O Eclipse Cross é um modelo de mudança para a marca japonesa, que completa seu 100º aniversário este ano. Apesar de ser o primeiro apresentado após a entrada na Aliança Renault-Nissan, “os resultados só vão começar a ser vistos dentro de dois anos”, como disse um porta-voz da marca. É esse o tempo para o início da produção dos futuros modelos Mitsubishi baseados em plataformas e motores do grupo. A marca quer voltar a ser especializada em SUVs, segmento cada vez mais em alta, recuperando a imagem dos bons tempos dos primeiros Pajero.

Mitsubishi Eclipse Cross (Foto: Mitsubishi)

Como o projeto já estava em andamento quando a Aliança comprou a Mitsubishi, não houve tempo para usar componentes comuns. Assim, o Eclipse Cross ainda é feito sobre a plataforma usada para todas as gerações do Outlander e ASX. Contudo, foi feito um trabalho de aumento de rigidez, com mais 55% de aços de alta resistência e o uso de 9,6 metros de adesivos para complementar os pontos de solda da estrutura.

A suspensão traseira é independente multilink e foi aumentada a rigidez lateral. A direção com assistência elétrica ficou mais leve e direta, aumentando de “peso” acima dos 80 km/h.

Existem dois tipos de tração: dianteira ou integral, nesse caso usando uma embreagem central multidiscos. A distribuição de torque pelos dois eixos pode variar entre 80% para o da frente ou 60% para o de trás, de acordo com o tipo de condução escolhido no sistema S-AWC: Auto, Gravel ou Snow.

Mitsubishi Eclipse Cross (Foto: Mitsubishi)

Existem três caixas de câmbios, uma manual de seis marchas, uma CVT com oito posições predeterminadas comandadas por borboletas na coluna de direção e uma automática de conversor binário, exclusiva para o renovado motor 2.2 diesel de 150 cv e 40,7 kgfm. A maior novidade técnica é o motor 1.5 turbo a gasolina, feito de alumínio, com variador de fase duplo e injeção direta, debita 163 cv e 25,4 kgfm. Talvez o último motor desenvolvido pela marca.

O visual segue os recentes carros-conceito que a Mitsubishi tem apresentado e define as tendências para o futuro, com frente baixa e a traseira elevada. Mas para garantir que a visibilidade para trás não seria um problema grave, foi colocado um segundo vidro, mais abaixo, além de uma câmera de ré nas versões mais equipadas.

Na cabine, basta sentar no lugar do condutor para comprovar que a qualidade dos plásticos melhorou bastante, com material macio no topo do painel e das portas dianteiras, além de alguns detalhes em material metalizado. O Eclipse Cross também recebeu head-up display, controle de velocidade ativo, aviso de saída de faixa, aviso de ponto cego, acendimento automático de faróis e câmera de 360 graus.

Mitsubishi Eclipse Cross (Foto: Mitsubishi)

Para os três passageiros do banco traseiro, há muito espaço para as pernas e o banco desliza longitudinalmente em 200 mm. A inclinação das costas também é ajustável entre 16 e 32 graus, além de todo o banco estar dividido na proporção 40/60. Com tudo isso, é possível fazer variar a capacidade do porta-bagagens entre 341 e 488 litros.

A versão de tração dianteira e câmbio manual tem boa resposta do motor 1.5 desde os 1.500 rpm, quando atinge o torque máximo. O som do motor chega a ser até um pouco esportivo, mas acaba por ser mais alto do que o esperado em um carro familiar. A suspensão faz um bom serviço a favor do conforto, mas como a inclinação lateral em curva é acentuada, a roda dianteira interior acaba patinando com alguma facilidade, obrigando o controle de estabilidade a entrar em ação.

Mitsubishi Eclipse Cross (Foto: Mitsubishi)

Com tração nas quatro rodas e a caixa CVT, o Eclipse Cross mantém as mesmas deficiências de dirigibilidade, incentivando a moderar, mesmo quando a estrada de montanha convida a um ritmo mais esportivo. A caixa com oito archas virtuais é melhor que o esperado, disfarçando muito bem aquele som típico das transmissões contínuas. A utilização das borboletas faz algum efeito e, mesmo em “D”, a caixa tenta seguir os oito degraus.

O Eclipse Cross não deverá ter uma vida muito longa nessa plataforma, mas que não deixa de ser importante ao um novo capítulo da montadora, mostrando os caminhos do estilo e de maior qualidade de seus futuros SUVs. Sua chegada ao mercado brasileiro já foi confirmada pela marca em 2018. Resta saber em qual configuração e com qual posicionamento de preço.

Ficha técnica

Motor: 1.5, dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, 16 válvulas, turbo, injeção direta, gasolina
Potência: 163 cv a 5.500 rpm
Torque: 25,4 kgfm entre 1.800 e 4.500 rpm
Câmbio: Automático tipo CVT, 6 marchas virtuais, tração integral
Direção: Elétrica
Suspensão:Indep. McPherson (diant.) e independente multilink (tras.)
Freios: Discos ventilados (diant.) e sólidos (tras.)
Pneus: 215/70 R16 ou 225/55 R18
Dimensões Compr.: 4,40 m, Largura:1,80 m, Altura: 1,68 m, Entre-eixos: 2,67 m
Tanque: 50 litros
Porta-malas: 341  litros
Peso
: 1.520 kg
Central multimídia: 8 pol., sensível ao toque

Mitsubishi Eclipse Cross (Foto: Mitsubishi)
Mitsubishi Eclipse Cross (Foto: Mitsubishi)
Mitsubishi Eclipse Cross (Foto: Mitsubishi)
Créditos: Autoesporte