Dona da Fiat vai entrar na briga dos SUVs médios elétricos com modelo chinês cheio de tecnologias
Mais uma marca chinesa está de passaporte carimbado para o Brasil. A Leapmotor, que tem a gigante Stellantis por trás, começa as operações no país no segundo semestre com dois SUVs elétricos: além do C10, que já havia sido confirmado, a novata vai vender também o B10, um modelo médio com porte de Jeep Compass para concorrer com o BYD Yuan Plus e o futuro Geely EX5.
A confirmação veio em visita à sede da fabricante em Hangzhou (China) nesta segunda-feira (21). Os dois SUVs serão lançados de forma simultânea nas 34 lojas da Leapmotor, que deve aproveitar a rede de outras marcas da Stellantis para ganhar mercado neste começo de história. Os preços e as especificações para o Brasil não foram confirmadas.
O B10 é um SUV criado para mercados globais da Leapmotor. A apresentação aconteceu no Salão de Paris (França) do ano passado, mas só recentemente o modelo chegou às lojas chinesas. Trata-se de um modelo de porte médio um pouco maior que Jeep Compass, Toyota Corolla Cross, e, principalmente, BYD Yuan Plus. São 4,52 metros de comprimento, cerca de 10 cm extras em relação aos rivais.
O entre-eixos de 2,74 m, também se destaca diante dos futuros concorrentes. O porta-malas, por sua vez, fica devendo. São 420 litros, menos do que os modelos similares, com exceção do Compass, que tem bagageiro de 410 litros. As rodas são de 18 polegadas.
A motorização, o B10 tem uma unidade elétrica posicionada na traseira (assim como a tração) que entrega 218 cv e 24,5 kgfm de torque. Há duas configurações de bateria: 56,2 kWh, para autonomia de 380 km no padrão chinês, ou 67,1 kWh, com alcance de 460 km no mesmo (e otimista) ciclo.
Como dito acima, os preços não foram revelados. Na China, o B10 custa entre 110 mil e 140 mil yuans, ou o equivalente a R$ 87,7 mil e R$ 113,6 mil, na conversão direta. Como comparação, o BYD Yuan Plus varia de 115 mil a 145 mil yuans, ou de R$ 89,3 mil a R$ 115 mil.
Uma estimativa realista para o Brasil é que o B10 chegue custando por volta de R$ 250 mil, considerando o aumento do imposto de importação para eletrificados importados a partir de julho.
Além do porte avantajado, o B10 deve se destacar pelas tecnologias. O modelo tem recursos como comandos de voz, karaokê, bancos dianteiros com ajustes elétricos, quadro de instrumentos digital de 8,8 polegadas e central multimídia de 14,6 polegadas.
No quesito segurança, todas as versões trazem frenagem automática de emergência, alerta de saída de faixa com correção no volante e centralização de faixa e controlador de velocidade adaptativo. As opções topo de linha de cada pacote de baterias ainda agregam alerta de ponto cego e assistente de estacionamento.
Para tamanho arsenal de recursos, há 12 radares, um lidar e diversas câmeras que alimentam uma robusta central eletrônica.
Foco na eletreficação
Com a chegada da Leapmotor, a Stellantis vai, finalmente, investir mais pesado em veículos elétricos no Brasil. Após incursões mal sucedidas com Peugeot e208 e Fiat 500e, a gigante da indústria automotiva recorreu à uma chinesa para combater outras chinesas. É uma estratégia similar à que a Chevrolet está fazendo com a Wuling, por exemplo.
No caso da Stellantis, no entanto, em vez de colocar o logotipo de outra marca, a gigante vai trazer a fabricante para o Brasil. Haverá dois tipos de concessionarias. Algumas serão alocadas no mesmo espaço onde há outras marcas, como Fiat, Jeep, Peugeot ou Citröen. Outras, terão um espaço próprio e exclusivo.
Além do B10, a Leapmotor vai chegar ao Brasil com o C10. Nesse caso, há variantes elétrica (com 218 cv e 32,6 kgfm) ou elétrica de alcance estendido, também conhecida como EREV ou REEV.
A tecnologia funciona com um motor a combustão atuando exclusivamente como gerador, sem conexão mecânica com as rodas. Sua única função é fornecer energia para carregar as baterias de 28,4 kWh. A vantagem é uma autonomia de quase 1.000 km no ciclo chinês. Por outro lado, a manutenção é mais complexa do que um elétrico puro. Ainda há emissões, ainda que mais baixas que um híbrido ou veiculo apenas a combustão.
Por fim, a Leapmotor promete lançar outros dois carros nos próximos dois anos. Até 2027, chegam mais um SUV, provavelmente o modelo grande C16, com capacidade para seis pessoas. O quarto e último modelo segue um mistério. É possível que seja o sedã B01, que será apresentado no Salão de Xangai (China), ou mesmo uma nova geração do subcompacto T03, que, na versão atual, foi descartado para o Brasil.
Fonte: Auto Esporte