A equipe do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, está com a orientação de “olhar para a frente” e evitar que os próximos voos venham ao Brasil na mesma situação precária do último, que chegou na sexta-feira (24) a Manaus, capital do Amazonas.
Durante o trajeto houve problemas técnicos na aeronave, com falhas no sistema de ar-condicionado, gerando reclamações dos deportados, que foram hostilizados pelas autoridades americanas dentro do voo.
As negociações entre o Brasil e os Estados Unidos terão como foco garantir proteção e tratamento digno aos brasileiros que são deportados pelos Estados Unidos.
O Itamaraty quer negociar o uso de algemas apenas em casos excepcionais, mas sabe que, em última análise, essa é uma decisão dos comandantes da operação de deportação na hora do embarque e da partida do avião.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai reunir nesta terça (28) assessores envolvidos com o tema para tratar das negociações em curso.
A orientação de focar na proteção dos brasileiros veio do presidente e do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
A ordem é colocar acima de tudo o que for melhor para os brasileiros. Por isso, o governo brasileiro não pretende desfazer o acordo de deportação com os Estados Unidos. Sem essa política, os brasileiros podem ficar presos nos Estados Unidos por tempo indefinido.
Nesta segunda (27), a secretária de Assuntos Consulares, embaixadora Márcia Loureiro, convocou o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, para explicações.
Ele assumiu o cargo de encarregado de Negócios em 21 de janeiro de 2025, e é diplomata de carreira. Escobar está momentaneamente à frente da embaixada, já que o presidente Donald Trump ainda não indicou o novo embaixador dos EUA em Brasília.
O governo decidiu tratar essa primeira negociação no campo técnico, sem envolvimento de nomes da cúpula do Itamaraty nas conversas.
Dentro de uma linha de evitar confrontos com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como fez o presidente da Colômbia, Gustavo Petro.
O colombiano, depois de retaliações dos EUA, foi obrigado a recuar e aceitar o acordo de deportação de seus nacionais.
Fonte: Globo.com