Estudo sugere que o risco para cada tipo de tumor pode variar se o parente é infértil ou se tem baixa contagem de espermatozoides
Pessoas que possuem familiares com problemas de fertilidade podem ter um risco maior de desenvolver diferentes tipos de câncer, segundo estudo publicado nesta quinta-feira (22). No entanto, o risco pode variar dependendo se o homem é infértil ou tem baixa fertilidade.
Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, analisaram a contagem de espermatozoides de 360 homens que produziram menos de 1,5 milhão de espermatozoides por mililitro de sêmen, o que é considerada uma contagem baixa. Além disso, foram analisados 426 homens que não produziram nenhum espermatozoide. Os resultados foram publicados na revista científica Human Reproduction.
Esses homens com problemas de fertilidade foram pareados por idade com mais de 5.600 homens que tinham pelo menos um filho biológico. Em seguida, os pesquisadores utilizaram informações dos bancos de dados de Utah sobre diagnósticos de câncer entre parentes de primeiro, segundo e terceiro grau dos participantes do estudo.
Os investigadores descobriram que parentes dentro das três gerações de homens com baixa contagem de espermatozoides tinham maior probabilidade de ter câncer de cólon e de testículo, em comparação com a população em geral.
Já os parentes de homens inférteis apresentaram maior probabilidade de desenvolver sarcomas, linfoma de Hodgkin e câncer de útero e de tireoide. Para os dois grupos, o risco de câncer ósseo e nas articulações também era mais elevado em comparação com a população em geral.
Somado a isso, os investigadores também utilizaram um software desenvolvido especialmente para identificar tendências de risco aumentado de câncer em 34 partes do corpo em diferentes famílias — tanto nos grupos de homens férteis, quanto nos inférteis.
Segundo os resultados do estudo, entre os familiares de homens inférteis, dois terços não apresentavam risco aumentado de câncer em comparação com a população em geral. No entanto, o restante tinha risco significativamente alto para vários tipos de tumores, que variavam entre as famílias.
Além disso, entre os familiares de homens com baixa contagem de espermatozoides, todos apresentavam um risco aumentado para pelo menos um tipo de câncer em comparação com a população em geral, mas a extensão do risco e o tipo de tumor variavam entre as pessoas.
Joemy Ramsay, uma das autoras do estudo, explica que mais estudos devem ser feitos para entender por que existe essa relação entre fertilidade e câncer e se fatores genéticos ou ambientais estariam relacionados.
Fonte: CNN Brasil