Produção caiu quase 25% entre abril e maio, de acordo com a Anfavea
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou o tamanho do prejuízo do mês de maio na indústria automotiva. Ao todo, 167 mil veículos foram produzidos no quinto mês do ano, representando queda de 24,9% na comparação com as 222 mil de abril. De acordo com a entidade, 43 mil unidades não saíram das linhas de produção por dois principais motivos: enchentes no Rio Grande do Sul e greves.
A tragédia no Rio Grande do Sul afetou diversos setores da indústria. As vendas de carros usados, por exemplo, caíram 78% no estado em maio, e a linha de montagem da fábrica da Chevrolet em Gravataí, município a 23 km de Porto Alegre, ficou fechada por quase duas semanas.
A Anfavea contabiliza automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões na conta e totaliza que cerca de 12 mil veículos não foram produzidos em maio por causa das enchentes. Certamente a paralisação de Gravataí tem grande contribuição nesta soma, afinal, lá são produzidos Onix e Onix Plus — modelos que estão entre os mais vendidos do Brasil.
Em números absolutos, o Rio Grande do Sul, que representa 5% do total das vendas de veículos novos no país, teve queda de 64% em maio em relação a abril — a Anfavea não revela a quantidade exata de unidades. Já em termos nacionais, a retração foi de 12% na comparação de um mês para o outro, caindo de 217,6 unidades para 194,3 mil.
Greves
Além de Gravataí, outra fábrica ficou fechada por um longo período em maio, mas por outro motivo: greve. Por 29 dias, os funcionários da fábrica da Renault em São José dos Pinhais (PR) paralisaram a linha de produção onde Kwid, Stepway, Kardian, Oroch e Duster são feitos.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba as operações voltaram a acontecer na última quarta-feira (5) após a promessa da Renault de apresentar uma nova proposta para o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), motivo pelo qual os funcionários iniciaram a greve que durou praticamente um mês.
Outra greve — essa sem previsão de terminar — é de funcionários do Ibama e do Ministério de Agricultura e Pecuária (MAPA), que são os responsáveis por liberações ambientais de veículos e contêineres de componentes. A paralisação começou no início de janeiro e a Anfavea especulou que até a segunda semana de maio quase 50 mil carros estavam parados no portos.
De acordo com a Anfavea, essas greves fizeram o Brasil não produzir 28 mil veículos que, somados aos 12 mil já mencionados por causa do Rio Grande do Sul, totalizam 40 mil. Os outros três mil restantes são por outros motivos não especificados. Ainda não é possível calcular o impacto até o final do ano.