De 16 de dezembro 2016 a 17 de janeiro de 2017, a Referência Galeria de Arte apresenta a mostra “Arquitetura possível”, com obras de quatro artistas visuais brasileiros que abordam a ocupação do espaço, seja por intervenção, seja por representação. Com trabalhos de Arnaldo Battaglini (escultura), Evandro Soares (esculturas/desenhos), Haruo Mikami (fotografia) e José Roberto Bassul (fotografia), a exposição traz para o público visões de organização de espaços e de criação de ambientes onde o elemento central é a construção. A entrada é gratuita e livre para todos os públicos. Visitação, de segunda a sexta, das 12h às 19h, e sábado, das 12h às 17h. A Referência Galeria de Arte fica na 205 Norte, Bloco A, Loja 9, Asa Norte, Brasília-DF. Telefone (61) 3361-3501.
As obras presentes nesta mostra apresentam a fotografia, a escultura e o desenho sob uma óptica mestiça que remonta à Semana de 22 e seus desejos de ruptura com o velho e atração pelo novo. As semelhanças e as diferenças entre os trabalhos dos artistas que participam desta mostra apontam para uma busca estética orientada pelo minimalismo de formas e cores. A luz e a sombra – seja ela impressa ou projetada – permitem ao espectador imaginar as formas que complementariam os espaços vazios. “Arquitetura possível” surge do encontro entre o Oriente e os trópicos. A luz aquece as imagens, enquanto elementos de adorno – desnecessários esteticamente e formalmente para o entendimento da obra – são retirados com o único propósito de abrir caminho para o imaginário. Ao vermos os trabalhos alinhados, lado a lado, percebemos que as influências orientais são muito presentes em nossa vida diária, refletindo-se na produção artística e arquitetônica, como forma de expressão do habitável.
“A infinitude de camadas de heranças culturais brasileiras permite ao público observar as obras desses artistas por vieses os mais variados e ainda assim estabelecer conexões entre o que se vê e sua inserção na história da arte mundial”, afirma Onice Moraes, marchand e sócia da Referência Galeria de Arte.
Volumetria
As esculturas do paulista Arnaldo Battaglini por vezes têm como base a forma do cubo. Realizadas em metal – latão, cobre ou ferro – são compostas de planos e linhas de diferentes densidades. Montadas na parede sobre fundo branco, criam jogos de perspectivas construídas a partir da posição do espectador. As sombras projetadas pela luz que incide sobre a escultura multiplicam as possibilidades de formas, ampliando a volumetria do objeto.
Escadas e portas
Para Evandro Soares, o ponto de partido é sempre o desenho. Daí, passa para o molde na madeira e retorna ao desenho. Então passa a limpo no papel que irá suportar a escultura em ferro, cortada com a precisão de um serralheiro devotado à profissão. Depois, é o processo de montagem, complexo, que exige paciência e atenção. Surgem escadas, passagens, portas e perspectivas aportadas pelos traços em nanquim é pelas linhas desenhadas pela luz que incide sobre as estruturas metálicas. Serralheiro desde sua adolescência, se apresentou ao mundo das artes no início dos anos 2000 com uma pintura geométrica abstrata em cores primárias que chamou a atenção do júri do Prêmio SESI Arte Criatividade. Desde então, conquistou um espaço importante entre críticos e curadores, tendo seu trabalho publicado na capa da revista portuguesa Estúdio e participado mostras individuais no Brasil e em cidades no exterior, como Londres, Lisboa, Madri, Viena e Roma. Recentemente, seus trabalhos foram adquiridos para o acervo do Museu de Arte do Rio (MAR).
Yin-yang
Fotógrafo formado em arquitetura pela Universidade de Brasília, Haruo Mikami busca o equilíbrio entre Oriente – ascendência – e Ocidente – vivência -. Suas imagens buscam o yin-yang (forma e contraste). No díptico Memorial dos Povos Indígenas, o preto e branco funciona como se um lado fosse o oposto ou complementar do outro. Já no Ipê, a linha amarela é um tom da flor do ipê, e tudo faz parte da composição, inclusive as áreas brancas da margem. Em Trama, o enfoque é no movimento criado pelas faixas de fotografia recortadas e trançadas, em um jogo de tridimensionalidade.
Oscar e o abstrato
Compostas apenas por curvas e retas minimalistas, em superfícies quase abstratas, as imagens construídas por José Roberto Bassul são permeadas por duas referências: o movimento concretista nas artes plásticas brasileiras, contemporâneo da construção de Brasília, e o processo criativo do arquiteto, que costumava sintetizar suas ideias com poucos traços numa folha de papel. A série “Concreto Abstrato”, que participa da mostra “Arquitetura possível”, foi selecionada para a galeria do LensCulture Emergent Talent Awards 2016. Arquiteto e fotógrafo, José Roberto Bassul nasceu no Rio de Janeiro e vive em Brasília. Fotografou intensamente na juventude, tendo sido premiado pela Revista Realidade, em 1979, e pela Funarte, em 1980.
Serviço:
Arquitetura possível
Mostra coletiva de
Arnaldo Battaglini, Evandro Soares, Haruo Mikami e José Roberto Bassul
Data: De 16 de dezembro de 2016 a 17 de janeiro de 2017
Visitação: De segunda a sexta, das 12h às 19h, e sábados das 12h às 17h
Classificação: Livre para todos os públicos
Entrada: Gratuita
Local: Referência Galeria de Arte
205 Norte, Bloco A, Sala 9
Asa Norte – Brasília-DF
Telefone: (61) 3361-3501
Créditos: Divulgação