Pera e pêssego são exemplos de alimentos que ajudam a minimizar efeitos da doença, que atinge cerca de 12 milhões de brasileiros. Renata Guirau, nutricionista do Oba Hortifruti, ensina receitas que garantem uma nutrição saudável sem alterar os níveis de açúcar no sangue
O diabetes é uma das doenças crônicas que mais acometem as pessoas ao redor do mundo na atualidade – e no Brasil não é diferente. No país, segundo censo do IBGE de 2010, cerca de 6% da população é portadora desse mal, ou mais de 12 milhões de pessoas. As causas do diabetes estão associadas a alguns fatores, como ela ser autoimune, e devido à hereditariedade – no tipo 1. Mas, 90% da população sofre com o tipo 2 da doença, que é causada principalmente, por maus hábitos, como sedentarismo, má alimentação, excesso de peso e estresse. Por isso, atividades físicas constantes e nutrição saudável são fundamentais para prevenir e, quando o diabetes já se manifestou, controlá-lo para manter uma vida totalmente normal.
O próximo dia 14 de novembro é o Dia Nacional de Combate ao Diabetes e, inspirada nesta data, a nutricionista da Rede Oba Hortifruti, Renata Guirau, ensina duas receitas contendo pera e pêssego. Mas, e a frutose presente nesses alimentos? Renata explica que, ao contrário do que se pensa, “todas as frutas podem ser consumidas, porém existem maneiras mais interessantes para esse consumo”, assegura. “Na forma de sobremesa nas principais refeições (almoço e jantar), geralmente as frutas vão interferir menos no aumento da glicemia, quando comparado com o consumo no meio da tarde, de forma isolada, por exemplo”, explica Guirau.
Já para o consumo das frutas entre as refeições menores ou para serem consumidas sozinhas, as melhores são as que contêm menor teor de carboidratos, como abacate, coco, morango, kiwi, maracujá e as frutas vermelhas.
Outra sugestão dada pela nutricionista é misturar a fruta com uma fonte de gordura (como a pasta de amendoim, sementes ou castanhas e nozes), ou de proteína (como iogurte, queijo, leite). “Isso porque a mistura da fruta, que é fonte de carboidrato, com esses nutrientes favorece oscilações de glicemia menos bruscas. Claro que a quantidade é sempre importante, pois mesmo as frutas, quando em excesso, podem fazer mal à saúde”, afirma.
Benefícios da pera e do pêssego
No caso da pera, uma das estrelas da receita especificada abaixo – assim como outras que se come com casca, como a maçã, a goiaba, a ameixa, etc – é uma boa opção para quem precisa fazer um controle mais rigoroso da glicemia.
“Isso porque as fibras contidas nos vegetais em geral e em grande quantidade nas cascas das frutas ajudam a melhorar o índice glicêmico dos alimentos e, consequentemente, seu impacto na glicemia de quem os consome”, diz Renata.
No caso do pêssego, assim como a pera, é uma fruta que pode ser consumida com casca, mantendo o teor de fibras mais alto. O ideal é que seja consumido junto com uma fonte de proteína ou gordura ou como sobremesa no almoço e jantar. O seu sabor doce pode ajudar a saciar a vontade de comer sobremesas, sem que seja necessária a ingestão de alimentos com açúcar adicionado. “O ideal é que seja consumido in natura, já que o pêssego em calda é rico em açúcar e causa grandes oscilações na glicemia de pessoas com diagnóstico de diabetes” recomenda a nutricionista.
Erros e mitos sobre o diabetes
Renata Guirau acredita que é preciso desmistificar alguns pontos acerca da doença, especialmente um erro muito frequente, que é a não aferição da glicemia, pois a pessoa, por “achismo”, crê que, devido ao sintoma apresentado, adivinha se o nível glicêmico está alto ou baixo. “Muito paciente erra nessa avaliação e acaba tendo um pior controle da glicemia ao longo do tratamento”, observa a nutricionista.
Em relação aos mitos, Renata lista alguns que levam as pessoas a, muitas vezes, não ingerir nada de açúcar como forma de prevenção da doença. “Não consumir nada de açúcar ao longo da vida previne diabetes? Isso não é verdade, já que a origem pode ser autoimune e tem uma forte influência genética. Porém, é claro que um bom estilo de vida ajuda muito a reduzir a incidência, sobretudo do diabetes tipo 2”, esclarece.
Outro mito em torno do diabetes é que o consumo de açúcar é proibido. “A ideia é que o consumo seja realmente bem esporádico, mas isso não impede que pacientes com bom controle da doença participem de refeições contendo açúcar, desde que tudo seja avaliado e adaptado pelo nutricionista que acompanha o paciente”, revela.
Por fim, um hábito muito bastante popular é a substituição de todos os alimentos pela versão diet, como garantia de que essa modalidade de alimentos é saudável. “Não é! Muitos alimentos, mesmo não contendo açúcar, podem fazer mal à saúde por serem ultraprocessados e, portanto, mesmo os alimentos dietéticos devem ser consumidos com moderação”, alerta.
Assim, para incorporar um pouco mais de saúde às refeições, a nutricionista do Oba Hortifruti, Renata Guirau, criou duas receitas com pera e pêssego que são fáceis de fazer, rápidas, saudáveis e com baixíssimo teor de açúcar. Delicie-se:
SALADA COM PERA E QUEIJO
2 xícaras de alface roxa fatiada
2 xícaras de alface crespa fatiada
1 pera fatiada
½ xícara de queijo brie ou gorgonzola picadinho
½ xícara de nozes ou amêndoas
Modo de fazer:
1) Monte a salada, acomodando primeiro as folhas e finalizando com a pera, o queijo e a castanha.
2) Tempere com o molho feito com:
Suco de 1 laranja
2 colheres de sopa de vinagre
2 colheres de sopa de azeite
2 colheres de sopa de água
Sal a gosto
PÊSSEGO COZIDO COM CANELA E MANJERICÃO
1 xícara de água
2 colheres de suco de limão
1 pedaço de canela em pau
3 pêssegos médios, cortados ao meio e sem caroço
½ xícara de folhas de manjericão frescas picadas
Modo de fazer
1) Em uma panela, misture a água, o limão e a canela.
2) Leve para ferver, em fogo baixo, mexendo sempre.
3) Adicione os pêssegos, tampe a panela e deixe cozinhando por cerca de 15 a 20 minutos.
4) Retire do fogo e adicione o manjericão ao pêssego cozido com o caldo.
5) Deixe descansando por mais 15 minutos, com a panela tampada antes de servir.
Fonte: Divulgação