Oitava geração do BMW Série 5 chega ao Brasil em inédita configuração elétrica para atender aos patrões modernos

O BMW Série 5 sempre foi o típico carro de executivos. Elegante (até mesmo na geração desenhada por Chris Bangle), espaçoso e vanguardista, estreou tecnologias como freios ABS e head-up display em gerações anteriores. Nesta oitava encarnação, lançada há quase um ano, a novidade é a estreia de uma versão elétrica, chamada i5. Ela tem tanta importância que a filial brasileira da marca alemã resolveu lançá-la antes mesmo da variante híbrida, 530e.

Fez isso em grande estilo, com a versão mais esportiva, M60. São 601 cv de potência 83,6 kgfm de torque, suficientes para agradar até o executivo mais apressado, que certamente vai querer deixar o conforto do banco traseiro para assumir o volante. E poderá conduzir sem culpa, já que o elétrico se enquadra nas metas de sustentabilidade de qualquer empresa disposta a pagar R$ 760 mil por um carro designado.

Independentemente de quem vai pagar a conta, o i5 tem um papel importante para a BMW. Ainda que as vendas de SUVs estejam em alta em todo o planeta, os sedãs continuam desempenhando um papel global estratégico para marcas premium, principalmente na Europa e na China (onde o modelo também será produzido).

BMW i5 M60 é vendido no Brasil por R$ 759.950 — Foto: Divulgação

Nesse segmento, seu principal rival é o Tesla Model S, um dos carros elétricos mais vendidos no mundo, especialmente nos países nórdicos (como Suécia, Finlândia e Dinamarca) e nas grandes metrópoles de Estados Unidos e China. Estamos falando de um carro com grande potencial nessas regiões; um possível best-seller.

A BMW pode até se aproveitar da atual situação da Tesla, que encara processos judiciais em todo o mundo pela falta de qualidade. Alguns proprietários encontraram rachaduras nas carrocerias de carros novos. Outros contrataram otimizações que não foram instaladas nos veículos, como freios esportivos.

BMW i5 M60 é rival direto de Tesla Model S — Foto: Divulgação

Voltando ao i5, o sedã cresceu em todas as medidas. São 5,06 metros de comprimento, 1,90 m de largura e 2,99 m de entre-eixos. Aos que criticam o design da BMW pelas grades cada vez maiores, o i5 tem um estilo mais comedido. A peça se projeta para a lateral, e não de forma vertical, como no iX.

Em comparação com o Série 5 a combustão, há algumas mudanças. A grade frontal é fechada, já que carros elétricos não utilizam muito o vento para resfriar a bateria e o motor elétrico. Nas laterais, as maçanetas foram integradas às portas, também em nome da aerodinâmica.

BMW i5 tem grade fechada por ser elétrico — Foto: Divulgação

A traseira é a parte de que mais gosto. As lanternas, além do design estreito, receberam um leve acabamento cromado na parte central, o que traz aquele charme de carro executivo. O para-choque traseiro foi pintado de preto para incorporar ares de esportividade. É o carro ideal para quando o executivo troca o paletó pelo traje casual e vai jogar golfe no clube.

Versão topo da linha, a M60 temdois motores elétricos (um sobre cada eixo), que são capazes de entregar 601 cv de potência. Seu torque chega a 83,6 kgfm quando a função do launch control está ativada. Como resultado, o sedã pode ir de 0 a 100 km/h em míseros 3,8 segundos, três décimos acima de um Porsche 911 Carrera S. A velocidade máxima é de 230 km/h.

Para alimentar os dois motores e saciar o apetite dos 601 cv, baterias de 81,2 kWh que podem ser carregadas a 200 kW em aparelhos ultrarrápidos. Nesse cenário, em meia hora a capacidade vai de 10% para 80%. Usando carregadores mais comuns no Brasil, de 50 kW, o mesmo processo leva 1h13. Mas o equipamento de série do carro é um wallbox de 22 kW, que precisa de 4h15 para carregar por completo o pacote de baterias.

BMW i5 tem interior com acabamento de luxo — Foto: Divulgação

Com baterias cheias, partimos para o test drive de 200 km entre São Paulo e Bertioga. O trânsito carregado da metrópole não permitiu acelerar muito, mas o poder enjaulado nos motores elétricos do i5 se fazia presente nas saídas dos semáforos. Quebrando o silêncio, a trilha sonora de Hans Zimmer, vencedor do Oscar. No modo Expressive, parece que um músico está no banco traseiro pronto para sincronizar seu violino com as acelerações do carro.

O conforto na cabine é espetacular, não só pelo arranjo da suspensão mas também pelo excelente isolamento acústico. Um problema comum entre os carros elétricos é a transmissão do som dos pneus ao habitáculo, principalmente em velocidades mais altas.

O i5, porém, se mostra muito lapidado ao filtrar esses ruídos. Os elogios se estendem ao ajuste da suspensão. Rígida, mas com volante capaz de transmitir uma leitura clara do que está acontecendo na estrada, especialmente nos trechos repletos de curvas da Serra do Mar.

 

 

 

Fonte: Auto Esporte