Ao contrário do que diz o senso comum, espirrar não é algo que incontrolável, mas é possível interromper a ação. Porém, faz mal à saúde
O espirro é um ato reflexo para tentar livrar as vias aéreas de substâncias irritantes. Por isso, quando estamos doentes, perto de pólen ou de pelos de animais, sentimos mais vontade de espirrar.
Embora pareça um ato incontrolável (e, muitas vezes, bastante barulhento), o espirro pode ser interrompido. Entretanto, a ação é contra-indicada e pode trazer consequências graves à saúde, incluindo o rompimento de aneurismas cerebrais.
Para compreender os riscos, é preciso entender a mecânica do espirro. A ação é uma espécie de válvula de emergência que as células sensoras do nariz acionam para alertar o cérebro sobre a presença de uma quantidade grande de agentes externos potencialmente perigosos para a respiração.
A partir desse aviso, o corpo se prepara para espirrar e expulsar os invasores. A ação acontece em duas fases que podem ser divididas pensando na onomatopeia do espirro: a-tchim.
Primeiro, há uma inspiração rápida (ah), seguida de uma contração do diafragma e dos pulmões, que retira o ar de uma vez do corpo, limpando as vias aéreas (tchim). É entre uma fase e outra que se pode barrar o espirro.
“Você pode parar um espirro segurando o nariz ou pressionando o dedo por baixo dele”, explicam as médicas Theresa Larkin e Jessica Nealon, professoras da Universidade de Wollongong, na Austrália, em artigo publicado no site de divulgação científica The Conversation.
Por que não cortar o espirro?
Porém, elas reforçam que essa não é uma boa ideia. Ao bloquear o nariz durante um espirro, a pressão nas vias aéreas do rosto é cinco a 20 vezes maior do que quando a ação acontece livremente. Um espirro comum pressiona o nariz, a boca e as fossas nasais 30 vezes mais do que a respiração pesada durante uma corrida, por exemplo.
Se o episódio é interrompido, toda essa pressão não consegue sair do crânio. “Ela tem que ser transmitida para outro lugar e pode danificar olhos, ouvidos ou vasos sanguíneos. Embora o risco seja baixo, há relatos de rupturas de aneurismas cerebrais ou de garganta e até colapso pulmonar”, afirmam Theresa e Jessica.
Portanto, o melhor é deixar o espirro fluir e cobrir nariz e boca para diminuir as secreções que são lançadas para fora do corpo. “Se quiser evitar espirrar, o melhor é não ter contato com as coisas que irritam as mucosas nasais ou tentar controlar o espirro para ser menos ruidoso”, recomendam as especialistas.
Fonte: Metrópoles