Uma consultoria de marketing digital analisou as buscas realizadas em 2018 e constatou que, em média, 112 mil eram relacionadas ao emagrecimento
Um dado alarmante, mas esperado é o resultado de uma pesquisa feita pela plataforma de consultoria digital SEMRush. O estudo realizado pela empresa analisou as buscas mais feitas pelos brasileiros ao longo de 2018. A pesquisa constatou que, em média, 112 mil delas eram sobre emagrecimento, enquanto as buscas relacionadas a felicidade, por exemplo, tiveram cerca de 23 mil procuras no Google.
Para se ter uma ideia do quão chocante são esses dados, as pesquisas relacionadas à riqueza ficaram bem abaixo na lista de prioridades do brasileiro. Os dados apontam que foram quase 2700 pesquisas envolvendo “ganhar na mega sena”, 2500 “como guardar dinheiro” e 2400 “como ficar rico”. Em tempo de redes sociais, dados como esses revelam que as prioridades da sociedade têm mudado, o que prova que a aparência se tornou mais importante que família e até mesmo estabilidade financeira.
“É fato que a era digital têm mudado o comportamento humano. Hoje é comum vermos pessoas mais preocupadas em parecer do que realmente ter ou ser, principalmente depois do advento das redes sociais e dos smartphones. A busca pelo clique perfeito que trará centenas de likes, independente se é real ou se a pessoa ali está feliz, tem se tornado muito mais importante que a busca pela própria verdade e é nessa falsa vida perfeita que se escondem diversos tipos de transtornos que parte da nossa sociedade tem vivido” declara a psicóloga Lia Clerot.
Além dos fatores internos, a influência recebida diariamente pelas redes tornou-se um sério problema, principalmente para as mulheres que sofrem incontáveis cobranças estéticas. A preocupação com a saúde passou a ficar em segundo plano e o culto a corpos e padrões, que para a grande maioria das pessoas são inatingíveis, passou a ser a maior preocupação das pessoas. “O grande problema dessa busca desenfreada pela magreza tem sido o crescente número de pessoas com transtornos alimentares, depressivos e de ansiedade. Ao buscar um corpo perfeito, a qualquer custo, muitas pessoas têm se descuidado da própria saúde física e mental, se tornando cada vez mais infelizes e frustradas, e isso acaba virando uma verdadeira epidemia, afetando mulheres de todas as idades” diz a psicóloga.
Na contramão dessa onda, a boa notícia é que estamos começando a presenciar um movimento em busca da autoaceitação. O Body Positive é uma iniciativa que busca uma imagem corporal positiva, que enxerga beleza em todos os tipos de corpos. “É importantíssimo que entendamos que não existe perfeição. Cada ser humano é único e precisa desenvolver a própria autoestima para que se sinta confiante. Antes de tentar se encaixar num padrão pré-estabelecido, é necessário que se desenvolva a aceitação de ser quem você é. E isso não quer dizer que a pessoa tenha que se desleixar do corpo, mas que a busca deve ser pelo equilíbrio” revela.
A especialista comenta que a autoaceitação está diretamente ligada ao que pensamos sobre nós mesmos, quem somos, quais qualidades e potenciais vemos em nós. “As pessoas se focam muito no que não está dando certo, e com isso a validação do outro se torna muito importante. É necessário que se olhe aquilo que você tem de bom e se conscientize que muito além de um corpo ideal, você precisa ser saudável e isso inclui mente e corpo” diz Lia.
Fonte: Divulgação