Pesquisa recente do Incor (Instituto do Coração) de São Paulo aponta que cerca de 45% dos problemas de coração investigados tinham origem na cavidade bucal, devido a cáries com comprometimento do canal, gengivas inflamadas, restos de dente e abscessos.
Para entender melhor a relação, vamos partir do início. Tudo começa com as doenças periodontais (da região onde se implantam os dentes), que se iniciam pela formação de placas bacterianas, restos de comida que não são eliminados pela escovação diária. Com isso, os dentes e o tecido ósseo ficam extremamente debilitados.
Ainda assim, a primeira manifestação do problema se dá pela gengivite, quando a gengiva fica muito sensível, inchada e com sangramentos. Entretanto, de acordo com a Dra. Carolina Leal Martins, dentista pela Unesp (Universidade do Estado de São Paulo), o quadro é facilmente tratado por meio de uma limpeza adequada.
O que é perigoso, na verdade, é quando a gengivite não é levada a sério pelo paciente. Com o passar do tempo, o problema se agrava, evoluindo para uma periodontite. Nessa fase já existe perda óssea e secreção com pus. “O maior fator de risco para esta doença é o depósito bacteriano na superfície do dente formada a partir dos restos de comida. Tais bactérias, por serem extremamente resistentes, podem migrar para a corrente sanguínea e atingir órgãos vitais, como o coração”, explica a dentista.
Além disso, como resposta à agressão microbiana, pode ocorrer uma liberação de células inflamatórias que afetam a integridade das artérias coronárias levando ao estreitamento desses vasos. “A reação também aumenta a viscosidade sanguínea e exacerba a formação de ateromas (placas de gordura).A aterosclerose é uma das principais causas das doenças cardiovasculares, como infarto e AVC”, completa Martins.
A dica para prevenir esses problemas bucais é a mesma que ouvimos sempre: escovar os dentes pelo menos três vezes por dia com creme dental com flúor; usar fio dental todos os dias, pois somente a escova não consegue eliminar restos de alimentos, e ir ao dentista pelo menos uma vez por ano.
Créditos: Notícias ao Minuto