O linfedema é um problema relativamente raro de saúde, e muitas pessoas nunca ouviram falar dele ou, quando ouviram, não se aprofundaram no assunto.
No entanto, esse tipo específico de inchaço pode atingir pessoas de todas as idades e de ambos os sexos, e as suas causas são bastante variadas.
Por isso, é importante saber reconhecer seus sintomas e entender a necessidade de um diagnóstico e tratamentos precoces.
O que é linfedema?
O linfedema é o acúmulo de linfa, o líquido que circula pelo sistema linfático, em alguma região do corpo. Essa linfa acumulada, por sua vez, acaba gerando um grande inchaço, que pode prejudicar bastante a qualidade de vida da pessoa.
Ele pode ocorrer por diferentes causas, que vão desde problemas congênitos até lesões nos vasos linfáticos.
Tipos de linfedema
O linfedema pode ser dividido em dois diferentes tipos, de acordo com os seus agentes causadores:
1. Linfedema primário
Este tipo de linfedema é causado por alguma má formação do sistema linfático. Ou seja, a pessoa já nasce com esse problema, embora ele possa se manifestar anos após o nascimento.
Além disso, o linfedema primário pode também ser classificado em três subtipos:
- Linfedema congênito, quando surge em crianças com menos de dois anos
- Linfedema precoce, que acomete pessoas entre 2 e 30 anos
- Linfedema tardio, que aparece após os 30 anos
Dito de outra maneira, no linfedema primário a pessoa, em geral, possui poucos vasos linfáticos, que não conseguem processar toda a linfa produzida pelo organismo.
2. Linfedema secundário
Já o linfedema secundário, ou adquirido, é aquele que ocorre devido a uma lesão ou obstrução no sistema linfático, que acaba gerando o acúmulo de linfa.
Assim, é comum que ocorra esse tipo de linfedema após uma cirurgia de retirada de linfonodos, como a que ocorre no tratamento de câncer de mama.
Outro exemplo é o linfedema traumático, que se desenvolve após algum acidente que tenha afetado os vasos linfáticos.
Por fim, existe também o linfedema causado por infecções parasitárias, chamado de filariose linfática. Nesses casos, conhecidos popularmente como elefantíase, o linfedema é causado pelos seguintes parasitas, que obstruem os vasos linfáticos:
- Wuchereria bancrofti, responsável por cerca de 90% dos casos
- Brugia malayi
- Brugia timori
Sintomas do linfedema
Os sintomas do linfedema são fáceis de identificar, e a suspeita diagnóstica é feita logo na primeira consulta. Eles incluem:
- Inchaço, que na maioria das vezes atingem braços ou pernas
- Dor local
- Sensação de peso no membro afetado
- Dificuldade de movimentação, devido ao inchaço
- Endurecimento e engrossamento da pele
- Vermelhidão ou escurecimento da pele
- Infecções frequentes na pele do membro afetado
- Dificuldade de cicatrização
Além disso, a intensidade desses sintomas podem variar, a depender do grau de dano ao sistema linfático.
Principais causas do linfedema
Como vimos, o linfedema pode ter origem congênita, ou seja, alguma má formação no sistema linfático, ou pode ser adquirido.
Dentre as formas adquiridas do linfedema, podemos citar as principais causas:
- Cirurgias que afetem o sistema linfático, sejam os vasos ou os linfonodos
- Infecções parasitárias
- Realização de radioterapia para o tratamento de cânceres
- Insuficiência venosa crônica nas extremidades
- Doenças cardiovasculares
- Problemas renais e hepáticos
- Tumores que se desenvolvam próximos aos vasos linfáticos
- Trauma ou acidentes que lesionem os vasos linfáticos
Como é feito o diagnóstico do linfedema?
O diagnóstico do linfedema é clínico, ou seja, é feito a partir do exame físico e da análise do histórico médico da pessoa.
No entanto, os médicos, em geral, solicitam alguns exames de imagem, como a ultrassonografia, para tentar identificar a causa do problema e para encontrar algum possível tratamento.
Complicações do linfedema
Apesar de parecer um problema de saúde leve e simples, o linfedema pode causar algumas complicações sérias de saúde, como:
- Infecções de pele, devido ao maior risco de ferimentos e à dificuldade de cicatrização
- Danos aos nervos periféricos, devido ao inchaço
- Mudança na textura da pele, que pode se tornar mais grossa e escura
- Sepse, que é uma infecção que atinge a corrente sanguínea, e normalmente se desenvolve a partir de uma infecção menor não tratada
Por isso, é importante seguir a risca as orientações médicas para o tratamento do linfedema, e procurar um serviço de urgência caso apresente sintomas de infecção, que incluem:
- Febre
- Mal-estar
- Vermelhidão na pele
- Piora do inchaço
Possíveis tratamentos para o linfedema
De forma geral, o linfedema não tem cura, mas pode ser tratado de diferentes maneiras.
Assim, o tratamento tem como objetivo a melhora dos sintomas e da qualidade de vida, além de prevenir possíveis complicações.
Então, podemos citar:
- Massagens e drenagem linfática manual, para ajudar na redução do acúmulo de líquidos
- Uso de faixas ou meias de compressão, que auxiliam na correta drenagem da linfa
- Cuidados com a pele, como hidratação e limpeza
- Uso de medicamentos, seja para tratar a insuficiência venosa ou alguma infecção oportunista
- Cirurgias, quando é possível tratar a causa do problema desta forma
- Mudanças na dieta, de forma a evitar alimentos que causem retenção de líquidos
- Exercícios físicos, uma forma natural de promover a drenagem da linfa através da contração muscular
Dicas e cuidados
Agora que já sabemos o que é e quais as causas do linfedema, bem como seus possíveis tratamentos, vamos agora descobrir algumas formas de aliviar os incômodos causados pelo problema:
- Evite o uso de roupas apertadas ou com botões, para prevenir ferimentos na pele
- Use sempre protetor solar e repelente de insetos, uma vez que a pele da região com linfedema pode se tornar mais sensível
- Dê preferência a alimentos naturais e ricos em antioxidantes, para assim melhorar a saúde como um todo e evitar complicações
- Faça exercícios regularmente
- Mantenha uma boa hidratação
- Nunca utilize medicamentos ou cremes sem a orientação de seu médico, pois isso pode piorar o quadro do linfedema ou causar irritação na pele
Por fim, vale lembrar que, apesar de não ter cura, o linfedema é um problema de saúde tratável, e a pessoa pode ter uma ótima qualidade de vida mesmo após o diagnóstico.
Fonte: Mundo Boa Forma