Massagem cardíaca Ainda que obtida com manobras, a vitória de Michel Temer na CCJ enviou o recado que o presidente precisava para reestimular bases de apoio que lhe são caras no Congresso e em setores importantes da economia. Após a sessão desta quinta (13), as principais associações de comércio e serviços do Brasil enviaram mensagens aos deputados pedindo celeridade.”O país tem pressa para voltar a crescer”, disseram. O reforço não evitou o adiamento da votação, mas mostrou que Temer não está só.
Mãozinha Os comunicados foram emitidos pela Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil e pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços. O Planalto estimulou o movimento.
Meia palavra basta As entidades não defendem Temer explicitamente, mas dizem que, “no momento em que os indicadores econômicos começam a se descolar da crise, não podemos retardar uma decisão tão importante”.
De maduro Com a votação da denúncia marcada para 2 de agosto, entusiastas da queda do governo esperam que, até lá, Temer seja alvejado por novos tiros, como a delação de Eduardo Cunha ou mesmo uma segunda denúncia de Rodrigo Janot.
No azul Aliados do governo que decidiram recuar da disposição de impor uma votação nos próximos dias dizem que depois de uma “semana muito positiva”, seria um erro insistir na formação de um quorum de 342 no plenário às vésperas do recesso.
Desconhecidos Com tantas substituições na CCJ, Darcísio Perondi (PMDB-RS) e Beto Mansur (PRB-SP), da tropa de choque de Temer, percorreram a comissão com a lista de nomes checando as fotos no site da Câmara para saber quem era quem.
Como uma luva O ex-presidente Lula vai aproveitar a série de viagens que articulava pelo país no segundo semestre para combater a sentença de Sergio Moro e defender sua pré-candidatura à Presidência. Começará o giro pelo Nordeste, em agosto.
Rivotril Aliados do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ficaram alarmados com mágoa que o presidente da Câmara externou ao falar dos auxiliares mais ligados a Temer no governo, na noite desta quarta (12).
Ausente Maia abordou o assunto na festa do aniversário do ministro Mendonça Filho (Educação). O brinde foi na residência oficial do presidente da Câmara. Ano passado, a festa foi em um restaurante e Temer, que havia sido convidado, compareceu.
Um pé… Embora o governo tenha decidido não rever o imposto sindical na MP da reforma trabalhista, o ministro Ronaldo Nogueira (Trabalho) continua acenando às centrais que uma nova contribuição será criada para compensar as perdas.
… em cada canoa Nogueira marcou encontro com sindicalistas dia 19 para discutir a nova contribuição.
Pede música A ala do PSDB que defende o governo Temer diz que o presidente interino da sigla, Tasso Jereissati (PSDB-CE), sofreu nova derrota política com a escolha de Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) para ler o relatório pela rejeição da denúncia.
Dureza Tasso trabalha para descolar o partido do Planalto e faz gestos a Maia, mas não obteve resultado efetivo.
Tudo eu Aécio Neves (PSDB-MG) foi contra a indicação de Ackel. Disse a um aliado que, com a maioria dos tucanos contra Temer na comissão, o deputado ficaria exposto — e ele, por ser de Minas, também.
CONTRAPONTO
O sujeito oculto
Na terça-feira (11), dia da conturbada votação da reforma trabalhista no Senado, o senador João Alberto (PMDB-MA) começou a discutir com as colegas da oposição que obstruíam a sessão.
Em meio ao debate, foi repreendido por uma sindicalista que estava no alto das galerias do plenário:
— Ei, eu sou de Bacabal (MA) e estou de olho em você!
João Alberto deu uma resposta inflamada, pediu silêncio e, diante do impasse, todo o plenário se calou.
A sindicalista, então, decidiu quebrar o gelo:
— Ô, minha gente, e cadê Aécio?!
Ninguém conseguiu conter as gargalhadas.
Crédito: Painel Folha de São Paulo