SUV compacto foi reestilizado pela primeira vez em cinco anos; saiba o que há de bom e as características que incomodam
O Volkswagen T-Cross, que ocupa a posição de SUV mais vendido do Brasil, passou por uma reestilização na linha 2025. Essa, aliás, foi a primeira atualização do modelo após cinco anos do seu lançamento. Agora, Autoesporte testou a versão intermediária, a Comfortline, e separou cinco motivos para comprar e outros cinco para pensar bem. Confira!
5 motivos para comprar o Volkswagen T-Cross
1 – Amplo espaço na cabine
O primeiro ponto (muito) positivo do Volkswagen T-Cross é o espaço interno. O SUV compacto tem 2,65 metros de entre-eixos, que confere muito conforto para os passageiros na segunda fileira e no habitáculo. Além disso, são 4,21 m de comprimento, 1,76 m de largura e 1,57 m de altura. Com essas medidas, até pessoas mais altas se acomodam bem, já que o espaço para pernas é amplo. Claro que, duas pessoas viajam de forma mais confortável do que três, principalmente, por conta do espaço para os ombros.
2 – Bom consumo
Outro destaque é o consumo. Nos testes feitos por Autoesporte, o T-Cross, sempre abastecido com gasolina, alcançou uma média de 9,8 km/l na cidade. E embora tenha ficado abaixo do número divulgado pelo Inmetro de 11,9 km/l, ainda sim está numa faixa satisfatória. Contudo, o que mais surpreendeu foi o consumo rodoviário. Em nosso teste, o SUV compacto fez 17,8 km/l, ou seja, bem mais do que os 14,1 km/l divulgados pelo órgão oficial.
3 – Conjunto mecânico
O Volkswagen T-Cross é equipado com o motor 1.0 turboflex TSI de três cilindros que rende 128 cv de potência. O torque máximo de 20,4 kgfm é entregue em uma baixa rotação, de 2.000 rpm, portanto, oferece agilidade ao SUV compacto em trechos urbanos – seu habitat natural. Cabe mencionar que, em nossos testes, realizados na Rota 127 Campo de Provas, o T-Cross 1.0, abastecido com gasolina, acelerou de 0 a 100 km/h em 11,5 segundos.
Apesar de não ser um motor necessariamente novo, é confiável e faz um bom casamento com o câmbio automático de seis velocidades, que faz trocas suaves, mas entrega mais força quando necessário. Mas, como nem tudo são flores, existe uma questão na dinâmica que incomoda – bastante – e que você vai conferir mais abaixo (nos pontos que deixam a desejar).
4 – Lista de equipamentos de segurança
É fato que os carros ficaram bem mais caros nos últimos anos no mercado brasileiro. O T-Cross Comfortline, por exemplo, custa R$ 171.590, o que não é pouco. Entretanto, o modelo é bem equipado na configuração intermediária. Na lista de equipamentos de segurança, há recursos de assistência ao motorista como frenagem autônoma de emergência e controle de cruzeiro adaptativo (ACC), que auxilia ajustando a velocidade do carro e mantendo distância do veículo à frente. Além disso, são 6 airbags.
5 – Central multimídia “VW Play”
Durante o período que fiquei com o Volkswagen T-Cross Comfortline, gostei de como a central multimídia de 10,1 polegadas é bastante intuitiva. Chamada de “VW Play”, o sistema passou por uma recente atualização, corrigindo alguns erros de funcionamento e também adotando o Wi-Fi nativo. Utilizei a conexão sem fio para Android Auto e não tive dores de cabeça. A central não trava e é muito fácil de se encontrar no menu, tanto para ajustar detalhes, encontrar informações e até mudar os modos de condução do veículo.
5 motivos para pensar bem
1 – Preço elevado de R$ 171.490
Como falamos mais acima, atualmente o mercado automotivo apresenta preços mais elevados. O T-Cross Comfortline chega a ser mais barato do que alguns concorrentes, como o Hyundai Creta N-Line, que custa R$ 187.590 e enfrentou o rival em um comparativo (veja aqui!). Entretanto, os quase R$ 172 mil cobrados pelo modelo da Volkswagen ainda são salgados em comparação com outros rivais, como Fiat Fastback, Jeep Renegade e Chevrolet Tracker.
2 – Acabamento simples pelo preço
E esse valor mais alto também incomoda quando prestamos atenção em alguns detalhes do interior. Esse é o caso, por exemplo, do acabamento, que é mais simples no Volkswagen T-Cross, sem aquelas diferentes texturas. Apesar da proposta mais sóbria, há muito plástico no painel e nas portas, além dos bancos que são de tecido. Para adicionar o acabamento parcial de couro, o cliente precisa adquirir o pacote “Design View”, que está disponível por R$ 3.190.
3 – Porta-malas de apenas 373 litros
O Volkswagen T-Cross tem bons atributos, mas, definitivamente, o volume do porta-malas não é um deles. Com apenas 373 litros, fica bem atrás de Hyundai Creta (422 litros) e Nissan Kicks (432 litros). Se considerarmos também o veterano Renault Duster, com seus 475 l, a diferença é ainda maior.
Aliás, há um truque que permite aumentar a capacidade do porta-malas, mas que implica de forma direta no conforto da segunda fileira. Isso porque há um extensor que é, na realidade, um ajuste que deixa o encontro do banco de trás mais ereto. Portanto, a capacidade pode chegar a 420 litros, mas os passageiros vão se incomodar bastante.
4 – Delay do acelerador nas arrancadas
Embora o conjunto mecânico do Volkswagen T-Cross seja bom, existe uma questão que incomoda bastante na hora da direção. O pedal do acelerador tem um delay notável. Então, quando o condutor pisa fundo para arrancar o carro, ocorre um atraso na resposta.
Mas existe uma explicação e que está ligada à lei de emissões. Para atender as normas do Proconve L8, que entrou em vigor no início de 2025, houve uma mudança no mapa eletrônico do carro para emitir menos poluentes durante as arrancadas. Portanto, não se trata de uma perda de potência.
Essas mudanças, aliás, alcançaram o objetivo segundo medição no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), do Inmetro. Comparando os números do ano anterior com os deste, as emissões de poluentes do T-Cross caíram de 211 mg/km para 207 mg/km. Mesmo assim, não deixa de ser um ponto que incomoda.
5 – Pouca atualização desde o lançamento em 2019
Pois é, em 2024 o Volkswagen T-Cross recebeu sua primeira atualização desde o seu lançamento, em meados de 2019. E as mudanças foram bem pontuais, deixando o modelo basicamente com a mesma cara conhecida dos brasileiros. Por aqui, o SUV compacto ficou parecido com as opções mais básicas do modelo vendido na Europa desde 2023. Na lista está novo para-choque, grade frontal, faróis de LED e lanternas interligadas por uma barra iluminada.
O SUV também passou por mudanças discretas no interior, como a adoção da nova central multimídia VW Play (que falamos acima). Entretanto, o que mais deixa a desejar é que não há alguns recursos necessários, ainda mais falando de um carro que custa mais de R$ 170 mil. Esse é o caso, por exemplo, do freio de estacionamento eletrônico, que já é oferecido nos rivais. Jeep Renegade — desde a versão de entrada — e Hyundai Creta ofertam a tecnologia, enquanto o T-Cross permanece com o sistema manual.
Fonte: Auto Esporte