Você já tentou dormir com uma máscara tampando os olhos? Gostou da experiência e conseguiu dormir bem ou achou desconfortável? Se você é do time que gosta das máscaras de dormir, temos uma boa notícia para você!
É que um estudo publicado na revista Sleep apontou que utilizar uma máscara para cobrir os olhos durante a noite pode ajudar a melhorar a memória e o estado de alerta no dia seguinte.
A pesquisa também descreveu como os participantes tiveram um desempenho melhor em testes de memória visual e vigilância quando passaram mais tempo no chamado sono de ondas lentas.
Esse sono de ondas lentas é um estágio de sono profundo, em que a pessoa não acorda com facilidade. É nessa fase que algumas pessoas falam ou que o sonambulismo aparece.
O sono de ondas lentas exerce um papel importante em relação à capacidade de armazenar memória de longo prazo e na função de memória do dia seguinte.
Como o estudo foi feito?
A pesquisa contou com a participação de 122 participantes com idade entre 18 a 35 anos, que foram divididos em dois experimentos. Um experimento durou uma semana e se focou no desempenho mental. Já o outro teve uma duração de quatro dias e se concentrou na atividade cerebral durante o sono.
Ao longo do estudo, os participantes dormiam com uma máscara normal por cima dos olhos ou com uma máscara de controle, que tinha buracos na região dos olhos, para não bloquear a luz. As máscaras com buracos foram usadas para checar se era a capacidade de bloquear a luz, e não a máscara, a responsável pelos efeitos.
Então, os pesquisadores recorreram a um teste chamado aprendizado de associados emparelhados para avaliar o desempenho da memória e a uma tarefa de vigilância psicomotora focada no tempo de reação dos participantes como forma de medir o estado de alerta.
Foi a partir disso que eles observaram uma elevação expressiva no desempenho da memória e na rapidez de reação entre os participantes que dormiram com as máscaras normais, em comparação àqueles que usaram as máscaras de controle.
Os pesquisadores também avaliaram tarefas de aprendizagem de habilidades motoras por meio de diferentes testes, como digitação de números com a mão não dominante em um teclado, porém não identificaram diferenças entre os dois grupos.
Além disso, 33 participantes tiveram as suas ondas cerebrais medidas em busca de diferenças na duração dos estágios do sono de ondas lentas. Esses testes apontaram que quanto mais longo o estágio do sono de ondas lentas fosse, melhor era o desempenho no teste de memória dos participantes que usaram as máscaras normais.
Limitações do estudo
No entanto, o estudo possui algumas limitações. Uma delas, que torna difícil tirar conclusões gerais a partir das descobertas da pesquisa, é que somente 89 pessoas participaram do primeiro experimento, enquanto apenas 33 fizeram parte do segundo. São necessárias amostras maiores para se ter mais representatividade e resultados mais confiáveis.
Outra limitação do estudo é a sua faixa etária delimitada, de 18 a 35 anos, o que não permite saber se as máscaras beneficiam pessoas de outras idades. Além disso, o tempo avaliado, de quatro dias a uma semana, é considerado curto e não esclarece se os efeitos podem ser duradouros ou diminuir com o passar do tempo.
Há mais um problema: o estudo foi conduzido somente em adultos saudáveis, que não sofriam de problemas para dormir. Portanto, é possível que as descobertas possam não se aplicar a outras pessoas, como as que sofrem com distúrbios do sono.
Por outro lado, sabe-se que o ciclo sono-vigília é regulado pela luz ou sua ausência. O escuro é importante para ter uma boa noite de sono porque é aí que o organismo libera a melatonina, o chamado hormônio do sono. Já a luz inibe a produção de melatonina e torna a tarefa de adormecer mais difícil.
Assim, as máscaras de dormir poderiam entrar em cena como uma forma fácil e barata de bloquear a luminosidade. Inclusive, elas melhoraram a qualidade do sono de pacientes em unidades de terapia intensiva.
No entanto, são necessárias mais pesquisas para saber a duração dos benefícios e entender melhor se eles se aplicam a outros grupos. As informações são do DW Brasil.
Fonte: Mundo Boa Forma