No final de uma obra é comum encontrar pessoas totalmente frustradas por não conseguirem chegar nem na metade do previsto no planejamento ou por surgirem gastos que não eram esperados; para driblar este cenário, a arquiteta Aline Macedo, sócia-proprietário do Studio Alta Arquitetura, revela os principais pontos para uma reforma sem estresse

Quem nunca pensou em reformar a casa ou mesmo um cômodo? Essa vontade que muitas vezes fica só no papel ou que não sai do modo esperado é comum entre os brasileiros. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – CAU/BR Datafolha 54% dos brasileiros já fizeram reformas ou construções. Desses, menos de 15% utilizaram os serviços de um arquiteto ou engenheiro na obra. Ainda de acordo com o estudo, a grande maioria dos entrevistados que já realizou reforma ou construção disse que a experiência não foi boa, por uma série de problemas, em especial pela dificuldade de encontrar mão-de-obra qualificada.

De acordo com Aline Macedo, sócia-proprietário do Studio Alta Arquitetura, a reforma é a melhor opção para quem deseja tornar o ambiente mais confortável, moderno e funcional. “O que encarece mais na reforma de uma casa são problemas estruturais e a mão-de-obra, mas caso a pessoa opte por fatores mais pontuais, como troca do piso, telhado, pintura ou até mesmo ampliar algum cômodo, é possível estabelecer um limite de custo. Determinar o valor de uma reforma nem sempre é uma tarefa fácil, por isso, é indicado consultar um profissional da área, como um arquiteto ou engenheiro”, revela a especialista.

Para ajudar nessa tarefa, a especialista lista abaixo cinco dicas para quem deseja começar uma reforma. Confira:
1- Tenha um bom planejamento:

O principal fator para se iniciar uma reforma é ter um bom planejamento. “É necessário colocar tudo na ponta do papel, qual o valor total que se tem para reformar, o custo estimado de material, mão-de-obra, definir as etapas do projeto e os cômodos que serão reformados, fazer um cronograma, definir a duração, além de uma data de início e final da reforma. Também é preciso levar em conta a localização da casa, tamanho do ambiente e quantidade de itens. Alguns custos serão fixos e outros podem mudar, por isso, será necessário definir bem todas as etapas para não acabar com um piso pela metade e até a falta de acabamento em algum dos cômodos”, explica Aline Macedo.

2 – Fique de olho nas normas:

Para reformas mais complexas como demolição e construção de área, ou alterações grandes na estrutura, será necessário ter um responsável técnico, com apresentação da ART/RRT, garantindo a responsabilidade pela aquela obra, de acordo com a norma brasileira NBR 12.680/2014, além de apresentação do projeto de reforma na Prefeitura local. “Agora, quando realizamos pequenas reformas, como pinturas e aberturas de nichos em alvenaria, não é preciso licença da prefeitura, o que torna mais rápida sua execução, mas não isenta a apresentação da ART/RRT do profissional habilitado. A dica é procurar um especialista que avalie o caso detalhadamente”, alerta a arquiteta.

3 – É Melhor reformar ou demolir e começar do zero?

Essa é uma das dúvidas mais frequentes quando o assunto é reforma. Segundo Aline, para saber qual medida tomar deve ser feito um estudo detalhado da casa, levando em conta toda a estrutura que pode ser aproveitada. “Quando pensamos em uma casa antiga, com muitos problemas estruturais e de infiltrações,  muitas vezes o valor da reforma pode ultrapassar o custo de começar do zero, por isso, é necessário ter todo o projeto em vista e fazer o cálculo desse custo, sem esquecer que no caso da demolição, muitas vezes, será preciso fazer terraplanagem e a limpeza do terreno – o que pode encarecer muito a obra”, esclarece.

4 – Conte com a ajuda de um especialista:

Caso a reforma não seja simples e for necessário fazer um cronograma de atividades, contratar mão-de-obra, material e regularizar o imóvel, o mais indicado é contratar um profissional da área como arquiteto ou engenheiro. “Quando se tem a ajuda de um especialista é possível definir bem o escopo da obra, ele pode ajudar a definir os prazos, conseguir maiores descontos com fornecedores, definir um prazo para a entrega do projeto, evitar problemas com a estrutura durante a obra, além de garantir a segurança e evitar gastos desnecessários”, indica Aline Macedo.

5 – Regularize sua casa durante a reforma:

A Prefeitura de São Paulo sancionou recentemente a Lei da Anistia dos imóveis irregulares, em que determina um período para a população regularizar edificações, com uma legislação mais tolerante e com descontos em impostos. De acordo com Aline Macedo, a Lei da Anistia é a solução de regularização oferecida pela prefeitura de São Paulo, para construções concluídas até o dia 31 de julho de 2014. “Com a lei em vigor se torna ainda mais importante regularizar o imóvel, principalmente na hora de vendê-la. Também é preciso ficar atento ao prazo limite para protocolamento da anistia e a categoria que seu imóvel se enquadra”, explica a arquiteta.

Ainda de acordo com Aline, quem deseja regulamentar um imóvel deve procurar um profissional capacitado e entrar em contato com a prefeitura da sua cidade, para saber quais são os documentos e o passo a passo do processo. “Com o imóvel regularizado, o proprietário poderá evitar multas por obras não comunicadas, ter uma maior valorização e autorização para venda ou locação, desconto em seguros, registrar o imóvel no cartório, liberação do financiamento pelo banco, entre outros. Em casos de imóveis comerciais, com a regularização, é possível licenciar a atividade no local”, finaliza a arquiteta.

Fonte: Divulgação