E se elas fossem para Moscou abre o festival, hoje, no Teatro Plínio Marcos (acima)

 

Adair Oliveira

“O grande desafio para essa edição foi refinar o olhar. O que escrever nessa tela branca”, resume Alaôr Rosa, que este ano divide a direção da 16ª edição do Festival Internacional Cena Contemporânea com Michele Milani. E os primeiros olhares começam, hoje, com as apresentações dos espetáculos E se elas fossem para Moscou, com direção de Christiane Jatahy, às 19h e às 21h30, no Teatro Plínio Marcos, da Funarte; na Ceilândia, no Teatro Sesc Newton Rossi,  a peça Albert Herring, às 20h, encenada por Francisco Frias.

O recorte curatorial  feito por Alaôr e Francis Wilker partiu dos temas: memória, afeto e fronteiras “de quais maneiras essa trinca reverbera em um mundo de fronteiras atravessadas “, explica Alaor. O Cena que acontece até 30 de agosto, neste ano, além completar vinte anos de existência se une ao Festival Primeiro Olhar. A iniciativa, do grupo espanhol-brasileiro La Casa Incierta, irá apresentar uma série de espetáculos dedicados a crianças de 0 a 5 anos de idade.

Teatro Invisible, do Matarile Teatro

Teatro Invisible, do Matarile Teatro

A programação conta com diversas atividades educativas: oficinas e debates para os artistas e a comunidade em geral. “ Assim o que se vê no palco surge mais aprofundado, mais compreendido”, destaca Alaôr.

Programação – Entre os trabalhos internacionais: Casa Verde, da Cia de Teatro O Bando, de Portugal, que retorna ao Cena Contemporânea depois de integrar a programação a primeira edição do festival, no ano de 1995. Da Georgia, 2 + 2 = 2, uma parceria entre o festival e o Akhmeteli Theatre, com direção de Rodrigo Fischer.  E The Mother, com a premiada atriz polonesa Jolanta Juszkiewikcz, em uma co-produção Polônia e Austrália são alguns dos trabalhos estrangeiros.

No painel nacional, a dobradinha em torno de duas grandes obras do dramaturgo William Shakespeare: Hamlet – um processo de revelação, do Coletivo Irmãos  Guimarães, em parceria com a Cia das Inutilezas do Rio de Janeiro. E também da capital carioca Ricardo III com Gustavo Gasparini.  De Natal (RN), Jacy, do Grupo Teatro Carmin; Capivara, solo de Lina do Carmo, uma parceria entre a Alemanha e Piauí são alguns dos espetáculos que compõe a mostra.

Hamlet - processo de revelação, do Coletivo Irmãos Guimarães

Hamlet – processo de revelação, do Coletivo Irmãos Guimarães

Da capital federal foram selecionados 9 trabalhos artísticos: Punaré e Baraúna, da Agrupação Teatral Amacaca, a partir de Cansaço – A Longa Estação, de Luiz Bernardo Pericás, com direção de Hugo Rodas; Vinil de Asfalto, de Edson Bezerra;  Quando o Coração Transborda – Esquadrão da Vida, de Maíra Oliveira, entre outras peças.

Vinil de Asfalto, de Edson Beserra

Vinil de Asfalto, de Edson Beserra

“Hoje, 20 anos depois, o Cena se consolidou para além de Brasília como um território de disseminação dos múltiplos teatros feitos na contemporaneidade. É um espaço de encontro e de libertação para artistas e espectadores. Aprendemos a ver, a ler, a fazer e a crescer com o Cena e tudo que ele pode proporcionar de desdobramentos, parcerias, encontros e sementes que germinam. Eu fui impulsionado pelo Cena como artista. O Cena está no meu DNA” , relata o diretor e dramaturgo Sérgio Maggio.

2 + 2= 2 , parceria entre Akhmeteli Theatre e o Cena Contemporânea, com direção Rodrigo Fischer

2 + 2= 2 , parceria entre Akhmeteli Theatre e o Cena Contemporânea, com direção Rodrigo Fischer

O Festival Internacional Cena Contemporânea proporcionou a criação do I Fórum de Teatro de Grupo, que articula politicamente as companhias do Distrito Federal (DF) e o nascimento de vários grupos, por exemplo, o coletivo Trincheira Cia de Teatro. Toda a programação do festival e os locais de venda dos ingressos podem ser acompanhados pelo site www.cenacontemporanea.com.br ou na página no facebook.

 

Fotos | Reprodução