A maioria das pessoas pensa que vinho tinto combina com carnes vermelhas e, vinho branco, com carnes brancas, certo? Essa regra pode valer, mas não é sempre assim. O sommelier Rafael Sá, da Pires de Sá Vinhos, diz que tanto a proteína, quanto os condimentos e até mesmo o clima do dia influenciam na harmonização. “Se você pega um frango com tempero leve, você combina com um vinho branco. Mas, um frango mais apimentado, já vai bem com um vinho tinto”, explica. O mesmo vale para carnes vermelhas muito gordurosas, que, segundo Rafael, podem cair bem com um bom espumante, pois “a acidez e asborbulhas podem ‘limpar’ a gordura da carne.”

No caso das pizzas, por exemplo, é importante ficar atento ao sabor. Calabresa, lingüiça apimentada ou alguma pizza de shimeji e shitake, pedem um tinto como Carmenère, Shiraz ou Cabernet Sauvignon.  Já pizzas mais leves, como margherita ou atum, pedem um Pinot Noir ou Merlot. Quanto mais intenso o sabor da pizza, mais encorpado deve ser o vinho.

Para ajudar, Rafael montou uma escala – da mais leve à mais encorpada – com as uvas mais comuns no mercado. Em primeiro lugar, vem o Pinot Noir, em seguida a Carmenère, depois Shiraz, Malbec e Cabernet Sauvignon. Para finalizar, Rafael diz que não é preciso se preocupar se você não teve uma experiência tão boa as harmonizações. Tudo é questão de tempo e estudo. Ele ainda reforça que, nos dias mais quentes e secos – clima bem comum aqui em Brasília – o ideal é realmente pedir um branco, um espumante ou um rose – mesmo que com carnes vermelhas. Já nas noites, quando o clima já está mais ameno, aí sim, o bom e velho tinto ganha a vez.