O Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido popularmente como “derrame”, é a doença que mais causa mortes no Brasil, chegando a ser responsável por mais de 100 mortes por ano, além de ser a maior causadora de incapacidade do mundo.
Um dos principais fatores de risco da doença é o tabagismo. Fumantes têm risco duas vezes maior de desenvolver um quadro de AVC em comparação com pessoas que não fumaram ao longo da vida. Estima-se que aproximadamente 20% dos casos de AVC estão relacionados ao tabagismo. “O tabagismo é um fator de risco independente tanto para o AVC isquêmico como também para o AVC hemorrágico. O paciente que cessa o tabagismo automaticamente já reduz os seus fatores de risco cardiovasculares”, explica Letícia Rebello, neurologista do Hospital Brasília
A influência do tabagismo no AVC isquêmico se deve principalmente à facilitação do acúmulo de placas de colesterol em vasos sanguíneos do cérebro podendo levar a uma obstrução do fluxo de sangue e posteriormente ao quadro de isquemia, ou AVC propriamente dito. “No caso do AVC hemorrágico, o fumo pode aumentar a fragilidade dos vasos do cérebro, além de contribuir com a formação de aneurismas, podendo levar à ruptura do vaso e assim ao sangramento dentro da cabeça”, destaca a neurologista.
Ainda segundo a médica, em 90% dos casos, o AVC poderia ser evitado. Colesterol, pressão alta, diabetes, tabagismo e arritmias cardíacas são fatores que elevam a chance de se ter a doença, e todos eles podem ser tratados ou evitados.
“Nosso sistema de prevenção primária é muito falho. As pessoas não se cuidam e não há políticas efetivas para estimular uma vida mais saudável da população, longe desses fatores de risco”, pontua.
A médica afirma que, para diminuir o risco de ter o AVC, é fundamental a interrupção do fumo: “Hoje em dia existem técnicas que podem facilitar o fumante a manter-se longe do cigarro durante o período de abstinência. O ideal é parar de fumar com acompanhamento médico”, destaca.
Uma pesquisa divulgada durante o Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia revelou que os pacientes que voltam a fumar depois de um AVC aumentam o risco de morte em até três vezes. De acordo com a pesquisa, todos os pacientes pararam de fumar enquanto estavam no hospital e se declararam motivados a continuar longe do vício. No entanto, após um ano do AVC, 53% haviam voltado a fumar regularmente.
Atualmente, o Hospital Brasília é o único hospital da região que possui equipe de neurologistas e neurocirurgiões especializados e altamente capacitados, com um protocolo ativo de atendimento ao AVC.
Principais sintomas do AVC:
– Fraqueza em um dos lados do corpo – dificuldade para levantar um dos braços;
– Perda de mobilidade parcial da face, a popular “boca torta”;
– Dificuldade para falar e entender uma frase.
Fonte: Divulgação