Tem tanta coisa para fazer em Paris que perder tempo em atrações lotadas, programas supervalorizados e furadas pode significar abrir mão de viver ótimas experiências que só a capital francesa pode oferecer. O site da revista “Condé Nast Traveller” elencou dez coisas que o turista não deve, ou não deveria fazer, na cidade — e como substituí-las. Quais dessas você já fez?

Não faça compras na Champs-Elysées
A icônica rua que liga a Place de La Concorde ao Arco do Triunfo já foi considerada a mais bonita avenida do mundo e suas calçadas, verdadeiro símbolo de sofisticação. Ela continua linda, mas suas opções para comprinhas caíram no lugar comum de lojas das mesmas grifes de sempre, restaurantes “pega-turista” e lanchonetes fast-food e cadeias multinacionais. A CN Traveller sugere comprar em lugares menos badalados, como o norte de Marais e a rue du Château d’Eau, no 10º arrondissement, onde se concentram marcas e designers franceses.

Não gaste todo seu dinheiro com estrelas Michelin
Os restaurantes de Paris são uma verdadeira constelação de estrelas Michelin. O que isso significa? Várias ótimas opções para jantar, mas muitas delas passam tranquilamente dos 400 euros. Se mesmo as opções mais baratas entre os estrelados estourarem seu orçamento, vale a pena explorar os cardápios de bistrôs mais simples comandados por chefs que já ganharam estrelas em outros restaurantes, como Le Comptoir du Relais, de Yves Camdeborde.

Não se iluda: você não vai ver todo o acervo do Louvre
Essa parece óbvia, mas tem gente que se coloca a missão impossível de ver todo o acervo do maior museu de Paris em um único dia. Essa maratona cultural impede que você aprecie com calma os tesouros do Louvre, que vão além da “Monalisa”, além de ser extremamente cansativa. O ideal é se programar e estudar a disposição das obras e coleções, para privilegiar aquelas que realmente gostaria de ver. Ou, então, reservar mais de um dia para visitar o museu.

Não dê bandeira que você é turista
Se você não quer andar pelas ruas, pontes e boulevards de Paris com uma placa de “eu sou turista”, é bom prestar atenção no look. Tênis confortáveis, daqueles que servem tanto para ginástica quanto para bater perna o dia todo na cidade, não são mal-vistos pelos parisienses, mas eles notam logo um turista pelas bermudas e calças cheias de bolsos laterais (que são muito úteis em viagens, diga-se de passagem). Outro item que denuncia o turista é o pau de selfie. Por isso, a melhor pedida é tentar se misturar aos locais: cores neutras, poucos acessórios — um chapéu, um cachecol ou um colar são boas pedidas. Aquela coisa parisiense, chic sem esforço, sabe?

Não ande pela cidade de táxi
Essa, aliás, é uma dica que vale para outras grandes cidades como Nova York e Londres: dê sempre preferência ao transporte público. Táxis podem ser úteis em emergências, mas em geral o turista acaba passando tempo demais preso no trânsito. Lembre-se: você está em Paris! Inspire-se na palavra francesa flâneur e ande pela cidade a pé, aumentando sua chance de conhecer achadinhos parisienses e, quem sabe, até paquerar!

Não busque o ar boêmio da margem esquerda do Sena
“Sartre e Simone de Beauvoir podem ter amado o Les Deux Magots, no Boulevar St. Germain, mas hoje em dia o então point dos intelectuais tem a mesma autenticidade da Times Square”, compara a “Condé Nast Traveller”. Realmente, os boêmios, artistas e intelectuais que fizeram a fama da margem esquerda do Rio Sena também ajudaram a popularizar a região e transformar seus bares, cafés e restaurantes em armadilhas para turistas. Se a ideia é encontrar um point mais autêntico, vá para o Canal de St-Martin, uma espécie de afluente hipster do Sena.

Não passe horas na Torre Eiffel
O cartão-postal mais conhecido e concorrido de Paris está na lista de todo mundo que visita a cidade pela primeira vez. Isso significa que a quantidade de procedimentos de segurança impostos pelas autoridades locais, com medo do terrorismo, transformou a visita à torre em programa de quase um dia inteiro. E talvez subir até seus mirantes não valha tanto a pena para quem tem pouco tempo em Paris. Por isso, invista seu tempo visitando outros mirantes, de onde dá pra ver a torre dominando a paisagem parisiense, como do alto do Arco do Triunfo (também com longas filas, é verdade), a Torre de Montparnasse e a Torre de Saint-Jacques.

Não reserve o hotel mais barato que encontrar
Na hora de economizar na hospedagem, muitos caem na tentação de reservar hotéis com tarifas baratex, mas fora do circuito turísticos. No final, a localização pode ser um problema, pelas longas distâncias percorridas diariamente. Para entrar no clima da cidade sem ter que pagar altas diárias, a “Condé Nast Traveller” sugere reservar apartamentos mobiliados, em sites de aluguel por temporada, tipo AirBnB.

Não se encha de croissants
A gente sabe que é uma delícia e é realmente a cara da gastronomia parisiense, mas não deixe o pãozinho monopolizar seu paladar. Aproveite para experimentar outros pães e doces que brilham nas vitrines da cidade. Uma palavra importante: macarons!

Não se deixe levar pelos seus estereótipos
A publicação lembra que todo mundo que vai a Paris chega lá esperando encontrar o típico parisiense mal-humorado, esnobe. Claro que eles existem — gente assim existe no mundo todo. É fundamental para o viajante chegar com a cabeça aberta para o novo e tentar compreender a cultura e os hábitos locais, sempre respeitando os costumes dos donos da casa.

 

Créditos: Revista Glamour