Neste cenário da pandemia do novo coronavírus, os pacientes portadores de doenças crônicas, como o é o caso da endometriose, ficam preocupados em relação a maior chance de contágio e evolução para gravidade da doença.
De acordo com vários estudos, a endometriose atinge uma a cada dez mulheres no mundo, podendo apresentar infertilidade associada em 30 a 50% dos casos. As portadoras de endometriose são em geral pacientes no menacme, faixa etária entre a primeira menstruação e o climatério, em sua maioria jovens. Mas caso tenham comorbidades associadas, como doenças cardiovasculares ou respiratórias, entrariam na faixa etária de maior risco por essas questões.
A ginecologista do Centro de Medicina Fetal, Jordanna Diniz, explica que com base em evidências científicas, sabe-se que apesar da cronicidade relacionada à doença, que se caracteriza por um processo inflamatório constante, não pode classificar estas pacientes com mais propensas à aquisição do vírus e ou a evolução para casos que demandem internações prolongadas em centros de terapia intensiva.
Segundo a médica, a endometriose deve ser abordada como uma doença crônica e merece acompanhamento durante a vida reprodutiva da mulher. “ Não podemos falar de cura, mas sim, de manejo dos sintomas e manutenção da qualidade de vida das pacientes. O tratamento pode ser clínico, com uso de medicamentos e manejo junto a equipe multiprofissional, ou cirúrgico a depender do grau de extensão da doença e sintomatologia da paciente”, afirma.
Vale ressaltar ainda que as portadoras da doença com tratamentos de infertilidade em andamento também tiveram prejuízos neste período.
Neste momento atual, cabe ao médico traçar estratégias, como a telemedicina, para dar suporte a essas pacientes crônicas e esclarecê-las de que elas não fazem parte do grupo de risco para a contaminação pelo covid-19. “ É importante orientar também que as cirurgias agendadas, se possível, devem ser postergadas neste momento, para diminuição dos riscos, tanto para pacientes quanto equipe, segundo orientações da OMS e demais órgãos responsáveis”, reforça a especialista do Centro de Medicina Fetal.
Fonte: Divulgação