“Regimes restritivos sem acompanhamento profissional podem gerar problemas no organismo e em diversos órgãos como: rins, coração e até no cérebro”, explica nutrólogo
A insana procura por dietas e regimes que prometem emagrecimento rápido resulta em rotinas restritivas e hábitos radicais. O que poucas pessoas sabem é que a adoção dessas práticas pode trazer inúmeros malefícios ao organismo. Segundo o nutrólogo Osvalmir Sá, as dietas restritivas devem ser escolhidas com cautela a depender das condições de cada paciente e, sempre, sob supervisão profissional.
As dietas tendência têm como característica a restrição prolongada de determinados alimentos, o que pode facilmente gerar distúrbios gastro intestinais. “Além da incapacidade de manter estes regimes, é quase certo reganho de peso após a retomada da rotina normal”, afirma o médico que atende na Corpometria, clínica referência nacional em estudo detalhado do corpo, incluindo composição, metabolismo e performance corporal, em Brasília.
De acordo com o médico, dietas restritivas devem ser acompanhadas e supervisionadas por profissionais, além de serem prescritas de acordo com o perfil e a necessidade de cada paciente. O nutrólogo, por exemplo, acompanhará com frequência as alterações metabólicas que podem ocorrer durante a dieta e como o organismo está reagindo à nova rotina.
Um dos problemas desses regimes é a exclusão de um grupo alimentar de macronutrientes (carboidratos, proteínas, gorduras) por tempo excessivo, como explica o médico. “Dessa forma ao excluir carboidratos da dieta por tempo demais, por exemplo, podemos ter diminuição da energia, falta de força, cansaço, insatisfação e perda de massa muscular”, frisa. Enquanto os regimes com base em proteínas podem gerar problemas como constipação intestinal, dores de cabeça e até alterações renais – já que esta modalidade de dieta é totalmente contraindicada para pessoas com alguns problemas renais.
Os principais efeitos das dietas sem acompanhamento médico não são limitados apenas à insatisfação quanto aos alimentos. “É comum o mau humor, irritação, tristeza e até depressão. Esses sintomas levam à desistência de toda e qualquer dieta restritiva por longo tempo”, ilustra Osvalmir. Existe ainda as chances de déficits de vitaminas que podem levar a lentidão de raciocínio, cansaço extremo, dificuldade de locomoção e inclusive insuficiência cardíaca.
O nutrólogo elencou as principais deficiências causadas no corpo pelas dietas restritivas sem prescrição.
– Sangue: desenvolvimento de anemias quando ocorre alteração na dieta, quando se restringe por exemplo de forma absoluta a carne vermelha podemos ter diminuição de ferro, zinco, vitaminas do complexo B, principalmente B12.
– Músculos: diminuição de fibras musculares por consumo pelo próprio corpo quando em dietas com restrição excessiva de carboidrato e sem o adequado aporte de outros nutrientes, além de diminuição da recuperação após atividade física.
– Coração: alterações cardiológicas em falta de vitamina B1;
– Vasos: aumento de triglicerídeos em consumo excessivo de carboidratos, desenvolvimento de placas ateromatosas (entupimento de artérias com gordura).
– Cérebro: alteração do foco e raciocínio com distúrbios vitamínicos e minerais, psicose, agitação e síndrome neurológicas.
– Rins: sofrem ao receber grande quantidade de proteínas se não acompanhados corretamente podendo levar a lesões irreversíveis e fatais.
– Olhos: cegueira noturna, olhos secos.
– Pele, cabelos: ressecados, quebradiços; acnes, aumento de oleosidade.
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