NutriCoaching apresenta dicas de como combater este problema que cresce proporcionalmente ao espaço que a mídia tem ganhado na vida das pessoas

Um distúrbio comportamental tem acometido cada vez mais pessoas nos últimos tempos. Trata-se da bulimia, desordem alimentar que gera na pessoa uma compulsão muito grande em ingerir muita comida – normalmente bastante calóricas – e, logo após, é tomada por um sentimento de arrependimento ou de medo de engordar, fazendo com que recorra a meios de eliminar o que foi ingerido. Dentre esses meios, os mais comuns são a indução de vômitos, o consumo de laxantes e diuréticos ou a excessiva prática de exercícios.

Mas como identificar uma pessoa com este problema? De acordo com a nutricionista Mariana Olival, da NutriCoaching Kids, o diagnóstico é feito pelo médico por meio de questionários. “É uma série de critérios, mas temos um quadro clássico que é o paciente que come e depois tem um comportamento compensatório para aquilo que ele acabou de comer”, afirma.

De acordo com a especialista, uma das causas mais comuns é a pressão social, sobretudo, da mídia com enfoque em corpo perfeito. “O parâmetro imposto de corpo é tão raro e inatingível que leva as pessoas ao desespero. E a bulimia surge da frustração por não chegar a esse parâmetro”, alerta Mariana.

Tratamento

Em termos de tratamento é indispensável que ele seja multiprofissional. Na equipe, é importante ter nutricionista, psicólogo, psiquiatra e, dependendo do caso, educador físico. Segundo ela, o problema da bulimia é nutricional em segunda instância. A questão principal, normalmente, é autoimagem, autoestima e confiança. “Não se deve tratar esses casos de transtorno alimentar com dieta, exige todo um cuidado para recuperar primeiro a questão psicológica”, recomenda.

Perfil

E qual o perfil da pessoa que geralmente tem este tipo de problema? Normalmente, são meninas, adolescentes, mais suscetíveis à pressão da mídia. Uma faixa de idade entre 10 e 22 anos é a de maior recorrência. Mas há casos de homens também na mesma situação, que é um pouco diferente, mas que não foge ao caso.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a adolescência é o período entre 10 e 19 anos de idade, que é marcado pelo crescimento e desenvolvimento acelerado e onde o estado nutricional indica condições de uma vida saudável. No início dessa fase, as transformações biológicas e as alterações na personalidade ocorrem juntas e assim como o corpo vai adquirindo uma nova forma, modifica-se também a imagem mental, onde o adolescente passa a crer que sua imagem corporal está desproporcional à imagem idealizada. Devido à pressão da mídia sofrida por esta população e por vários outros fatores, sendo estes os biológicos, psicológicos, familiares, insatisfação corporal e o desejo por um corpo perfeito, os adolescentes não se alimentam corretamente e passam a seguir dietas inapropriadas e perigosas que causam desordens em seu organismo e aumentam o risco de apresentarem transtornos alimentares.

O sexo feminino representa 90% da população afetada e em países industrializados, onde a magreza é valorizada, o problema é mais prevalente.

O alerta é que a bulimia vem crescendo, assim como o acesso às mídias está cada dia mais fácil e cada vez mais cedo. Redes sociais, TVs, aplicativos de “Photoshop”, entre outros, evidenciam a busca pelo corpo perfeito.
“O Brasil, infelizmente, em termos de políticas públicas, não reconhece o problema de transtorno alimentar como reconhece o diabetes e a obesidade, por exemplo. A gente – enquanto país – deixa a mídia falar o que quer sobre essa pressão e o transtorno alimentar acaba sendo reforçado e nós não combatemos a causa como deveríamos combater”, pondera a nutricionista da NutriCoaching.

Dez dicas para evitar a bulimia

O envolvimento e a participação de toda a família é de extrema importância para que as medidas preventivas sejam colocadas em prática e sejam efetivas, uma vez que este transtorno está relacionado a alterações de comportamentos e os mesmos podem ser facilmente identificados dentro de casa. Confira as dicas que a NutriCoaching preparou sobre o assunto:

1- Aos pais: evitar atitudes e comportamentos que possam levar a opressão dos filhos com relação ao seu peso corporal e imagem do corpo de uma forma negativa;

2- Na família, é muito importante não fazer críticas, julgamentos e brincadeiras se a criança ou o adolescente estiver acima do peso;

3- Observar se a criança ou o adolescente prefere realizar as refeições principais isolado em seu quarto ou em outro ambiente em que a família não esteja reunida;

4- Atentar-se se essa criança ou adolescente vai ao banheiro sempre logo após o término das refeições em família;

5- Avaliar rigorosamente a introdução precoce do filho adolescente na academia ou em atividades muito intensas para a sua idade;

6- Evitar permitir que a criança ou o adolescente insiram-se nos aplicativos e sites de mídias sociais muito cedo;

7- Prestar atenção no ciclo de amizades que o filho está inserido e procurar estar sempre presente nas reuniões e saídas com os amigos;

8- Estimular e incentivar atividades didáticas na escola, com o grupo de amigos que a família sente confiança;

9- De uma maneira geral, procurar ser muito presente na vida escolar e pessoal do filho, aconselhando-o sem oprimi-lo, para que ele sinta seu porto seguro dentro de casa e possa recorrer à família caso algo esteja inadequado;

10- Caso a família perceba algum comportamento diferenciado do filho, não hesitar em procurar ajuda de um profissional, psicólogo e/ou um psiquiatra, para identificar e controlar o transtorno precocemente. Essa identificação inicial é fundamental para amenizar os sintomas e a evolução desse transtorno alimentar.

Fonte: Divulgação