As quase 140 fotografias lançam um olhar poético-etnográfico do cotidiano brasileiro, incluindo registros da vida nas ruas, rituais religiosos e no âmbito doméstico. Com entrada franca, mostra tem curadoria do professor de história da arte e pesquisador do Instituto de Artes da UFRGS, Alexandre Santos

Uma viagem poético-etnográfica através do Brasil profundo entre o final da década de 1960 e início dos anos de 1980, pelo olhar da fotógrafa alemã Leonore Mau. É o que propõe a exposição fotográfica A Casa de Leonore Mau, em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil entre 04 de julho e 20 de agosto, com entrada franca.

Realizada pelo Goethe-Zentrum Brasília e Goethe-Institut Porto Alegre, em parceria com Embaixada da Alemanha, S. Fischer Stiftung e o Instituto de Artes da UFRGS, e apresentada pelo Banco do Brasil, a mostra traz cerca de 140 imagens produzidas pela fotógrafa alemã Leonore Mau (Leipzig/1916-Hamburgo/2013) que retratam variados aspectos do cotidiano do Brasil no período da ditadura militar. As fotografias também resultam de uma parceria entre Leonore Mau e o escritor e “etnopoeta” Hubert Fichte (1935-1986), com quem constituiu uma parceria de vida − amorosa e criativa − fora dos padrões e baseada em afinidades como o fascínio pelas culturas de matriz africana e de realização de projetos.

As imagens registram desde o trabalho infantil, o desajuste social nas ruas e nas favelas, a arquitetura, o carnaval, passando, ainda, pelas praias e cerimônias religiosas afro-brasileiras, até diferentes extratos sociais do Brasil no âmbito doméstico. Todo este trabalho foi realizado durante viagens por cidades como Rio de Janeiro, Salvador, Recife, São Luís, Aracajú, Porto Alegre e Brasília.

A Casa de Leonore Mau tem curadoria de Alexandre Santos, professor de história da arte e pesquisador da fotografia do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Santos, aliás, virá à Brasília para promover uma visita guiada no dia 4 de julho, começando às 20h.

Segundo o curador, a noção de etnopoesia, existente no período em que Fichte e Mau produziram, é incorporada às poéticas das fotos, pois propõe um distanciamento da presunção intelectual europeia. “De amplitude pós-colonialista, a fotografia de Leonore Mau bebe nesta mesma fonte, pois não cataloga o exotismo do outro gratuitamente ou por interesses estéticos. Para além disso, ela produz um olhar sensível e interessado na sobreposição de camadas entre o exótico e o familiar, a casa e o desterro, os ajustados e os desajustados sociais”, afirma.

Serviço:

Exposição “A Casa de Leonore Mau”
Data: de 4 de julho a 20 de agosto.
Local: Centro Cultural Banco do Brasil
Endereço: SCES Trecho 2 – Brasília/DF
Tel: (61) 3108-7600
Entrada Franca
Classificação indicativa: LIVRE
Horário de visitação: De terça a domingo, de 9h a 21h
Visita guiada com o curador: dia 4 de julho, às 20 horas

Apresentação: Banco do Brasil

Realização: Goethe-Zentrum Brasília e Goethe-Institut Porto Alegre, em parceria com Embaixada da Alemanha, S. Fischer Stiftung e o Instituto de Artes da UFRGS

Curadoria: Alexandre Santos

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Crédito: Divulgação