas regulares

 

 

Fonte: Divulgação