O colesterol pode ser bom ou ruim, mas acomete 4 em cada 10 brasileiros e causa várias doenças quando não é tratado ou evitado
O colesterol é um composto gorduroso que produz a membrana celular, hormônios e vitaminas para o organismo.
Ele é a soma de diferentes tipos que podem estar em níveis mais altos e impedir a passagem de sangue, além de causar várias doenças.
A sua composição tem dois tipos principais: o LDL que é conhecido como “colesterol ruim” e deve ter o nível baixo, e o HDL que é conhecido como “colesterol bom” e tem o nível alto.
O primeiro é aquele que aumenta o risco de problemas do coração, bem como infartos. Já o segundo, protege o organismo contra o ruim.
Entenda o que é ele, os seus tipos, quais são seus tratamentos e como se prevenir.
O que é o colesterol?
Trata-se de um tipo de gordura encontrada na estrutura das membranas celulares e é essencial para o nosso organismo. Normalmente, ele está presente no fígado, nervos, pele, intestinos, coração, músculos e cérebro.
Assim, quando as pessoas consomem alimento com alto teor de gordura, o fígado acaba produzindo mais colesterol do que o necessário e aumenta o nível normal dele, o que prejudica a saúde.
Quais são os tipos de colesterol?
Existem tipos de colesterol que mesmo com a mesma composição mudam o meio de transporte e a sua densidade. Confira a seguir os principais:
Colesterol LDL
Também conhecido como colesterol “ruim”, o LDL é uma lipoproteína de baixa densidade que se acumula nas paredes das artérias sanguíneas e formam placas de gordura.
Normalmente, o seu nível deve estar abaixo dos 130 mg/dL para pessoas saudáveis, e 70 mg/dL para pessoas que têm algum quadro de risco.
Assim, quando os níveis estão elevados, ela impede a passagem de sangue e aumenta o risco de desenvolver doenças, como infarto do miocárdio, derrame cerebral e insuficiência arterial.
Colesterol HDL
Conhecido como colesterol “bom”, o HDL é uma lipoproteína de alta densidade que tem como principal função extrair o LDL das artérias e eliminá-lo depois de levá-lo ao fígado.
Dessa maneira, quanto maior são os seus níveis, menor será o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, que precisam ser superiores a mg/dL de sangue.
Qual é a sua função no organismo?
A sua função é produzir alguns hormônios e vitaminas que são essenciais para o organismo. Além disso, ele pode reparar células lesadas e digerir a gordura na alimentação.
Aproximadamente 70% do colesterol produzido pelo fígado no organismo origina alguns hormônios, como testosterona, vitamina D, estrogênio e cortisol. Os outros 30% são formados pelo que as pessoas comem.
“Geralmente, para as pessoas sem antecedentes e sem fatores de risco, objetiva-se níveis de LDL de 130 mg/dL”, explica Leandro Santini, cardiologista do Hospital Albert Einstein.
“Para pacientes com risco intermediário de infarto e AVC, os níveis ideais são LDL de 100 mg/dL. Por fim, para os que possuem alto risco cardiovascular a meta é LDL de 70 mg/dL”, complementa.
Quando o colesterol se torna um problema?
Embora seja reconhecido como algo ruim, ele faz parte da estrutura das células do organismo e é essencial para a produção de alguns hormônios, vitaminas e para formar ácidos biliares, que são substâncias que atuam na digestão.
Assim, ele desempenha funções importantes no organismo humano.
O colesterol acima de 250 mg/dL, com o LDL que ultrapassa 160 mg/dL e o HDL abaixo de 30 mg/dL, constatado no exame de sangue, identificam a doença.
Quando ela é detectada cedo, é possível prevenir, ainda mais quando não costuma causar sintomas. No entanto, os exames devem ser feitos com frequência principalmente por pessoas que estão acima do peso e tem uma alimentação desregulada.
Quais são os níveis normais do colesterol?
Existem alguns níveis de colesterol que são classificados como ideal, superior e invejável. Confira detalhes sobre cada um deles:
Ideal
O nível ideal deve ser menor que 200 mg/dL no colesterol total (que é a soma de todas as frações de colesterol), menor que 100 mg/dL de LDL e maior que 50 de HDL.
Superior
Já quando o nível está superior, o colesterol total está entre 200 mg/dL e 240 mg/dL, o LDL entre 100 mg/dL e 160 mg/dL e o HDL entre 35 mg/dL e 49 mg/dL.
Indesejável
Por fim, quando ele está indesejável, fica com o colesterol total maior que 240 mg/dL, o LDL maior que 160 mg/dL e o HDL maior que 35 mg/dL.
O que contribui para o colesterol ficar alto?
Várias são as causas que podem fazer ele ficar alto e está ligado ao estilo de vida de cada pessoa.
Geralmente, o que contribui para isso é o sedentarismo, a obesidade, a má alimentação e o tabagismo.
No entanto, ainda existe a possibilidade de ele estar associado às questões genéticas, que é conhecida como Hipercolesterolemia Familiar (HF) e impede o fígado de remover o excesso de LDL.
O seu controle é possível a partir de uma alimentação saudável e atividade física.
Sintomas e possíveis tratamentos
Mesmo que o colesterol apresente sintomas que são silenciosos, quando está muito alto, pode causar:
- falta de ar;
- palpitação;
- dor no peito.
O tratamento é feito com medicamentos, como as estatinas, que podem ser combinadas com a ezetimiba, colestiramina e ácido nicotínico. A combinação deve ser verificada com o médico para o caso de cada pessoa.
Outro tratamento em expansão, que ainda não é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é realizado com o uso de injeções. Elas reduzem em até 60% o nível alto do colesterol. Nos casos mais graves, é preciso a intervenção cirúrgica pouco invasiva.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a hipercolesterolemia familiar (HF) acomete 10 milhões de pessoas no mundo e 300 mil no Brasil.
“Um hábito alimentar com consumo alto de carnes vermelhas, gorduras saturadas e alimentos ultraprocessados, favorece a hipercolesterolemia e aumenta o risco das doenças cardiovasculares”, explica a pesquisadora do Ministério da Saúde, Ana Luisa Souza de Paiva Moura.
“Se o padrão alimentar for equilibrado, a pessoa pode ter uma vida saudável e manter o colesterol em concentrações adequadas”, completa.
A especialista alerta que o problema não está limitado a apenas uma faixa etária. “Pessoas de qualquer idade, até mesmo crianças, podem ter colesterol alto.
Isso pode se dar por questões genéticas, mas em grande parte está ligado à inatividade física e à má alimentação”, afirma.
Dúvidas frequentes
Depois de conhecer todas as informações sobre o colesterol, veja algumas perguntas frequentes para ficar ainda mais claro.
Quando é que o colesterol é considerado alto?
É considerado alto quando os valores estão acima de 240 mg/dL e ligeiramente alto quando os valores estão entre 200 mg/dL e 239 mg/dL.
Qual é o valor normal de colesterol total?
O seu valor é normal quando está abaixo de 190 mg/dL.
O que é bom para ajudar a baixar o colesterol?
Um estilo de vida saudável pode ajudar a baixar o colesterol, o que inclui:
- fazer atividades físicas regularmente;
- comer alimentos ricos em fibras;
- consumir gorduras saudáveis;
- comer alimentos probióticos;
- consumir frutas cítricas que são ricas em fibras solúveis, além de ter altas doses de vitamina C;
- consumir nozes, leguminosas e cereais em geral;
- consumir leite e derivados com menos gordura;
- consumir peixes e frango sem pele.
Quem está com o colesterol alto pode comer ovo?
Pode sim. Pois os ovos não aumentam o HDL e não aumentam a doença cardíaca.
Fonte: CNN Brasil