Apesar das dificuldades, o apoio familiar e as atividades atreladas às brincadeiras podem deixar o ensino mais leve, descontraído e divertido

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) declarou, em 8 de setembro de 1997, o Dia Mundial da Alfabetização para ressaltar a importância deste processo de ensino para o desenvolvimento social e econômico do mundo. O método que visa a desenvolver a habilidade de leitura e de escrita do aluno sempre contou com a presença física dos professores. Entretanto, com a chegada do novo coronavírus (Covid-19), uma nova realidade foi imposta.

O necessário distanciamento social foi responsável por fechar as instituições de ensino para evitar a propagação da doença. A partir disso, as salas de aula foram substituídas pelas residências de milhões de crianças e adolescentes. “No início, eu não enxergava como isso poderia acontecer, mas descobrimos que é possível, sim, alfabetizar a distância de uma forma dinâmica e fantástica”, conta Jacielma Leal, professora de alfabetização do Colégio Seriös.

A profissional explica que o êxito se deu em razão da oportunidade de fazer uma sondagem com os alunos nos primeiros dias de aula. A ideia era, justamente, saber como as crianças estavam para que a professora pudesse desenvolver técnicas capazes de alcançar todos igualmente.

“Confesso que não foi um trabalho muito fácil, pois dar aula de forma remota para crianças de seis anos, manter a atenção, a disposição e o foco diante das atividades propostas foram grandes desafios. Por outro lado, não podemos desconsiderar que, hoje em dia, as crianças têm facilidade em manusear aparelhos eletrônicos, e isso ajudou muito o processo de ensino e de aprendizagem a distância, pois rapidamente elas se adaptaram à nova realidade”, conta Leal.

Apoio familiar

A presença dos pais / responsáveis é crucial para o desempenho estudantil. De acordo com Leal, as famílias podem ajudar, estando presentes em momentos de aulas, mesmo que não seja durante todas as explicações da professora.

“A criança precisa sentir e saber que está sendo acompanhada de perto por um adulto. Isso auxilia, pois a ajuda a pensar e a agir de forma tranquila diante dessa nova modalidade de ensino”, complementa.

Incentivar a obediência aos combinados estabelecidos logo no início das aulas também é fundamental para o sucesso do aprendizado remoto. É preciso pulso firme e presença familiar para mostrar que os acordos são importantes, pois isso é levado para toda a vida da criança.

“A família precisa dedicar um tempo especial ao filho nesta fase, com outros tipos de atividades – propostas ou não na sala de aula virtual – para o crescimento pessoal e acadêmico”, aconselha a professora.

O processo de alfabetização tem que ser prazeroso para criança. Por isso, é interessante estimular brincadeiras atreladas ao assunto, como adedonha, listas do que gostaria de fazer, lista do que quer ganhar ou comprar. “Ainda que a criança não consiga escrever de forma convencional, ela precisa se ‘arriscar’, perceber e sentir a necessidade da leitura e da escrita, pois, a partir disso, surgirá o interesse em aprender cada vez mais”, explica.

Para desenvolver a alfabetização fora de aula, Jacielma indica quatro atividades a ser feitas em família. Veja.

1) Nomear objetos de casa, criando plaquinhas com o nome de cada objeto, pois estas servirão de referência para a criança na hora de escrever outras palavras.

2) Fazer leitura compartilhada (em que cada um lê uma parte) com questionamentos sobre os textos lidos para estimular a interpretação e a compreensão; ler uma propaganda ou notícia que seja do interesse da criança.

3) Deixar recadinhos ou pedidos por escrito para que a criança leia e execute.

4) Fazer a reescrita de pequenos textos e musiquinhas que as crianças saibam de memória.

Fonte: Divulgação