Ideia reforça importância do cultivo das plantas medicinais no cerrado
Estudantes e educadores das redes pública e privada, profissionais da área de Saúde e personalidades do Distrito Federal marcaram presença na abertura oficial da 14ª edição do Projeto Preservar. Criado pela Farmacotécnica em 2001, há 15 anos a iniciativa mostra a importância da preservação do meio ambiente e resgata o conhecimento popular sobre as ervas medicinais. “O projeto é importante para continuar transmitindo as tradições dos usos das plantas medicinais para a comunidade e mostrar que é possível produzir plantas medicinais, chás e alimentos aqui no cerrado brasileiro”, afirmou o farmacêutico Rogério Tokarski, diretor da Farmacotécnica e idealizador do projeto.
Em 2016, o Projeto Preservar segue até o final de setembro, período da colheita da camomila. Durante o mês, é possível andar entre os canteiros de ervas medicinais, conhecer os laboratórios, assistir às demonstrações de processamento e secagem de plantas cultivadas no local – atualmente são mais de 30 variedades como capim santo, guaco, camomila, carqueja, hortelã, stévia, entre outras. Como guias do passeio, alunos do Centro Educacional 07 de Vargem Bonita, que passaram por dois meses de orientação com farmacêuticas da empresa para repassar as informações aos visitantes da chácara. “Este ano, cerca de 30 crianças são monitores. Com a nossa supervisão, são eles que recebem o público e explicam tudo sobre as ervas medicinais, desde a maneira correta de plantar até os benefícios de cada uma. Isso ajuda a população, que além de aprender corretamente sobre uma cultura que atravessa gerações, desperta para uma vida mais saudável”, destacou Aiessa Balest, farmacêutica e uma das orientadoras do projeto nesta edição. Uma das mais entusiasmadas era a estudante Pâmela Martins dos Santos, do 7º ano. “Muitas dessas plantas eu não conhecia, como o sabugueiro, que tive a chance de ver de perto e aprender sobre os seus benefícios para o sistema imunológico”, lembrou.
A abertura do evento contou ainda com a apresentação do coral da escola de Vargem Bonita, que recebeu os aplausos dos convidados ao interpretar clássicos da música brasileira, como o Xote Ecológico, de Luiz Gonzaga, ao som do barulho das florestas. “O arranjo musical foi feito especialmente para esta ocasião e foi pensado para combinar com o tema que estamos discutindo aqui hoje: o cuidado com a natureza”, disse o professor de teatro, Júlio Moronari. O presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, reforçou a importância da preservação cultural e dos valores das plantas medicinais e nutricionais. “O Preservar reforça os cuidados que devemos ter com nossa saúde, além de transmitir todo o conhecimento para as futuras gerações, caso contrário pode haver o desaparecimento completo desse tipo de cultivo e não é isso que desejamos”, assegurou. O secretário executivo do Conselho Regional do Desenvolvimento Rural, Marcelo Pereira da Silva, também elogiou a ideia, que visa a manutenção de diversas espécies de plantas próprias para o consumo humano, tratamento de doenças, chás e temperos. “Acompanho todo o cultivo da região da Vargem Bonita, que é de hortaliças produzidas para a comercialização, mas esse projeto da Farmacotécnica é especial, já que tem foco também no bem-estar da comunidade”, avaliou.
O Projeto Preservar fica aberto ao público até o final de setembro, com visitação gratuita. Para conhecer, basta agendar previamente no telefone (61) 3346-1158.