Para que uma pessoa sofra com insônia, a falta de sono ou dificuldade de manter-se em descanso deve ocorrer, no mínimo, três vezes por semana e durante três meses
Meditação, chás calmantes, aromaterapia e outras técnicas tem sido indicadas para aqueles que tem dificuldade para dormir. Mas o que é insônia, exatamente? O termo pode ser utilizado em vários casos, mas os casos de distúrbio configuram-se entre aqueles que não conseguem adormecer ou dar continuação ao sono durante três ou mais noites por semana, por ao menos três meses.
Aqueles que realmente sofrem com o distúrbio enfrentam, necessariamente, dificuldades durante o dia, uma vez que a definição do termo inclui energia exaurida, alterações no humor e na habildade de se concentrar. Esses sintomas são altamente perceptíveis pelo próprio indivíduo e pelas pessoas a seu redor.
Então, se de vez em quando você não consegue descansar, talvez a insônia não seja o seu caso e as causas disso sejam mais específicas, como má alimentação, excesso de tarefas do dia a dia, ansiedade e estresse.
Muitos aprendem a conviver com o distúrbio, que pode ser mal entendido entre a população e até mesmo pelos profissionais, uma vez que a insônia não é classificada como algum tipo de doença. De acordo com Colin Espie, médico do sono e professor da Universidade de Oxford, a deprivação do descanso dobra as chances das pessoas desenvolverem depressão, hipertensão e diabetes.
Espie é um dos maiores experts mundiais no assunto e afirma ao The Guardian que a insônia não é, necessariamente, consequência de algo, mas pode ser um sintoma de outra doença. Muitos acreditam que o fato de não conseguir dormir está, necessariamente, ligado à problemas do dia a dia, o que, segundo o especialista, faz com que as pessoas subestimem o sono. Ele afirma que os quatro pilares da vida são água, ar, comida e sono, de forma que não descansar é como não ter oxigênio para respirar.
Mas como a insônia surge?
Muitas pesquisas se concentraram em observar de perto as causas da insônia. Quando o distúrbio é temporário, as chances de estar ligado ao estresse são altas, uma vez que o sono é atua como regulador de emoções e desenvolvedor de respostar imunes no organismo, para conseguir recuperações físicas. Então, se uma pessoa passa por períodos de nervosismo e ansiedade, que podem vir de situações cotidianas ou de doenças como a gripe, o sono deveria restaurar o corpo para nos ajudar a lidar com os problemas.
O que dificulta a conclusão final sobre as causas da insônia crônica é que aqueles que dormem bem não precisam aprender a descansar, é algo biológico. Já as pessoas que enfrentam os obstáculos diariamente, acabam estimulando o cérebro cada vez mais, o que atrapalha o sono.
Ainda de acordo com Espie, o único tratamento eficaz para os casos de insônia crônica é a terapia cognitivo-comportamental, pois, uma vez que introduzidos os remédios calmantes, a pessoa acaba por usá-los como muleta para dormir, o que gera certa dependência.
O que é terapia cognitivo-comportamental?
O objetivo do tratamento é estabelecer um ritmo biológico de sono, descobrindo, ao certo, quanto tempo a pessoa precisa para descansar. Por mais que seja comum a ideia de que precisamos dormir oito horas por dia, há quem se adapte melhor com períodos menores ou maiores.
Dessa forma, os recursos terapêuticos comportamentais ajudam a construir um padrão saudável de descanso e a “confiar” na chegada do sono na hora certa, mesmo que você tente se manter acordado.
A parte cognitiva trabalha o mindset, ou seja, o conjunto de atitudes mentais que influenciam nosso comportamento. Isso alivia o turbilhão de pensamentos que surgem na mente dos que sofrem com a insônia ao se deitarem. Os objetivos são ajudar às pessoas a pararem de tentar dormir, deixando o ato acontecer naturalmente. Nessa parte do tratamento, a pessoa aprende a relaxar, a deixar a pressão cotidiana para trás, sem que a mente se distraia.
Espie afirma que esse tipo de terapia mistura várias estratégias, uma vez que o especialista responsável pela análise deve encontrar os elementos que funcionam para cada paciente. Por isso, os procedimentos não são fixos ou uma série de dicas para pegar no sono.
Fonte: Revista Casa e Jardim