Desde Aristóteles, passando por Descartes, Kant e até nossos dias, muito se discute sobre a exatidão de conhecimento do homem em referência a si e ao mundo. Edmund Husserl desnudou a questão em seu livro A Crise das Ciências Europeias, de 1936.
No que se refere às ciências matemáticas, físicas, biológicas, é fácil ter um critério de verificação, porque aquilo que documenta o conhecimento do homem é um objeto. Quando entramos no mundo da Filosofia, da Psicologia, da Sociologia, ou seja, naquele vasto mundo das ciências humanas, o que garante o critério de exatidão científica?
Ser ou fazer psicologia significa poder conhecer, compreender o homem. Sem isso, é pura doxa e não faz sentido. Ser ou fazer psicologia significa conhecer o intrínseco mover-se da atividade psíquica. Trata-se de encontrar, para além de qualquer fenômeno, a causa que determina aquele efeito no comportamento humano. Por exemplo, qual o fato intrínseco – qual a noxa potógena- à angústia, à depressão, ao câncer, à insatisfação, à síndrome do pânico?
Existe, ainda, o vasto campo da psicossomática que surpreende e põe em xeque a pesquisa médica e psicológica. Só recentemente começamos compreender a trajetória lógica da psicossomática, que envolve os cinco sentidos e os quatro sistemas (nervoso central, neurovegetativo, endócrino e imunológico). Essa compreensão permite atuar na causa. Cuidar do doente, sem dar tanto protagonismo à doença.
Em todas as manifestações da atividade humana, da ciência à arte, da criatividade à psicossomática, são os eventos intrapsíquicos que determinam a realidade. É essencial, portanto, entender todos os próprios fantasmas, as recordações, as saudades, as afetividades, os medos, as culpas, que giram, instante a instante, em nossa mente. Perceber, identificar, controlar para ter saúde, qualidade de vida, bem-estar.
A Psicologia é a ciência mais específica para dizer se o que você pensa, crê, faz, está construindo saúde ou doença. O profissional da saúde psíquica tem a capacidade de evidenciar a realidade causal e propor modificações que tragam saúde psíquica, emocional, existencial.
A tarefa universal da psicologia é tornar transparente a consciência, de modo que a pessoa tenha percepção total do seu fato existencial e deixe de atuar inconscientes autossabotagens.
*Íria Martins. Graduada em Letras e Psicologia. Especialização em Psicologia Humanista. MBA em Empreendedorismo e Cultura Humanista. Psicoterapeuta Clínica. Curadora de Arte e Cultura. Organizadora do projeto CineCult. Atuante no grupo Mulheres de Sucesso. 9.9983-3691