Luz, câmera, ação e paz. Esta casa projetada para um diretor de cinema na cidade australiana de Woollahra foi poeticamente batizada com as flores de bougainvillea que sobem até a sacada, no segundo andar. Apenas a planta injeta cor à decoração na estreita residência de 240 m², projeto do escritório australiano Luigi Rosselli Architects. Tudo faz sentido: é preciso desacelerar a mente, quando o morador entra ali.
Estreita sim, mas uma casa que aproveita bem sua porção ao ar livre: nos fundos, ela se abre para receber amigos ao ar livre, em uma área destinada aos churrascos e happenings que ele gosta de promover.
No interior, o preto e branco predominam, realçados pelo dourado e materiais nobres como o mármore e o porcelanato. Construída como um Tetris elegante, a residência tem encaixes precisos na cozinha, em uma arquitetura admirável. Foi o jeito que os arquitetos encontraram de deixar o espaço mais interessante: criar níveis diferentes, já que o pé-direito permitia.
Na sala de estar, poucos acessórios e peças decorativas se destacam. Cabe aos muxarabis de escama de peixe fisgar os olhos nas escadas para o segundo andar e lá em cima, na sacada, um dos pontos em que o morador e a mulher contemplam o céu azul.
No escritório, no terceiro andar, o branco-paz é reforçado pela luz natural que entra pelos vidros em esquadrias pretas. Para um diretor, nada mais inspirador que silenciar a mente nesses tempos.