Oncologista esclarece dúvidas sobre a doença que levou 14.206 mulheres a óbito, em 2013
O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2016, são esperados 57.960 novos casos com um risco estimado de 56,20 ocorrências a cada 100 mil mulheres. Diante da dimensão desses números e da preocupação prevalente no sexo feminino, Dr. Anderson Silvestrini, responsável técnico da oncologia do Hospital Santa Luzia, em Brasília, esclarece as dúvidas sobre mitos e verdades da doença.
O uso frequente do sutiã aumenta o risco de câncer de mama? Mito.
“Nenhum contato com o tecido do sutiã ou compressão da mama aumenta o risco de câncer. Alterações e crescimento desenfreado das células mamarias são mudanças em âmbito celular e não têm relação com compressão.”
Seios pequenos aumentam a possibilidade? Mito.
“Não há nenhuma relação com o tamanho das mamas.”
Obesidade contribui para o surgimento do câncer? Verdade.
“Neste caso, a obesidade pode estimular as células da mama e gerar um tumor. A gordura periférica do corpo pode ser transformada em hormônio feminino, e a estimulação pelo hormônio produzido pelo próprio corpo poderia aumentar as chances de estimular esse crescimento celular irregular.”
Uso frequente de antitranspirante? Mito.
“Não existe nenhum estudo comprovando que o uso de desodorante aumente a incidência na formação de tumor.”
Implantes de silicone aumentam o risco? Mito.
“Não há comprovações de que a inserção da prótese de silicone gere a doença. O que pode ocorrer é a prótese dificultar a visualização da mama no momento da mamografia. Muitas vezes, os médicos recomendam que a paciente faça ressonância magnética para visualizar melhor a mama.”
Pancadas nos seios? Mito.
“O trauma em geral não aumenta o risco da incidência de câncer. Uma pancada no seio pode causar um hematoma ou algum processo inflamatório, mas não aumenta o risco de tumor que é um processo desenfreado de crescimento das células mamárias.”
Exercício físico diminui o risco de câncer de mama? Verdade.
“A prática de exercícios físicos diminui o risco principalmente quando a mulher perde peso, ou se mantém no seu peso ideal. Existem estudos que comprovam que atividade fisica regular apos o tratamento do cancer de mama redus em 20% as taxas de recidiva.”
Hereditariedade garante caso de câncer nas mamas? Há a possibilidade.
“Não necessariamente. Somente em cerca de 5 a 10% dos casos há questões hereditárias envolvidas. Em geral, alterações no próprio corpo causam a doença. Quando vários familiares de primeiro grau tem a patologia, a chance de câncer induzido por hereditariedade se torna maior.”
Fatores de risco
O fato de ser mulher é o principal fator de risco. Homens também podem desenvolver a doença mas isto é raro e, segundo o INCA, representa apenas 1% do total de casos da doença. O médico reforça que a idade também pode influenciar fatores de câncer. “Jovens com câncer de mama não é algo muito comum. O normal é que o risco aumente em até 60% em mulheres acima dos 50 anos”, afirma.
Além disso, a mulher que possui poucos filhos tem mais chance de desenvolver este tipo de câncer. Isto porque, segundo Dr. Anderson, quanto mais ciclos menstruais uma mulher tem durante a vida, maior o risco. “Isso também vale para aquelas que passaram por menarca precoce – primeira menstruação antes dos 10 anos de idade – e menopausa tardia”, completa.
Prevenção
Dr. Anderson alerta que mulheres precisam fazer exames de mama periodicamente. “É importante ficar atenta ao próprio corpo e, se achar algo diferente, procurar um médico. Além disso, é aconselhável manter dieta equilibrada e exercício físico regular e se estiver acima dos 40 anos, os exames devem ser feitos ao menos uma vez a cada dois anos”, completa.
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