Em 2016, a Pantone apontou como tendência a cor Rose Quartz, definida como “um pink suave e romântico”. O tom se espalhou pelas araras das grandes lojas de fast fashion e nos objetos de decoração. Quando parecia ter sido esquecido, renasceu em um matiz um pouco mais escuro e tem chamado a atenção sob o nome de Rosa Millennial. Uma grande surpresa, já que em 2017 os holofotes estavam apontados para o verde Greenery, também uma aposta da Pantone.
“O rosa traz conforto psíquico. Ele carrega a sensação de infância, que nada mais é do que a ideia de estar seguro e protegido”, explica a semioticista Clotilde Perez, colunista de Casa e Jardim, que destaca ainda que a definição de millennial surge para demonstrar que a cor, ao contrário do que muitos pensam, conversa com todas as idades e todos os gêneros. “É um tom horizontal”, define.
O matiz ganhou espaço graças ao impulso midiático que recebeu e por isso também é chamado de “Rosa Tumblr”. Mas não é apenas na plataforma que a cor é destaque. No Instagram, os filtros com efeito “envelhecido” fortalecem a presença do tom. “A cor está tão em alta que até o vinho rosé voltou a ser protagonista nas recepções”, destaca Clotilde. Mas não foi só esta a bebida que caiu nas graças do rosa millennial. A marca de tequila Código 1530 já anunciou a sua versão na cor também.
Já no décor, o tom chega como um rosa quase queimado, partindo do bege avermelhado e indo até o pêssego. “São mais envelhecidos e elegantes, mais sofisticados e um pouco mais pastel”, indica Fernanda Figueiredo, gerente de Cores e Comunicação da AkzoNobel Tintas Decorativas. “A gente pode observar essa tendência partindo do cobre que está bem presente na decoração atualmente”, complementa Clotilde.
O passeio pelas cores é natural e enriquecedor. “Acreditamos que os tons de rosa ainda permearão o inconsciente coletivo por um bom tempo, mas vale aqui reforçar que não é, necessariamente, um tom em si, mas a gama de rosas acinzentados que estão e estarão em evidência”, explica Fernanda, e ainda reforça que o motivo é a simples busca pela sensação de aconchego em tempos agitados.
Dentro de casa, o objetivo é brincar e ousar com a cor. “Ela pode estar em paredes, móveis, objetos. O segredo utilizá-la de forma pontual ou mais notadamente no ambiente”, aconselha a arquiteta Beatriz Ottaiano, do escritório doob arquitetura.
Tente combiná-la com cores inusitadas como o greenery, o azul, o preto e tons de cinza para garantir um ar mais maduro. “Que tal investir em ambientes inusitados, como a sala ou a cozinha?”, indica Daniele.
E se ficar aquela sensação de que as tendências vem e vão, a aposta no rosa millennial parece ter vida longa. “Os tons de rosa continuarão a ser uma escolha frequente na arquitetura, não necessariamente um tom em si, mas com variações de nuances”, afirma Fernanda, da AkzoNobel. “Ela pode ser usada hoje de uma forma, mas amanhã pode ser resignificada ou combinada a outras cores, materiais e contextualizações”, finaliza a arquiteta, Beatriz.