Mais do que qualquer outro país do Novo Mundo, a Argentina sempre foi grande consumidora de vinhos. O produto nacional, porém, tinha pouca qualidade. A situação começou a mudar há pouco mais de 30 anos, quando produtores de Mendoza, com a bodega Catena Zapata à frente, passaram a aplicar as mesmas técnicas que tinham posto a Califórnia no mapa do vinho mundial.

A uva malbec, prata-da-casa que era desvalorizada pelos enófilos, ganhou um novo brilho ao ser plantada em terras mais altas. Pouco a pouco, os críticos foram destorcendo seus narizes. De 15 anos para cá, as melhores bodegas de Mendoza têm assistido à peregrinação de enófilos de carteirinha.

Mas não é preciso ser um connaisseur para aproveitar sua viagem a Mendoza. Pelo contrário. Com 130 vinícolas (bodegas, em castelhano) abertas à visitação, Mendoza é uma eno-disney tanto para iniciados como para iniciantes.

Se você está começando agora a descobrir o universo do vinho, basta organizar suas visitas, e você vai sentir em poucos dias a mesma evolução que Mendoza viveu nas últimas décadas.

E se você já é um habituê de degustações, vai sair de Mendoza pós-graduado em malbec (e vai poder ver como bonarda, cabernet franc, viognier, chardonnay e outras cepas se saem na região).

Salud!

Quantos dias em Mendoza?

5 dias em Mendoza

Com 5 dias (4 noites), você já faz uma viagem bem redondinha a Mendoza. Um dia você reserva para a excursão de Alta Montanha. Os outros dois dias ficam para degustações, escolhendo duas entre as três regiões vinícolas principais. (Sugestão? Valle de Uco e mais uma: Luján de Cuyo ou Maipú.) Nos horários vagos dá para dar uma voltinha pela cidade.

  • dia 1: chegada
  • dia 2: excursão de Alta Montanha
  • dia 3: vinícolas em Luján de Cuyo ou Maipú
  • dia 4: vinícolas no Valle de Uco
  • dia 5: partida
6 dias em Mendoza

Com 6 dias (5 noites), você pode conhecer Luján de Cuyo, Maipú e Valle de Uco, cada região em um dia, e fazer a excursão de Alta Montanha. Ou manter duas degustações e fazer atividades ao ar livre, como cavalgadas e rafting.

  • dia 1: chegada
  • dia 2: excursão de Alta Montanha
  • dia 3: vinícolas em Luján de Cuyo
  • dia 4: vinícolas em Maipú
  • dia 5: vinícolas no Valle de Uco
  • dia 6: partida

Se você pretende se hospedar numa vinícola (recomendamos!), escolha ficar numa das pousadas do Valle de Uco. Dedique ao menos dois dias do roteiro para conhecer vinícolas do entorno e para aproveitar o hotel, fazendo valer a localização.

Quando ir a Mendoza

Mendoza no verão

No verão (entre dezembro e fevereiro) as parreiras estão cheias de vida — dá pra provar uva do pé! Deixe passar dezembro e janeiro, quando o calor pode chegar a 40°C. Programe a viagem para o fim da estação, e escolha um hotel com piscina, para se refrescar na volta dos passeios. No final de fevereiro começa a colheita das uvas brancas, e em meados de março chega a vez das uvas tintas. É uma época animada em Mendoza, com as vinícolas trabalhando a todo vapor. (Mas evite primeiro sábado de março, quando Festa da Vindima — um evento folclórico — superlota a cidade.)

Mendoza no inverno

Nada combina mais com uma taça de vinho tinto do que um dia de inverno, certo? A desvantagem de se visitar Mendoza no inverno (entre julho e setembro) é encontrar uma paisagem triste, com os vinhedos sem folhas e sem uvas. As temperaturas mínimas chegam perto de 0°C nos meses mais frios do ano, com médias em torno de 10°C. A melhor oportunidade da estação é combinar vinhos com esqui, com alguns dias de hospedagem na estação de Las Leñas, a 370km do centro de Mendoza.

Mendoza no outono e na primavera

Aposte no outono (entre meados de março e meados de junho) e no início da primavera (fim de setembro a meados de novembro) para combinar temperaturas agradáveis com preços melhores de hospedagem, e vagas menos disputadas nas degustações.

Vai combinar com Santiago? Olho na neve

Se você tiver planos de fazer a travessia de Mendoza a Santiago de ônibus, tenha em mente que é comum que a estrada seja interditada no inverno por conta de nevascas. É lindo atravessar a cordilheira nevada, mas tenha sempre alguns dias sobrando na manga caso precise adiar a travessia em um ou dois dias.

Como chegar a Mendoza

O Brasil está cada vez mais conectado a Mendoza, com cinco vôos diretos por semana, partindo de São Paulo. São três vôos por semana pela Latam (3ª, 6ª e domingo) e dois vôos pela Gol (5ª e domingo).

Combinando Mendoza com Buenos Aires ou Santiago

Veja que interessante: Mendoza está bem mais perto de Santiago do Chile (370 km) do que de Buenos Aires (1.100 km).

Mendoza + Buenos Aires

Para combinar Mendoza com Buenos Aires, compre uma passagem multidestinos/várias cidades. O que é isso? É a modalidade que permite que você emita vários trechos numa passagem só, rentabilizando ao máximo sua tarifa.

Monte a sua passagem multidestinos/várias cidades da seguinte maneira:

  • Trecho 1: Sua cidade-Buenos Aires
  • Trecho 2: Buenos Aires-Mendoza
  • Trecho 3: Mendoza-Sua cidade

Caso o itinerário do trecho 3 inclua uma conexão em Buenos Aires, verifique se não há necessidade de troca de aeroporto. Não aceite! Continue a busca até achar um itinerário que use apenas um aeroporto.

O vôo entre Buenos Aires e Mendoza leva só 1 hora e 40 minutos.

Também é possível viajar entre Buenos Aires e Mendoza de ônibus: são 14 horas de viagem.

Mendoza + Santiago

Há duas maneiras de organizar essa viagem a Mendoza incluindo uma passada em Santiago.

A primeira, inteiramente aérea, requer comprar uma passagem multidestinos/várias cidades, que permite emitir vários trechos numa passagem só, rentabilizando ao máximo sua tarifa.

Monte a sua passagem multidestinos/várias cidades da seguinte maneira:

  • Trecho 1: Sua cidade-Santiago
  • Trecho 2: Santiago-Mendoza
  • Trecho 3: Mendoza-Sua cidade

A outra maneira de combinar Mendoza e Santiago é fazendo a travessia da Cordilheira dos Andes de ônibus. É uma viagem longa (7 horas, contando a parada chatíssima na aduana), mas muito bonita. As melhores cias. de ônibus a fazer o trajeto Mendoza-Santiago são a CATA Internacional e a Andesmar. Entre maio e outubro há risco de nevascas interditarem a estrada por 24 ou 48 horas; viaje com tempo sobrando.

Deslocamentos em Mendoza

Mendoza dicas: plaza independencia

Se você escolher um hotel bem localizado no centro, quase não vai precisar usar transporte algum dentro da cidade. Todos os serviços estarão a uma caminhadinha rápida de distância, inclusive os melhores restaurantes.

Táxis em Mendoza custam entre 35 e 50 pesos para corridas curtas (preços de janeiro/2018). É preciso relevar o estado de alguns carros; muitos veículos são bem caidinhos. Uber ainda não opera em Mendoza.

Para usar ônibus em Mendoza você vai precisar comprar um cartão Red Bus. Existem cartões descartáveis ou recarregáveis, à venda em kioscos pelo centro.

É melhor levar real ou dólar para Mendoza?

Que moeda eu levo para a Colômbia real peso dólar

Por praticidade, leve dólares para pagar passeios contratados com remis. Os orçamentos geralmente já são enviados pelos motoristas nessa moeda. Você carrega menos bilhetes, e não precisa debater a cotação de dólares para pesos na hora de acertar a conta.

É bom também saber que, no meio do ano, o real costuma ficar desvalorizado na Argentina. O pico de valorização do real é no verão — ou, vá lá, entre novembro e a Páscoa — quando os argentinos procuram a nossa moeda para viajar ao Brasil.

Hospedagem: pague com cartão de crédito

Pague o seu hotel com cartão para ter isenção de IVA (o ICMS deles). Estrangeiros que paguem a conta de hospedagem com cartão de crédito, de débito ou pré-pago deixam de pagar 21% de imposto. Essa economia compensa com larga vantagem o nosso IOF (de 6,38%) e alguma eventual variação cambial até o pagamento da sua fatura.

Onde ficar em Mendoza

Mendoza dicas: plaza independencia

Plaza Independencia

Mendoza é uma cidade grande. A região metropolitana é a quarta mais populosa da Argentina. Se você sonha em acordar numa pousadinha com vista para os vinhedos, vai precisar se hospedar fora do centro da cidade.

Mas o centro de Mendoza também tem seu charme: as praças e o Parque General San Martín. Use a Plaza Independencia como referência de boa localização. Nos hotéis do entorno você estará a uma pequena caminhada de distância das casas de câmbio, restaurantes, agências de passeios e lojas de vinho, sempre por vias cheias de árvores.

Hotéis no Centro de Mendoza

A hotelaria não é o forte de Mendoza. A maioria dos hotéis fica aquém das expectativas no quesito charme. A melhor dica ao procurar onde se hospedar em Mendoza é: não descarte os hotéis cinco estrelas. Aliás: comece a sua busca de hospedagem por eles. As tarifas costumam ser bem razoáveis. Em baixa temporada, você paga o mesmo num cinco estrelas em Mendoza do que num hotel executivo em São Paulo.

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Park Hyatt

O ícone da cidade é o Park Hyatt. De frente para a Plaza Independencia, tem uma fachada do século XIX, emprestada do antigo Plaza Hotel. Dentro, não falta nada: são dois bons restaurantes, um wine bar estiloso, spa, academia e cassino. Acorde um pouquinho mais cedo e se dê o tempo necessário para curtir o café da manhã, que é espetacular. O único ‘senão’ fica por conta da piscina, muito pequena para o porte do hotel. Os quartos do Park Hyatt são confortáveis e de decoração sóbria, com um toque de luxo nos banheiros, revestidos em mármore.

Na mesma categoria, o elegante Diplomatic ganha no quesito vista. Peça um quarto voltado para as montanhas e acorde com a cordilheira no horizonte.

Já o Sheraton merece alguns pontinhos extras por ser o único cinco estrelas no miolinho do centro com piscina coberta, aproveitável em qualquer época do ano.

Se não encontrar tarifas boas nos cinco estrelas, passe para as categorias mais básicas. Aqui é preciso reforçar: a hotelaria no centro de Mendoza é um pouco cansada, e é recomendável ter expectativas de acordo.

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Hotel Argentino

O antiguinho Argentino dá conta do recado para quem preza por uma boa localização, acima de tudo. Como o Park Hyatt, está em frente à Plaza Independencia, num prédio de dois andares. Tem um café da manhã bom para os padrões argentinos, quartos compactos e atendimento simpático na recepção.

O vizinho San Martín tem um jeitão bem parecido (simplesinho, mas buena onda), e repete a localização nota 10.

A uma quadra da Plaza Independencia, o Villaggio Hotel Boutique não é tão ‘boutique’ assim, mas já sobe um degrau em termos de conforto. Tem um jardinzinho bem agradável para passar o fim da tarde.

O clássico Huéntala está em boa forma e fica a uma quadra da movimentada avenida San Martín. Mas ficar no Amérian faz você passar todo dia por um dos cantinhos mais bonitos de Mendoza — a Plaza Italia. Aproveite os quartos super espaçosos e a bonita vista do terraço.

Prefere um visu mais moderninho? Então fique com o NH Mendoza Cordillera.

Para voltar a pé depois de curtir a noite em Mendoza, escolha entre os apart-hotéis Quinta & Suites e Solandes, ambos em ruas transversais à Arístides Villanueva, a rua do agito.

Hotéis em vinícolas

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Casa de Huéspedes Finca La Azul

Escolhendo se hospedar numa vinícola, você faz da sua viagem a Mendoza um evento realmente especial. Você pode dividir a sua estadia e ficar as duas últimas noites fora do centro, como um gran finale. Ou então passar o tempo todo no mesmo lugar. De uma maneira ou de outra, escolha um hotel com boa estrutura e alugue um carro. Depender de remis vai ficar muito caro, e pode fazer com que você se sinta muito preso ao hotel.

A região mais interessante para se hospedar numa vinícola em Mendoza é o Valle de Uco. Fica mais longe da cidade e mais perto da natureza, com o Cordón del Plata ao fundo e vinhedos por todos os lados.

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Casa de Huéspedes Finca La Azul

A maior jóia entre os hotéis do Valle de Uco é a Casa de Huéspedes Finca La Azul. Você vai se sentir parte da família depois da recepção carinhosa da anfitriã, Shirley, que está sempre por perto. Ela comanda a pousada, enquanto seus filhos se dividem entre a vinícola e o restaurante da La Azul, um dos mais elogiados de toda Mendoza. E que, para a sorte dos hóspedes, fica a 5 minutos de carro. Mas as refeições na pousada não ficam muito atrás, com um restaurante próprio e menu de jantar que muda a cada noite, acompanhado dos ótimos vinhos feitos logo ali.

Os quartos na Casa de Huéspedes Finca La Azul são amplos, cheios de luz natural e com uma linda vista, especialmente aqueles no 2° andar. A piscina é uma delícia, cercada de árvores. É o lugar que você gostaria de poder voltar em todo feriado prolongado. Excelente relação luxo x benefício, e não à toa, com nota 9,8 no Booking (março/2018).

A Posada Salentein oferece diárias com ou sem meia pensão (café da manhã e jantar). O bosque ao redor impressiona mais do que a pousada em si, que é bonita, mas não tem aquela suntuosidade toda que se vê na bodega.

O Alpasión Lodge tem uma proposta mais interessante, com jeito de hotel do deserto e quartos inspirados em elementos da natureza.

Num patamar mais alto de preço, que tal se hospedar num hotel onde você pode sonhar em ter um lote de terra e produzir o seu próprio vinho? É assim no bonitão Casa de Uco — de dentro do prédio, com frente toda em vidro, talvez você até consiga enxergar a sua futura plantação de malbec.

O mesmo esquema também é oferecido no luxuoso The Vines, que tem acomodações super privativas, uma academia debruçada sobre os vinhedos e restaurante assinado pelo chef Francis Mallmann.

Fora do Valle de Uco

Cavas Wine Lodge

Cavas Wine Lodge

Se hospedar numa vinícola fora do Valle de Uco só vale a pena para se ter alguma experiência igualmente extraordinária. A região de Luján de Cuyo é mais urbanizada, mas vale considerar o divertido Entre Cielos, o rústico-chic Rosell Boher Lodge (produtor de espumantes), e, claro, o suntuoso relais-château Cavas Wine Lodge.

Onde comer em Mendoza

O centro de Mendoza tem vários ótimos restaurantes, e uma avenida tomada por bares: a Arístides Villanueva.

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Fuente y Fonda

Para almoçar como na casa da vovó, siga ao Fuente y Fonda (Montevideo 675, tel. 261 429-8833), uma gracinha de lugar com estilo retrô e comida caseira. Como num domingão em família, a milanesa napolitana é servida em travessa, para dividir.

O María Antonieta (Belgrano 1069, tel. 261 420-4322) tem ares franceses e um menu de almoço com saladas, sanduíches e outras opções leves. Abre também para café da manhã e jantar.

Mendoza dicas: azafrán restaurante mendoza

Azafrán

Para aquela noite especial, o hors-concours é o Azafrán (Sarmiento 765, tel. 261 429-4200). Cozinha de alto nível, preço de acordo, mas com um clima informal muito bem-vindo. Você pode escolher entre o menu-degustação com harmonização (maridaje, em espanhol) do sommelier, ou pedir à la carte e se aventurar pela adega. Cada garrafa tem uma plaquinha de preço, e há rótulos de valores diversos, além de vinhos por taça. O cardápio é bem clássico, com toques de criatividade: o sal de azeitonas faz brilhar o carpaccio de vitela, e os crocantes de queijo dão mais uma textura ao reconfortante risoto de cogumelos. Vale o investimento.

Mendoza dicas: francesco restaurante mendoza

Francesco

Numa noite fresca, aproveite a área externa do restaurante Francesco (Chile 1268, tel. 261 425-3912). Está instalado numa linda casa que, pela história da proprietária María Teresa Barbera, conta um pouquinho da imigração italiana em Mendoza.

O La Marchigiana (Patricias Mendocinas 1550, tel. 261 423-0751) pertence à mesma família, e ambos servem massas de boa qualidade.

Mendoza dicas: orégano pizza mendoza

Orégano

No quesito pizzas, o ‘quente’ é o Orégano (Rivadavia 789, tel. 261 425-0614). Pizzaria no primeiro andar, restaurante no segundo piso, e ocupando com mesinhas na calçada uma esquina do centro da cidade. O cardápio é enxuto e tem sabores mais interessantes do que a quatro queijos de sempre. Legumes assados, jamón serrano e queijo feta aparecem em algumas coberturas. Os preços em conta nem denunciam que é mais um empreendimento do chef-celebridade Francis Mallmann (em sociedade com sua esposa, a também chef Vanina Chimeno, que comanda o María Antonieta).

Por falar em Francis Mallmann, seu restaurante mais famoso em Mendoza continua sendo o luxuoso 1884 (Belgrano 1188, tel. 261 424-3336), a 15 minutos de carro do centro. É um espaço realmente especial, com uma adega subterrânea que guarda mais de 12 mil garrafas de vinho. As mesas dispostas no jardim são um charme. A especialidade são, logicamente, as carnes, preparadas no forno de barro ou na parrilla. Reserve com antecedência… e prepare o bolso.

Mendoza dicas: La Barra

La Barra

De volta ao centro de Mendoza, outra boa opção para carnes num ambiente mais bacana é o Grill Q (Chile 1124, tel. 261 441-1225), a parrilla do hotel Park Hyatt. Já para um churrasco bem mais em conta, fique com o La Barra (Belgrano 1086, tel. 261 654-1950). Sente no quintal e aproveite o seu bife de chorizo debaixo de uma linda parreira.

Para um climinha romântico, o Anna Bistró (Juan B Justo 161, tel. 261 425-1818) é imbatível. Meia-luz, mesas no jardim e cardápio de bistrô, em que se destaca o cordeiro ao malbec.

De bar em bar

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Avenida Arístides Villanueva

É divertido dar uma passadinha para conhecer o agito noturno da avenida Arístides Villanueva, o pedaço mais baladeiro de Mendoza.

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Chachingo Craft Beer

Você pode pular de bar em bar, ou ir direto ao Chachingo Craft Beer (Arístides Villanueva 383, tel. 261 338-6365), que tem cerveja artesanal e petiscos de primeira linha. Peça o tempura de camarão, sequinho e suculento. A cervejaria é uma das mais recentes empreitadas de Alejandro Vigil, enólogo por trás dos vinhos da Catena Zapata e Casa Vigil. Ou seja, quem não gosta de cerveja também encontra por ali alguns vinhos de responsa.

A mesma avenida tem uma variedade imensa de outros bares, que nos dias de calor lotam as calçadas com mesas e cadeiras. Mas também dá para jantar num clima um pouco mais tranquilo, como no todo bonitão Josefina (Arístides Villanueva 165, tel. 261 423-3531), com cardápio variado e ingredientes da estação.

Tem cubierto?

Felizmente, a taxa de cubierto, bem comum em Buenos Aires, não é cobrada em Mendoza. Quanto à gorjeta, pode não vir expressa na notinha, mas é sempre apreciado que se deixe 10%.

Como organizar os passeios

A viagem bem-sucedida a Mendoza requer um bom planejamento prévio.

Agende com antecedência

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Belasco de Baquedano

Regra número 1: é fundamental agendar visita nas vinícolas. Das bodegas familiares às vinícolas industriais, todas trabalham com horários limitados para receber visitantes, e muitas delas têm vagas super disputadas. A antecedência ideal para garantir o seu lugar numa degustação é de um mês. Na Catena Zapata? De dois a três meses.

Se você for fechar os tours com remis ou com uma agência de passeios, eles tomarão conta dos agendamentos por você, mas de toda maneira vai ser preciso garantir vagas com antecedência. Caso você prefira fazer as visitas por conta própria (não que a gente recomende…), o jeito vai ser se comunicar com as vinícolas uma a uma, por e-mail.

Vale saber também que as vinícolas de Maipú e Luján de Cuyo costumam fechar aos domingos, e as do Valle de Uco, às segundas-feiras.

Faça um mix entre pequenas e grandes bodegas

Mendoza dicas: mendoza salentein

Salentein

As visitas às vinícolas seguem basicamente um mesmo roteiro. Primeiro, uma geral sobre a história daquela bodega, às vezes com uma passadinha pelos vinhedos. Depois, uma aula sobre a produção do vinho e os processos usados na vinícola: tanques de fermentação, barricas e que tais. Por fim, a degustação.

Bodegas industriais tendem a oferecer uma visita bem mais engessada. Nas vinícolas familiares, às vezes você dá a sorte de fazer a visita sozinho, e consegue bater um papo com menos script. Por isso, a regra de ouro é sempre misturar vinícolas de portes diferentes num mesmo dia de degustações.

Vá com calma

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Casa Vigil

Não se afobe em tentar conhecer todas as grandes vinícolas de Mendoza de uma vez só — isso seria absolutamente impossível. Calcule que em cada degustação você vai experimentar pelo menos três vinhos, mas às vezes são quatro, cinco, seis… Haja Epocler. Prefira fazer menos visitas, e invista em pelo menos um grande almoço em vinícola. Será sua melhor memória de viagem.

Como se deslocar às vinícolas

Com remis
Mendoza dicas: salentein bodega mendoza

Salentein

Fazer passeios com remis é o melhor dos mundos em Mendoza: um serviço de motorista em carro executivo só para você. No pacote estão inclusos o transporte em si, e também as reservas nas bodegas, que você é livre para escolher. A programação ideal é visitar duas vinícolas, e almoçar numa terceira. (Tudo na mesma região. Não faz sentido juntar Maipú e Valle de Uco no mesmo dia.) As degustações e os almoços são pagos por fora, direto às vinícolas e aos restaurantes.

Contratando um bom serviço de remis você tem ajuda para agendar e também para escolher quais bodegas visitar. Peça dicas, comente sobre as suas expectativas e deixe algum espaço para surpresas. Com esse serviço você dispõe ainda da melhor coordenação de horários possível. As visitas e os almoços têm hora marcada, mas com remis você consegue fazer visitas menos apressadas, com alguma flexibilidade. O motorista fica à sua disposição durante todo o tempo do tour.

Acerte o serviço com pelo menos um mês de antecedência, para garantir vaga nas vinícolas.

Contratamos em janeiro de 2018 o serviço de remis da Nossa Mendoza, recomendada há muitos anos pelos leitores nas caixas de comentários. A empresa é especialista em atender brasileiros. Tem carros próprios confortáveis, devidamente habilitados para transporte de turistas, e também organiza fretamento de vans para grupos maiores. Os remiseros da Nossa Mendoza falam português, ou portunhol em nível avançado. A visita a 3 vinícolas em Luján de Cuyo, saindo do centro de Mendoza, custa 150 dólares para duas pessoas. A visita a 3 vinícolas em Maipú, também. Para 3 vinícolas do Valle de Uco, o preço fica em 200 dólares. Valores de janeiro/2018.

Com tour organizado

Mendoza dicas: casa vigil el enemigo mendoza

Casa Vigil

A segunda melhor maneira de visitar vinícolas em Mendoza é com um tour organizado. Uma boa oportunidade para socializar entre uma tacinha e outra, principalmente para quem viaja sozinho. Mas é importante ter atenção na hora da escolha da agência de passeios. Algumas delas, voltadas para os turistas da Europa ou dos Estados Unidos, oferecem excelente serviço, mas têm preço equivalente a um dia de degustações com motorista particular. Outras se aproveitam do visitante mal informado e oferecem passeios a vinícolas que… bem, não são as melhores. Pesquise, e só feche tours que levarem a vinícolas bacanas, de preferência em grupos pequenos.

Os passeios a vinícolas em grupo já têm incluso no preço o valor das degustações e do almoço — no dia do tour, você só vai gastar dinheiro se quiser levar alguma garrafa pra casa. Passeios em grupo são um bom recurso para viagens planejadas em cima da hora, ou em datas disputadas. As agências têm vagas bloqueadas nas vinícolas e, com sorte, pode restar a você alguma chance de conseguir vaga nas degustações das vinícolas mais conhecidas.

Escolhemos contratar a Kahuak para um tour em grupo em janeiro de 2018. A agência tem programas com bom custo x benefício e um ótimo elenco de vinícolas. Especialmente nos programas Experiencia Valle de Uco (com Salentein, Domaine Bousquet e almoço na Andeluna) e Mundo Catena (com Catena Zapata, Caro e almoço na Casa Vigil – El Enemigo).

Com o Bus Vitivinícola

Mendoza dicas: mendoza andeluna degustação

Andeluna

O Bus Vitivinícola da Cata Turismo foi inspirado nos ônibus de estilo hop-on hop-off. Tem 4 circuitos diferentes de passeios por vinícolas, que se alternam na semana, de terça a domingo. E com uma seleção super boa: Norton, Chandon, Vistalba e Salentein são algumas das bodegas que aparecem entre os roteiros. De terça a sábado, há passeios por Luján de Cuyo e Maipú. Aos domingos, ao Valle de Uco.

A melhor forma de usar o Bus Vitivinícola é na modalidade ‘half day’, com degustação em duas vinícolas. Faça o passeio à tarde, e aproveite a manhã para conhecer o Parque General San Martín e dar uma voltinha no centro de Mendoza. Custa 550 pesos (março/2018) e dá direito a conhecer duas vinícolas à sua escolha. No roteiro Luján Sur, por exemplo, que tem 6 paradas, dá pra visitar a Chandon e a Casarena. As degustações são pagas à parte.

Se você tem resistência de maratonista, pode encarar a modalidade ‘full day’, escolhendo até quatro vinícolas (três para visitas e degustações, uma só para almoço). São 650 pesos, pouco mais caro do que o ‘half day’, o que até faria valer a pena. Mas a saída do ônibus é super demorada no turno da manhã (uma hora e meia do primeiro ponto até o último em que se apanha passageiros), e, chegando a vez da quarta degustação, talvez você trocasse tudo por uma Coca-Cola gelada…

O circuito ao Valle de Uco também é de dia inteiro, mas com esquema ligeiramente diferente. São três paradas fixas, nas vinícolas Monteviejo, Salentein e Andeluna.

Para a modalidade ‘half day’ no turno da tarde, é preciso reservar o passeio antecipadamente. Compre online, com cartão de crédito, ou ao chegar, no escritório da Cata Turismo (Av. Las Heras 601, tel. 261/425-1750). Na modalidade ‘full day’, você pode fazer o pagamento a bordo do ônibus.

De bicicleta

Mendoza dicas: belasco de baquedano

Belasco de Baquedano

A melhor maneira de conhecer vinícolas pedalando é contratando um tour. Em grupo, o passeio é mais seguro e você não se perde pelas estradinhas. A Kahuak e a Baccus Biking têm programas que incluem ótimas bodegas, com trânsfer de Mendoza até um ponto de partida mais próximo dos vinhedos. Prepare-se para, ao menos, 10 km de pedaladas.

Se tiver experiência em pedalar em cidade e quiser se aventurar por conta própria, uma boa idéia é ir para Maipú. Alugue com a Maipú Bikes (Urquiza 2499, tel. 261 467-0761), que oferece capacete e indica uma rota com as vinícolas mais próximas. Vá até lá de táxi ou com o ônibus de número 10 (rotas 171, 172 ou 173). Você vai precisar de um passe de ônibus Red Bus, vendido nos kioscos do centro.

Como NÃO visitar as vinícolas de Mendoza

  • De táxi. Os táxis que rodam por Mendoza são antigos e já viveram melhores dias. Ar-condicionado é artigo raríssimo. Você até consegue ir de táxi do seu hotel a alguma vinícola, mas conseguir outro para voltar vai ser super complicado.
  • De ônibus de linha. Sim, é possível visitar algumas vinícolas com ônibus de linha.  Mas as distâncias são grandes e isso vai limitar bastante a sua escolha de quais delas conhecer. Não é também um circuito muito seguro para o pedestre — eventualmente você vai ter que andar beirando estradinhas sem calçada. Só vá de ônibus se pretender alugar bicicleta depois.
  • De carro. Beber e dirigir nunca é boa idéia. Alugue carro apenas se for se hospedar fora do centro de Mendoza — em algum hotel do Valle de Uco, por exemplo, onde ficar sem carro pode ser muito limitante, e custar muito caro. Nesse caso, pegue leve nas degustações e dê tempo para que o corpo se recupere. A tolerância, pela lei, é de 0,5 gramas de álcool por litro de sangue para motoristas. Fique esperto: isso dá menos do que uma taça inteira de vinho.

Fonte: Viaje na Viagem