A liberdade de estilos é caminho para encontrar a identidade. Sem medo das misturas, este apartamento de 92 m² assinado pelo escritório MN Arquitetura e Interiores se guia pela originalidade
Assim como a vida se revoluciona tantas vezes, ninguém deve se limitar a apenas um estilo. A arquiteta Natasha Haddad, de 29 anos, sabe bem disso. Seus dias são intensos, corridos, e ela está feliz quando abre a porta do apartamento no 23º andar de um edifício no Brooklin, em São Paulo. Pela primeira vez mora sozinha – com a cadela Cloe – neste apartamento de 92 m², e curte o momento de liberdade para escolher cada peça e experimentar os estilos que compõem sua história.
Natasha colecionava muitas referências, e antes de unir todas foi necessário mudar a planta completamente. Uma varanda enorme deu espaço a um living mais generoso. Os três quartos se tornaram duas suítes. Depois disso, as boiseries de polietileno vieram dos cafés parisienses que ela ama. O piso cimentício traz um gostinho industrial. Sem divisões, funciona como uma moldura despojada e neutra para que a diversão surja. Entre a mistura do clássico e o moderno aparecem toques lúdicos, um afago de casa vintage com a poltrona de ratã e o exotismo de Fornasetti. Assumidamente vê-se de tudo, em um fio condutor que revela quem é Natasha –uma bem-humorada worklover, que do alto de 23 andares tem vista para a ponte estaiada e a cidade do seu canto preferido.
O quarto é mais claro e traz arte irreverente para tirar os dias do comum. “Fui brincando com cores nos móveis, nos objetos. A parte mais moderna é influência do nosso escritório”, diz ela, que assina o projeto ao lado de Mayara Clá, sócia da moradora no MN Arquitetura e Interiores. É essa a veia mais forte do trabalho da dupla: as boas composições sobre uma base limpa e elegante. Como se misturam as pessoas física e jurídica de Natasha, esse ineditismo é natural. “Lar real tem de ter uma brincadeira. Tudo aqui traz uma história”, conta apontando um gramofone que é amplificador de som do smartphone. Pequenas esculturas “com sentimentos” na parede da sala estão ali para lembrar suas verdades – com toda a liberdade, sempre.