A RS 6 e o RS 7 são os carros mais insanos que você pode comprar com uma aparência executiva. A versão Performance dos dois modelos foi apresentada no Salão de São Paulo de 2016 e hoje é a única configuração à venda no país.
A receita é igual para os dois, variando apenas o tipo de carroceria. O motor é um V8 biturbo de 605 cv — 45 cv a mais do que nos RS 6 e RS 7 “normais” — e absurdos 76,4 kgfm de torque. É força suficiente para alterar a rotação da terra, mas (no caso da RS6) em uma carroceria apta para fazer compras no supermercado.
A RS6 tem espaço de sobra pra uma família grande. O porta-malas enorme parece o da Caravan 1985 que meu pai teve, mas as comparações se restringem a isso.
A força que o motor tem assusta mais do que no R8. Lá, o motor V10 aspirado tem funcionamento muito linear. Aqui, com os dois turbos auxiliando o V8, há um forte soco no peito quando o pé direito pede aceleração total. O tempo que você levou para ler este pequeno parágrafo é mais do que suficiente para essa “caminhonete dos infernos” ir de 0 a 200 km/h. Bastam 11,6 segundos para tal.
Na pista, a RS6 se sai muito bem. A direção é direta e a carroceria não rola em curvas acentuadas. Isso deve cobrar um preço alto no asfalto esburacado, mas não podemos afirmar (ao menos há a opção de acerto comfort, por meio de uma tecla). Após as duas voltas, pensei: “não é à toa que Rubens Barrichelo tem uma dessas na garagem”. Há potência e espaço de sobra. O problema todo é que a Audi cobra bem caro por isso tudo. No Brasil, a station wagon mais legal do planeta custa R$ 670 mil e vem com tudo que você pode imaginar e mais um pouco.
O RS7 é basicamente a mesma coisa, mas com um ar um pouco mais esportivo, talvez para aquele executivo em crise da meia idade e sem família grande — perfil que nada combina com o de Neymar Jr., que tem um RS7 em Barcelona. O desempenho é praticamente o mesmo da RS6. A diferença fica por conta do caimento acentuado do teto e da influência disso no espaço interno. O acabamento é primoroso e riquíssimo em detalhes. Há um pouco de tudo: couro, alumínio escovado, fibra de carbono… Mas nada que justifique o preço de R$ 729 mil, ou R$ 59 mil a mais que a RS6. Caso o seu bolso seja muito grande e você não tenha decidido qual levar, siga meu conselho: fique com a RS6. Save the wagons!
Preço: R$ 670 mil
Origem: Alemanha
Motor: V8 biturbo, 3.993cm³, potência de 605cv (a 6.100rpm) e torque de 76,4kgfm (a 2.500rpm)
Transmissão: Tração integral. Câmbio tiptronic de 8 marchas.
Dimensões: 4,99m (comprim.); 2,91m (e.e.) e 565l (porta-malas)
Pneus: 285/30 R21
Peso: 1.950 quilos
Desempenho: 0-100km/h: 3,4s 0-250km/h: 19,8s; máxima: 305km/h
Créditos: Revista Auto Esporte