Exames de rotina são essenciais para diagnosticar doenças que não manifestam sintomas em estágio inicial, como a esteatose hepática
“No Brasil, temos uma significativa parte da população obesa e diabética. Isso é ainda mais preocupante porque a maioria destes pacientes são adultos jovens e, por um simples erro alimentar ou de metabolismo, desenvolvem doenças como esteatose hepática”. O alerta é do médico nuclear, Renato Barra, ao comentar a enfermidade que se tornou notícia essa semana, após diagnóstico revelado pelo youtuber Windersson Nunes.
Segundo a Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), a esteatose hepática – um processo inflamatório crônico do fígado, ocasionado por deposição de gordura – atinge aproximadamente 20% da população. A doença pode ter causas alcoólicas (provocadas pelo consumo excessivo de bebida) e não alcóolicas, como as hepatites virais, diabetes, obesidade e níveis elevados de colesterol e triglicerídeos, sendo capaz de atingir qualquer faixa etária.
No entanto, a maior incidência ocorre entre pacientes acima dos 30 anos. “Nesta faixa etária, há aumento do nível de colesterol e do açúcar no sangue devido ao envelhecimento. Em média, uma em cada cinco pessoas com sobrepeso desenvolve esteatose hepática não alcoólica”, ressalta o médico e diretor do IMEB (Imagens Médicas de Brasília). Em geral, é uma doença benigna, mas, em uma minoria de pacientes, pode evoluir para insuficiência hepática (cirrose).
Silenciosa, a esteatose hepática não causa sintomas. Quando ocorrem, incluem fadiga, perda de peso e dor abdominal. O diagnóstico precoce e o monitoramento de sua progressão são de grande importância, já que esta doença pode ser curada nos estágios iniciais. Para isso, alguns exames não podem deixar de fazer parte da rotina: por exemplo, o paciente pode apresentar alterações em exames de sangue relativos ao fígado, já que a esteatose hepática é a causa mais comum de elevação das enzimas deste órgão.
Além deste exame, explica Renato Barra, existem vários métodos de imagem para detecção de gordura no fígado, como a ultrassonografia, a tomografia computadorizada (métodos mais utilizados na prática clínica) e a ressonância magnética. “A ressonância magnética tem maior sensibilidade e especificidade para detectar a esteatose hepática, ou seja, consegue quantificar corretamente o depósito de gordura no fígado, além de ser não invasivo e dispensar o uso de contraste endovenoso e radiação ionizante”, recomenda.
Assim como em várias doenças, a prevenção da “gordura no fígado” (como a esteatose hepática é popularmente chamada) passa por uma dieta equilibrada. Deve-se evitar o excesso de carboidratos brancos, gorduras e o açúcar e, ainda, a prática de atividade física regular. Em resumo, evitar a obesidade e o diabetes.
Fonte: Divulgação