Especialistas esclarecem os riscos tanto à saúde da mãe quanto do bebê na gravidez depois dos 40 anos

Esta semana, a supermodelo Gisele Bündchen, de 44 anos, anunciou que está grávida do seu terceiro filho. Nesta faixa etária, a gestação exige acompanhamento médico específico e atenção especial tanto à saúde da mãe quanto ao desenvolvimento do bebê.

A ginecologista Flávia Mambrini explica que “a gravidez após os 40 anos envolve riscos mais altos devido a fatores como a diminuição da qualidade e quantidade dos óvulos”. Isso pode aumentar as chances de anomalias cromossômicas, como a Síndrome de Down. Além disso, o risco de complicações gestacionais como hipertensão e diabetes também é mais elevado.

A ginecologia regenerativa Lais Gonzales alerta para a probabilidade de complicações como hipertensão gestacional, diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, parto prematuro e bebês com baixo peso. Entretanto, “com o avanço da medicina e um acompanhamento de pré natal adequado, é possível monitorar de perto qualquer risco e garantir os melhores cuidados para a mãe e o bebê”, orienta.

Gravidez após os 40 anos

Embora a fertilidade decaia a partir dos 35 anos, engravidar depois dos 40 tem se tornado cada vez mais comum. Isso por conta de procedimentos que possibilitam a gestação após essa idade. Tecnologias como a fertilização in vitro (FIV) e a indução da ovulação são alternativas para quem enfrenta dificuldades, mas a decisão de buscar ajuda deve ser feita com orientação de um profissional.

“Após essa idade, a mulher tem menos óvulos e a qualidade desses óvulos também diminui, o que torna a concepção mais difícil. No entanto, cada vez mais mulheres buscam tratamento de fertilidade, e muitas conseguem engravidar com apoio médico,” explica o ginecologista César Patez.

Cuidados com a saúde

Segundo o ginecologista César Patez, cuidados específicos com pressão arterial, glicemia e colesterol tornam-se indispensáveis, devido ao risco aumentado de hipertensão gestacional, diabetes e outras condições que podem impactar a saúde da mãe e do bebê. Exames de pré-natal devem ser ainda mais rigorosos, e o acompanhamento contínuo permite detecção e intervenção precoce em possíveis complicações.

Outro cuidado importante durante a gestação mais 40 é com a saúde bucal. O odontologista Cesar Rodrigues, especialista em implantodontia e odontologia estética, explica que as gestantes são mais propensas a desenvolver doenças periodontais, como gengivite e periodontite.

“Essas condições podem afetar tanto a saúde da mãe quanto a do bebê”, alerta o especialista. Ele recomenda cuidados básicos como a escovação regular, o uso de fio dental, e a realização de consultas odontológicas nos primeiros meses de gestação para evitar complicações.

Além disso, Rodrigues enfatiza a necessidade de atenção ao bruxismo, que pode se intensificar durante a gravidez devido às alterações metabólicas e ao aumento da tensão emocional. Para isso, ele sugere o uso de placas miorrelaxantes e a prática de técnicas de relaxamento sob supervisão médica.

Outro ponto importante é a nutrição. Durante a gestação, a nutricionista Fernanda Larralde, da Bio Mundo, destaca a importância de uma alimentação equilibrada para garantir o desenvolvimento saudável do bebê.  Ela recomenda a ingestão de alimentos ricos em nutrientes, como frutas, verduras, proteínas magras, e grãos integrais, além de manter-se hidratada e controlar o consumo de cafeína e açúcar.

Para mulheres como Gisele, essa gestação pode ser a realização de um sonho, um presente tardio. “Cada gravidez é única, e aos 44 anos essa experiência pode ser ainda mais especial. O que vale é o planejamento, o apoio e o acompanhamento médico para que esse período seja vivenciado com alegria e segurança,” conclui César Patez.
Fonte: Alto Astral